Após condenação no TSE, Bolsonaro pretende recorrer ao STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado politicamente, nesta sexta-feira (30) após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar os crimes de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação como fatores da inelegibilidade do ex-presidente. Ação foi protocolada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) em 2022. Agora, com a decisão, por meio de 5 votos contra 2 em desfavor de Bolsonaro, o ex-presidente pretende recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em Belo Horizonte, onde deverá acompanhar o velório e enterro do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, Bolsonaro disse que “não está morto politicamente“. De acordo com ele, o crime cometido por ele se trata de um “crime sem corrupção“, disse em entrevista coletiva.


Bolsonaro em entrevista coletiva em BH após condenação por inelegibilidade no TSE (Foto: Reprodução/G1)


Tentaram me matar aqui em Juiz de Fora há pouco tempo, levei uma facada na barriga”, disse, relembrando o episódio ocorrido nas eleições presidenciais de 2018, onde na ocasião, Bolsonaro foi esfaqueado por uma pessoa que estava entre a multidão que o cercava. Na entrevista, comparou a facada de 2018 com o episódio da condenação por crime político. “Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político“, afirmou o ex-presidente.

Bolsonaro fez críticas ao Tribunal Superior Eleitoral, dizendo que foi proibido de realizar “lives” na sua residência, que no caso se deu no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. Citou o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). Disse que o tribunal proibiu “mostrar imagens” do presidente Lula fazendo defesa ao aborto, assim como citou episódios de derrotas de sua campanha no TSE durante as eleições.

Ele entende que foi julgado não pelo episódio da reunião com embaixadores, mas por aquele que diz ser “conjunto da obra“. E ainda voltou a defender o “voto impresso“, que foi uma das motivações da condenação que o tornou inelegível. No entanto, o ex-presidente afirma “querer acrescentar camadas de segurança” ao processo eleitoral, pois segundo ele, não é crime. Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Bolsonaro fica inelegível por oito anos, só podendo concorrer aos pleitos eleitorais em 2030.

Foto Destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/@jairbolsonaro/Instagram.

Bolsonaro inelegível: relembre julgamentos políticos de ex-presidentes

Nesta sexta-feira (30), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, após 5 votos a 2 em sessão de julgamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde respondia por crime de abuso político e uso indevido dos meios de comunicação, ação protocolada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), tornou-se inelegível por 8 anos. Ex-presidente ficará fora das eleições até 2030.

Ainda são possíveis recursos por parte da defesa de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), porém, a decisão já é válida. O ex-ministro Braga Netto, que concorreu como vice-presidente no pleito de 2022, foi absolvido. Relembre agora julgamentos que sofreram ex-presidentes do Brasil.


Ex-presidente Bolsonaro. (Foto: Reprodução/ Instagram)


Luís Inácio Lula da Silva

O atual presidente, Luís Inácio Lula da Silva (PT), teve, em 2018, sua candidatura rejeitada pelo TSE por 6 votos a 1. Os ministros entenderam à época, que Lula não poderia concorrer, em razão de estar enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Na época, Lula ainda preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, depois de condenado, em julho de 2017, pelo juiz Sérgio Moro, que coordenava a Operação Lava Jato.

Em 2019, Lula foi solto depois de decisão do STF sobre prisão após condenação em segunda instância. No mês de 2021, o ministro Edson Fachin, do STF, anulou todas as condenações que Lula respondia pela Justiça Federal no Paraná tinham ligação com investigações da Operação Lava Jato. Após anuladas as condenações, Lula recupera os direitos políticos e aos 77 anos, volta a ser elegível, vencendo as eleições presidenciais em 2022 no segundo turno, contra Bolsonaro.

Dilma Rousseff

A ex-presidente Dilma Rousseff também enfrentou julgamento político. Em 2016, no dia 31 de agosto, o plenário do Senado aprovou, por 61 votos a 20, o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Mesmo com o impedimento, Dilma não perdeu os direitos políticos. Ela manteve a possibilidade de se candidatar a cargos eletivos, assim como exercer outras funções na administração pública.

À época, Dilma foi condenada mediante acusação de cometimento de crimes de responsabilidade fiscal, chamadas de “pedaladas fiscais” no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional. Dilma concorreu em 2018 à vaga de Senadora por Minas Gerais, no entanto não logrou êxito. Hoje ocupa o cargo de Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco do Brics. Ela foi indicada pelo presidente Lula.

Fernando Collor

O ex-presidente Fernando Collor, por sua vez, sofreu impedimento em 1994, por 441 votos a 38, através de sessão realizada pela Câmara dos Deputados. Collor perdeu os direitos políticos e ficou inelegível por 8 anos, assim como Bolsonaro. Três meses após posse de Collor, em junho de 1990, denúncias de corrupção surgiram no governo.

Em outubro do mesmo ano, acusações passaram a envolver pessoas mais próximas ao presidente Collor, como PC Farias, ex-tesoureiro de campanha. A partir deste momento, escândalos e denúncias ocorreram com mais frequência. Em 1992, no dia 24 de maio, as denúncias chegaram a atingir o presidente. À época, em entrevista à revista Veja, o próprio irmão do presidente, Pedro Collor, acusou-o de manter sociedade com PC Farias, que seria seu testa-de-ferro nos negócios.

Foto Destaque: Ex-presidentes da República. Foto Reprodução/G1

Julgamento no TSE termina com 3 a 1 contra Bolsonaro

A sessão do Tribunal Superior Eleitoral de julgamento ao ex-presidente, Jair Messias Bolsonaro, desta quinta-feira (29) foi suspensa pelo presidente da Corte Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes, devido ao horário. No entanto, até o presente momento, são 3 votos contra 1 em desfavor do ex-presidente. Restam os votos de mais 3 ministros. A análise do caso será retomada na próxima sexta-feira (29).

Os 3 ministros que votaram a favor da inelegibilidade de Bolsonaro foram Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques e André Ramos Tavares. Votos estes contrários ao do ministro Raul Araújo, que votou contra a inelegibilidade do ex-presidente. Faltam votar a vice-presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, o ministro Nunes Marques e por fim, o presidente da Corte Eleitoral, o ministro Alexandre de Moraes.


Sessão do TSE é suspensa com 3 votos contra 1 em desfavor de Bolsonaro. (Reprodução/Poder360)


Entenda o caso

O ex-presidente Bolsonaro está sendo julgado por cometimento de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A ação foi movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Se for condenado, Bolsonaro ficará inelegível por 8 anos, tendo como referência o pleito de 2022. Ou seja, o ex-presidente não poderá disputar os pleitos de 2024, 2026 e 2028. A defesa de Bolsonaro, representada pelo advogado Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, disse que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas isso só será possível após esgotados todos os recursos que forem apresentados junto à Corte Eleitoral. A defesa deverá apresentar os chamados “embargos de declaração”, o que possibilita ao réu a contestação a despeito de alguma contradição ou omissão no processo do julgamento. Porém, o recurso só não tem poder de alterar a decisão, assim como não suspende a inelegibilidade, caso venham eventualmente a acontecer com o ex-presidente.

Voto dos Ministros

O ministro Benedito Gonçalves, que foi relator da ação, determinou que o ex-presidente Bolsonaro fique impedido de concorrer nas próximas eleições dos próximos 8 anos. De acordo com ele, Bolsonaro abusou do poder político e do uso indevido dos meios de comunicação. “Julgo parcialmente procedente o pedido, para condenar o primeiro investigado, Jair Messias Bolsonaro, pela prática de abuso de poder político e de uso indevido de meios de comunicação nas Eleições de 2022, e em razão de sua responsabilidade direta e pessoal pela conduta ilícita praticada em benefício de sua candidatura à reeleição para o cargo de presidente da República, declarar sua inelegibilidade por 8 anos seguintes ao pleito de 2022”, ressalta o trecho do voto do ministro.

O ministro Raul Araújo, por sua vez, divergiu e rejeitou a ação apresentada pelo PDT à Corte. Para ele, há “ausência de gravidade” nas falas de Bolsonaro durante a reunião. Afastando assim, o crime de abuso de poder político. Floriano Marques votou favorável à inelegibilidade do ex-presidente. E refutou a defesa de Bolsonaro. O ministro entendeu que houve desvio de finalidade e tentativa de autopromoção por parte de Bolsonaro. O ministro André Ramos Tavares votou favorável à inelegibilidade e disse que as falas de Bolsonaro na reunião, não tiveram caráter diplomático e geraram “tensão e instabilidade”.

A fala do ministro André Ramos se refere à reunião de Bolsonaro com embaixadores no Palácio da Alvorada, ainda em julho de 2022, onde as falas do ex-presidente na ocasião “robusteceu o envolvimento de uma sociedade em uma narrativa sem fundamento”. O ministro lembrou também que Bolsonaro questionou o sistema eleitoral do Brasil ao menos 23 vezes, um ano antes da eleição.

Foto Destaque: Ex-presidente Bolsonaro. Reprodução/Instagram/Bolsonaro

Minas Gerais: vaca bate recorde mundial de produção de leite em torneio

Uma vaca produziu 132,2 kg em produção de leite, um recorde alcançado mundialmente, se tornando a que mais produziu leite no mundo. O torneio foi realizado em Passos (MG). A vaca-baleia pertence à raça holandesa. Nas três primeiras ordenhas realizadas no mesmo dia, ela produziu 132,2 kg de leite. O feito aconteceu durante o torneio de Gado Leiteiro, que aconteceu na cidade mineira, que a medição foi feita e que comprovou a quantidade de leite produzida pela baleia.


Vaca baleia recebendo os cuidados do produtor (Foto: Reprodução/G1)


A vaca baleia produziu 5 kg a mais do que a vaca Marília. Na competição, a medida acontece por quilos em razão da densidade do leite. Marília, a vaca que competiu com Baleia, é de São Paulo e até então levava o título de vaca com maior produção de leite mundialmente, desde o ano de 2019. Situação que agora mudou, com o valor alcançado por Baleia, que superou Marília. Murilo Rios Lemos, que é produtor, chegou a dizer em entrevista ao G1, que a vaca baleia causou surpresa em todos. “Uma vaca fenomenal, vindo do Paraná. Essa vaca não é cria minha, mas veio pra esse torneio e surpreendeu a todos nós“, disse.

A vaca baleia recebe tratamento adequado para além da genética. Ela toma banho cinco vezes ao dia, tem espaço de descanso apropriado, incluindo ventilador e ainda possui alimentação balanceada. Murilo Rios Lemos disse que a lactação de baleia assustou a todos. “Até mesmo quem estava no pavilhão junto com a gente está assustado com a lactação da vaca”, afirmou.

Torneio de Passos  e premiação

O torneio de Gado Leiteiro de Passos acontece desde a segunda-feira (26) e termina nesta quinta-feira (29). Além do torneio, acontece a feira de agronegócios, onde os produtores aproveitam para ver as novidades e se atualizarem no ramo.  No espaço, mais de 50 exposições de maquinários e insumos agrícolas estão à disposição dos produtores. A curiosidade deste ano é que o recorde mundial foi quebrado já no primeiro dia de competição. A premiação acontece da seguinte forma: na categoria “girolando leiteiro e aberto“, os vencedores da categoria ganham um carro 0 km. Na categoria “bubalino”, que termina na sexta-feira (30), o vencedor ganha uma moto 0 km.

 

Foto Destaque: vaca baleia. Reprodução/G1

Brasil: Fome atinge mais lares chefiados por negros que brancos

Nesta segunda-feira (26), uma pesquisa divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mostrou que domicílios que são chefiados por pessoas negras são duas vezes mais afetados pela fome que aqueles lares chefiados por pessoas brancas. Os resultados do estudo foram obtidos pelo recorte de raça e gênero do 2° Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (VIGISAN). De acordo com a pesquisa, a situação se agrava quando uma mulher negra chefia a casa. Nesse sentido, a fome tende a ser maior. A pesquisa aponta, desse modo, que, além de cor, a fome também tem gênero.


Fome atinge duas vezes mais lares chefiados por negros, que brancos (Foto Reprodução:Freepik)


O estudo revela que 60%, de modo geral, dos lares chefiados por pessoas da raça negra, passa por alguma situação de insegurança alimentar. Cerca de 20,6% dos domicílios chefiados por negros são atingidos pela fome. Enquanto, 10,6% dos lares de pessoas brancas são afetados pela mesma situação. Revela ainda que quando os lares são chefiados por mulheres pretas, o problema tende a se agravar, pois cerca de 70% deles sofrem algum tipo de insegurança alimentar. A pesquisa foi realizada presencialmente, entre novembro de 2021 e abril de 2022. Foram consultados 12.745 domicílios de 577 municípios do Brasil. Tanto áreas urbanas quanto rurais, de todas as regiões brasileiras, foram abordadas no estudo.

Os dados mostram que, ainda no Brasil, o racismo estrutural é um problema e permanentemente presente na sociedade. Da mesma forma que a desigualdade de gênero. Kiko Afonso, que é membro da Ação da Cidadania, uma das organizações que apoiou a pesquisa, além de membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, diz que o governo brasileiro precisa intensificar os programas sociais de transferência de renda, assim como propõe que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) investigue a fome no país. “Precisamos da produção constante de dados como estes para poder ter a dimensão real de algo que assola o país”, diz.

Os dados divulgados pelo recorte de raça e gênero da pesquisa do II VIGISAN 2022 mostrou que maior escolaridade também não protege os lares chefiados por mulheres negras da falta de alimentos. Segundo a pesquisa, 33% dessas famílias são atingidas pela insegurança alimentar moderada ou grave e de 21,3% de homens negros, comparado a 17,8% de mulheres brancas e 9,8% de homens brancos. Outro dado revelado pelo estudo é que estar desempregado ou trabalhando informalmente faz surgir também uma diferença no tocante à insegurança alimentar, pois neste contexto, a fome afeta metade dos domicílios chefiados por pessoas negras, comparado com um terço dos lares comandados por pessoas brancas. Já na condição de desemprego, o problema se agrava mais ainda: a fome atinge 39,5% dos lares chefiados por mulheres e por homens negros (34,3%).

Foto Destaque: Negros são duas vezes mais atingidos por fome que brancos. Foto: Reprodução/ Freepik

Vacina contra dengue começa a ser aplicada em clínicas particulares nesta semana

Ainda nesta semana, a nova vacina contra a dengue, a Qdenga, deverá ser disponibilizada nas clínicas particulares no Brasil, a partir de 1° julho, segundo a CNN. A composição Qdenga envolve quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença. A vacina foi desenvolvida pela empresa Takeda Pharma Ltda e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há três meses.


Qdenga, vacina desenvolvida contra a dengue. Reprodução/Pixabay)


De acordo com a Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), o valor do imunizante deverá variar entre R$ 350,00 e R$ 500,00 ao consumidor, dependendo também do estado. Em nota divulgada, a ABCVAC diz que “as clínicas devem utilizar esse parâmetro na composição da sua precificação final, que também inclui o atendimento, a triagem, a análise da caderneta de vacinação, as orientações pré e pós vacina, além de todo o suporte que os pacientes necessitam para se informar corretamente sobre a questão da vacinação”.

Segundo a Anvisa, que aprovou ainda em março o imunizante, para aplicação em pessoas com idades variando entre 4 e 60 anos, a dose garante proteção contra a dengue. Conforme mencionado pela Anvisa, a vacina é recomendada para crianças a partir dos 4 anos, jovens e adultos até os 60 anos de idade. O imunizante está disponível para ser administrado via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. A Qdenga é a pioneira no Brasil a receber aprovação para uso em uma população mais ampla, enquanto o Dengvaxia, que foi aprovado anteriormente, era destinado apenas para pessoas expostas ao vírus.

Casos de Dengue no Brasil

Somente neste ano de 2023, entre os meses de janeiro e abril, cerca de 899 mil casos de dengue e quase 87 mil casos de Chikungunya, assim como 6,2 mil registros de Zika foram registrados no país. Do total, mais de 201 mil diagnósticos de dengue foram confirmados só no estado de São Paulo. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde. A dengue é causada pelo mosquito Aedes Aegypti, o principal vetor da doença. O vírus é transmitido aos humanos através da picada dos mosquitos fêmeas infectados. Depois do período de incubação, que é de quatro a dez dias, um mosquito infectado é capaz de transmitir o vírus pelo resto de sua vida. Normalmente, é em água parada que o mosquito fica alojado. Devido a isso, o aumento dos casos ocorre no período de chuvas.

Sintomas da Dengue

Os sintomas principais da doença são perda de peso, náuseas e vômitos, considerados os mais frequentes. No entanto, podem aparecer, na forma grave da dengue, dores abdominais intensas e contínuas, assim como vômitos persistentes, sangramento das mucosas, além de outros, segundo o Ministério da Saúde.

Foto Destaque: Qdenga, imunizante contra a dengue. Reprodução/Pixabay

Irmã de paquistanês diz estar “desolada” e afirma que sobrinho não queria estar na viagem

Azmeh Dawood, irmã do empresário paquistanês, Shahzada Dawood, que faleceu na expedição que conduzia um submarino ao local onde se encontra os destroços do Titanic, deu entrevista à NBC, rede norte-americana, onde fez algumas declarações. Na ocasião, ela disse que está se sentindo “absolutamente desolada”, em virtude da tragédia que vitimou dois membros da sua família, o irmão e seu sobrinho.


Submersível “Titan” que naufragou. (Foto Reprodução:Pixabay)


Azmeh Dawood vive em Amsterdã e falou em entrevista que o sobrinho, por nome, Suleman, não queria ir no submarino e que inclusive estava apavorado com a ideia da viagem no fundo do mar. No entanto, o garoto só concordou em ir com a expedição porque era algo importante para o seu pai. Em entrevista, Azmeh declara: “Eu me sinto muito mal que o mundo inteiro tenha passado por tanto trauma, tanto suspense”, afirma na entrevista concedida por telefone, nesta quinta-feira (22).

O sobrinho de Azmed tinha apenas 19 anos e estudava na faculdade Strathclyde, em Glasgow, na Escócia.  Uma nota de pesar foi publicada na manhã desta sexta-feira (23) pela faculdade, lamentando o falecimento de Suleman. Na nota um trecho diz: “Estamos chocados e profundamente tristes com a morte de Suleman Dawood e seu pai neste trágico incidente. Nossa equipe de bem-estar do aluno permanece à disposição para oferecer suporte adequado aos colegas de classe de Suleman e à comunidade Strathclyde em geral neste momento difícil”.

Entenda o caso

No último domingo (18) o submarino Titan, que realizava expedição até o local onde se encontra os destroços do Titanic, veio a naufragar. Os 5 passageiros vieram a óbito. Somente na quinta-feira (22) foram encontrados destroços do submersível. A Guarda Costeira dos Estados Unidos, que liderou as buscas, afirmou que os robôs usados na operação irão continuar no mar, a fim de procurar pistas e determinar o que de fato ocorreu, ou seja, como se deu o acidente, assim como verificar as condições que se encontram no fundo do oceano. Não se sabe se os corpos das vítimas serão resgatados. Os destroços do submarino se encontram cerca de 500 metros do Titanic, em um local mais profundo, a cerca de 4.000 metros da superfície.

Foto Destaque: Suleman, umas das vítimas do naugrágio do “Titan”. Foto reprodução/G1

Lula vê como “ameaça” exigências da União Europeia para firmar acordo com Mercosul

O Presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), nesta sexta-feira (23), declarou durante a Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris, na França, que vê como “ameaça” as exigências impostas pela União Europeia em relação ao acordo que deve ser firmado com o Mercosul. Lula estava sentado ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron e ao lado do chefe do executivo francês discursou.


Lula discursa na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris, França. (Foto Reprodução:Instagram)


No pronunciamento, o presidente brasileiro fez referência a dispositivos que preveem sanções, entendidas como rígidas pelo governo do Brasil, em se tratando de descumprimento de obrigações por parte dos países que participam. Nas palavras de Lula, “a carta adicional que foi feita pela União Europeia não permite que se faça um acordo”, disse em pronunciamento. Lula frisou também que o governo brasileiro está preparado para fazer acordo com a União Europeia. “Estou doido para fazer um acordo com a União Europeia”, no entanto, segundo ele, ainda “não é possível”. De acordo com Lula, “não é possível que tenhamos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico”, disse. E ainda questionou, sentado ao lado do presidente Macron da França, anfitrião do evento: “Como é que a gente vai resolver isso?”.

Desde 1999, o acordo entre os dois blocos é negociado. Somente em 2019 foram finalizadas as negociações comerciais, em 2021, as negociações políticas e de cooperação. No entanto, o acordo está em fase de revisão para ser feita a assinatura.  A União Europeia enviou para o Mercosul, um documento contendo uns “instrumentos adicionais” a serem acrescentados no acordo. Lula em sua fala fez críticas a esses dispositivos, considerados como “ameaça”.

Ainda em seu discurso, Lula fez referência à construção da União Europeia (UE) como patrimônio democrática da humanidade, ressaltando que “Depois de duas guerras mundiais, vocês conseguirem construir a União Europeia, conseguirem fazer um Parlamento, conseguirem viver com divergência, mas discutindo as coisas democraticamente. É uma coisa que eu quero para a América do Sul”, frisou. Ao final do discurso, Lula agradeceu ao presidente francês Macron. “Querido companheiro Macron, obrigado por essa reunião. E se prepare porque estou com mais vontade de brigar nesses próximos três anos em que vou presidir o Brasil. Obrigado e boa sorte”, ressaltou. Sobre os “instrumentos adicionais” enviados pela União Europeia (UE) ao Mercosul, criticados pelo presidente Lula, uma contraproposta está sendo apresentada e negociada com integrantes do Mercosul, por parte do Ministério das Relações Exteriores.

Foto Destaque: Lula e Presidente da França, Emmanuel Macron. Foto Reprodução/Instagram

OceanGate demitiu diretor por questionar segurança do submersível

Nesta terça-feira (20), documentos da Justiça dos Estados Unidos trouxeram à tona a informação de que o ex-diretor de operações marítimas da OceanGate, proprietária do submersível desaparecido, foi demitido por questionar a segurança do veículo turístico, chamado de “Titan”, utilizado pela empresa a fim de realizar expedições ao local onde aconteceu a tragédia do Titanic.


Navio Deep Energy que participa das buscas. (Foto Reprodução:G1)


Lochridge começou a trabalhar ao OceanGate em maio de 2015, à época como contratado independente antes de ser promovido ao cargo de diretor de operações marítimas, segundo informaram os documentos judiciais. Há cinco anos, num processo aberto em Washington, a Oceangate acusa Lochridge de causar violação a um acordo de confidencialidade por divulgar informações confidenciais e proprietárias.

No entanto, Lochridge, em uma reconvenção, afirmou que foi demitido pela empresa em janeiro de 2018 após questionar criticamente a segurança do veículo marítimo, especialmente em relação ao “design experimental e não testado da Oceangate do Titan”. Ele estava preocupado com “o controle de qualidade e segurança do Titan”. Segundo informações do documento, a preocupação de Lochridge se dava em virtude da “recusa da Oceangate em realizar testes críticos e não destrutivos do projeto experimental do casco”.

Lochridge chegou a alertar a respeito do perigo, uma vez que segundo ele, os passageiros do Titan poderiam ficar expostos ao perigo o veículo marítimo atingisse profundidades extremas. Ainda no registro, ele chegou a afirmar que a porta de observação na extremidade dianteira do submersível foi construída a fim de sustentar uma pressão de 1.300 metros. Ou seja, mesmo que a OceanGate quisesse levar os passageiros a profundidade de aproximadamente de 4.000 metros, o submersível, porém, não teria essa capacidade.

O Titanic, por sua vez, encontra-se a uma profundidade de aproximadamente 3.800 metros.O ex-diretor ainda alertou a OceanGate, para que usasse uma agência de classificação como o American Bureau of Shipping a fim de inspecionar e certificar o Titan, afirma o documento. Esforços de busca da guarda costeira dos EUA e do Canadá está em andamento no Atlântico do Norte. O Submersível OceanGate desapareceu no domingo (18), transportando cinco pessoas, com a missão de realizar uma expedição aos destroços do Titanic.

 

Foto Destaque: Submersível “Titan”. Foto Reprodução/Pixabay

Ex-presidente Bolsonaro pode ficar inelegível após julgamento no TSE

Nesta quinta-feira (22), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começará o julgamento a respeito do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro por ter promovido uma reunião no Palácio da Alvorada com embaixadores onde na ocasião, fez ataques ao sistema eleitoral. O julgamento realizado pelo TSE deverá tornar Bolsonaro inelegível. De acordo com o que disseram as fontes do tribunal, que acompanham o processo, ao final das sessões de julgamento da ação movida pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Bolsonaro possa sofrer uma condenação inédita por crimes, a exemplo de abuso de poder político, desvio de função, assim como tentativa de deslegitimar o processo eleitoral.


Ex-presidente Bolsonaro. (Foto Reprodução:Instagram)


Ainda deve pesar contra o Bolsonaro aquilo que foi chamado de “conjunto de obra”, após concluído o processo da chamada “minuta do golpe”, que foi encontrada em operação da Polícia Federal (PF) na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, assim como a sombra das revelações da orquestração com objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) por meio de apoiadores de Bolsonaro. A defesa do ex-presidente reconhece que, embora recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que as provas sejam frágeis, o momento é difícil para Bolsonaro no TSE.

Bolsonaro já mostrou em evento recente, que o momento é difícil, que o prognóstico é desfavorável a ele. “Já sabemos que os indicativos não são bons, mas eu estou tranquilo”, falou em evento de filiação de prefeitos ao PL em Jundiaí, neste fim de semana. De acordo com o advogado de defesa, o ex-presidente não deverá comparecer ao TSE a fim de acompanhar o julgamento. São esperadas três sessões. A ação pode condenar Bolsonaro por abuso de poder, assim como deixá-lo de fora da disputa eleitoral até 2032.

As sessões, porém, não tem data certa para acabar. Só o julgamento da ação eleitoral poderá ocupar todas as sessões do tribunal, estendendo-se até início do recesso do judiciário, em julho. E ainda há a possibilidade de pedidos de vista, o que pode paralisar a análise do caso, assim como prolongar o processo. As ações que pesam sobre Bolsonaro são uma investigação judicial eleitoral, que foi movida pelo PDT ainda em agosto de 2022. É essa ação que pede a inelegibilidade de Bolsonaro, pois segundo o PDT, o ex-presidente praticou abuso de poder político, além de ter feito uso indevido dos meios de comunicação.

O TSE estabeleceu ainda no ano de 2021, um precedente a respeito da possibilidade de inelegibilidade por ataques à lisura do processo eleitoral. Menos de três meses do primeiro turno das eleições, o ex-presidente fez afirmações falsas sobre o processo eleitoral, assim como realizou a tentativa de desqualificar e se fazer desacreditar os ministros do TSE. A consequência da ação que será julgada é a inelegibilidade de oito anos.

Foto Destaque: Ex-presidente Bolsonaro. Reprodução/Instagram