Ex-funcionária da Uber transforma projeto paralelo em empresa milionária

Com formação em engenharia e experiência em startups, Carolina Matsuse deixou o cargo na Uber em 2019, São Paulo, para se dedicar integralmente a um projeto paralelo criado ao lado do então namorado, Yuri Gricheno. A decisão foi tomada após perceber que a pequena operação da Insider, uma marca de camisetas tecnológicas, enfrentava desorganização e falta de autonomia. O que começou como um experimento digital foi transformado, com disciplina e visão de negócio, em uma empresa avaliada em R$ 400 milhões e presente em mais de 40 países.

De um recesso no trabalho à decisão definitiva

Em 2019, Carolina Matsuse tirou uma breve folga de seu cargo na Uber para participar de um programa de empreendedorismo em Stanford, nos Estados Unidos. Durante a ausência, a startup que havia criado com Gricheno enfrentou sérias dificuldades operacionais. A estrutura era pequena, os processos estavam desorganizados e a equipe, com apenas cinco pessoas, não conseguia dar conta das demandas.


Publicação feita por Insider Store (Foto: reprodução/Instagram/@insiderstore)


Diante do cenário, foi tomada uma decisão definitiva de abandonar o emprego fixo e dedicar-se integralmente ao projeto. Formada pelo ITA, e com passagens por grandes empresas como BCG e QuintoAndar, Carolina enxergou que havia ali um enorme potencial de crescimento, mas que só poderia ser explorado se o foco fosse total.

Do produto único ao faturamento milionário

Inicialmente, a marca nasceu com a proposta de vender camisetas tecnológicas, com tecidos antiodor e antissuor. O produto foi escolhido estrategicamente por ser funcional, de fácil produção e com apelo direto ao consumidor moderno. Mesmo com estrutura reduzida, a empresa apostou no modelo digital direto ao consumidor, otimizando investimentos e testando o mercado com agilidade.

A virada veio com a aparição no “Shark Tank Brasil”, onde, mesmo sem fechar negócio, a empresa ganhou visibilidade nacional. Em um mês, o faturamento quintuplicou e os estoques se esgotaram.

Com o tempo, novos produtos foram adicionados, como linhas femininas e collabs com nomes da moda brasileira. A pandemia também impulsionou inovações, como máscaras e camisetas antivirais, que ampliaram o alcance da marca e consolidaram sua imagem como referência em tecnologia e sustentabilidade.

Custo alto de alimentos nos supermercados gera preocupação nos Estados Unidos

Uma pesquisa publicada na primeira semana de agosto, de acordo com a revista Forbes, afirma que o custo de compras no supermercado está gerando preocupação em 90% dos habitantes americanos, devido ao notável aumento de preço de alguns alimentos como ovos, carne moída e aves.

A pesquisa também trouxe dados comparativos entre a preocupação com o aumento de custos alimentícios, e outras preocupações que os americanos enfrentam no cotidiano.

Preocupação com o aumento de preços está em alta

Os dados mostram que os entrevistados estão mais preocupados com o alto preço das compras do que outras questões financeiras, como o custo de moradia, valor para economizar, salários, dívidas e custo da assistência médica. Uma nova pesquisa feita pelo Centro de Pesquisa de Assuntos Públicos da Associated Press-NORC, mostra que 53% dos que responderam consideram os preços dos alimentos um grande motivo de estresse, enquanto 33% não consideram.

Pessoas que participaram da pesquisa marcaram o custo de moradia como segunda maior preocupação com 47%, vindo antes do valor para economizar e salário, ambos com 43%, e custo de assistência médica com 42%.

Um levantamento feito pelo índice de Preços ao Consumidor mostra que o valor dos alimentos aumentou 3% nos últimos 12 meses, com as compras de supermercado aumentando em 2,4% e o ato de comer fora estando 3,8% mais caro que o ano passado.


Preços de vegetais em supermercado na Florida (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)


O Bureau of Labor Statistics observou, de junho de 2024 até junho de 2025, um aumento no valor de compras em todas as categorias que o laboratório acompanha, com os principais sendo as carnes, aves, peixes e ovos, que registraram 5,6% no aumento do preço, as bebidas alcoólicas que ficaram 4,4% mais caras, frutas e vegetais aumentaram o preço em 0,7% e os cereais, laticínios e produtos panificadores aumentaram 0,9%.

Além desses dados, a NBC News mostrou um aumento do preço do frango em US$ 0,81 por libra, além do preço da carne moída que aumentou em US$ 0,67 por libra e o dos ovos aumentou US$ 0,64 cada dúzia.

O aumento da taxa de 3% faz com que o custo de alimentos cresça mais rápido do que a taxa geral de inflação, que está em 2,7% conforme dados Índice de Preços ao Consumidor. No entanto, mesmo com o preço dos alimentos subindo consideravelmente, a taxa de 3% é menor do que as registradas nos anos anteriores, já que a inflação era de 6,3% em 2021 e aumentou para 10,4% em 2022, e vem se mantendo estável esse ano, levando em conta 2023 (2,7%) e 2024 (2,5%).

Tarifas podem aumentar preço das compras

Uma estimativa feita pelo Budget Lab da Universidade Yale considera um aumento de 3% no custo alimentício, graças as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. O levantamento mostra que produtos frescos podem subir até 7%, com 3,6%, e o arroz pode aumentar até 10,2% a longo prazo.

O laboratório destaca que outros itens, como cereais e grãos, carne e laticínios, e açúcar e bebidas, podem ficar mais caros. Já outros itens importados, como cerveja, vinho, bananas e queijo, vão ter tarifas adicionais.

A Tax Foundation afirmou que os Estados Unidos importaram cerca de US$ 221 bilhões em produtos alimentícios em 2024, com 62% vindo do México, Canadá, União Europeia, Brasil e China. Trump entrou em um acordo com o México e concordou suspender o aumento das tarifas por 90 dias, além de aceitar uma tarifa de 15% sobre itens vindos da União Europeia. O Canadá vai ter uma tarifa de 35% em produtos não cobertos pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), de acordo com a Casa Branca.

O presidente também afirmou que iria impor uma tarifa de 50% sobre o Brasil, mas reconsiderou devido ao processo criminal enfrentado pelo ex-presidente do país, Jair Bolsonaro, e as exportações chinesas possuem uma tarifa atual de 55%.

Governo Federal apresenta pacote de R$ 30 bilhões em apoio a setores afetados pelo tarifaço

Diante da imposição de uma nova tarifa de 50% por parte do governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo federal do Brasil anunciou um robusto conjunto de medidas emergenciais. O pacote, denominado Plano Brasil Soberano, busca proteger a economia nacional, especialmente os setores mais dependentes do mercado norte-americano, garantindo a continuidade do desenvolvimento econômico e a preservação de empregos.

As ações estão estruturadas em três pilares principais: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial ativa. O plano foi elaborado a partir de um diálogo entre o governo e os principais representantes dos setores mais atingidos, visando não apenas amparar as empresas, mas também salvaguardar os postos de trabalho na indústria e no agronegócio que poderiam ser perdidos.

Apoio Financeiro e Tributário

Um dos pontos centrais da iniciativa é a injeção de R$ 30 bilhões em crédito acessível, proveniente do Fundo Garantidor de Exportações (FGE). Essa linha de financiamento dará prioridade aos setores e empresas mais afetados, especialmente as de pequeno e médio porte, com a condição de que mantenham os empregos.

Além disso, o plano prevê um novo regime de restituição de tributos federais, o Reintegra. Microempresas e pequenas empresas poderão receber até 6% dos valores, enquanto as médias e grandes terão direito a até 3,1%. Essa medida, que visa proteger os exportadores até a implementação da reforma tributária em 2027, é vista pelo governo como uma forma de garantir a sustentabilidade financeira do setor.

Outra medida importante é a extensão do prazo para o regime aduaneiro especial Drawback, que permite a suspensão, isenção ou restituição de impostos sobre insumos importados. As empresas terão até um ano para comprovar a origem dos insumos e obter créditos tributários, tornando seus produtos mais competitivos no mercado internacional, inclusive nos EUA.


Matéria sobre o pacote Plano Brasil Soberano (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

Proteção ao Emprego e Diplomacia Comercial

Para proteger os trabalhadores, o governo criará a Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego. O objetivo desse órgão é monitorar os postos de trabalho e atuar em conjunto com câmaras regionais para promover negociações e mediações de conflitos. A ideia é aplicar, quando necessário, mecanismos como lay-off e suspensão temporária de contratos, sempre dentro dos limites legais, garantindo que os empregos sejam mantidos.

No campo diplomático, o presidente enfatizou que as ações não são uma retaliação. Pelo contrário, o Brasil continuará buscando a diversificação de mercados. O Plano Brasil Soberano prevê a intensificação de acordos bilaterais e multilaterais. Negociações com a União Europeia, EFTA, Canadá e Emirados Árabes Unidos estão em andamento, enquanto diálogos com Índia e Vietnã também foram iniciados. Nos últimos três anos, o país já abriu 397 novos mercados, o que demonstra o esforço em reduzir a dependência de grandes parceiros e fortalecer a resiliência da economia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a postura do país é proativa. “Ao invés de ficar chorando o que perdemos, vamos procurar outro lugar”, declarou, indicando que a medida de Trump é vista como uma tentativa de enfraquecer o multilateralismo.

Reações do Mercado

Apesar do otimismo do governo, o pacote gerou discussões no mercado financeiro. Economistas alertam para o impacto fiscal das medidas, especialmente a injeção de R$ 30 bilhões em crédito. O economista-chefe da BGC Liquidez, Felipe Tavares, aponta que o plano pode comprometer a meta fiscal, elevando o déficit primário e contrariando as expectativas de estabilidade para 2025. Outros analistas, como Jeferson Bittencourt, do ASA, destacam a importância de analisar os detalhes do texto legal para entender se as distorções atuais serão corrigidas ou aprofundadas.

De modo geral, o Plano Brasil Soberano é visto como uma resposta abrangente e multifacetada à crise tarifária, combinando apoio financeiro direto, estímulos fiscais e uma robusta estratégia diplomática para proteger a economia brasileira.

Dólar se recupera e Ibovespa fecha em queda

Em meio a uma sessão de negociações cheia de altos e baixos, o mercado financeiro brasileiro fechou a quarta-feira (13) em baixa, refletindo uma série de fatores internos e externos. Após uma alta significativa na véspera, o Ibovespa recuou 0,88%, fechando aos 136.704,65 pontos. Por outro lado, o dólar se valorizou ligeiramente, revertendo a forte queda do dia anterior.

Varejo Pressiona o Mercado Doméstico

Um dos principais motores para a queda do Ibovespa foi o setor de varejo. Dados divulgados pelo IBGE mostraram que as vendas no comércio brasileiro caíram 0,1% em junho, contrariando a expectativa do mercado de crescimento. Essa retração, somada às quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril, acendeu um alerta sobre a desaceleração da atividade econômica no país. O economista Bruno Martins, do BTG Pactual, explicou que esses números indicam uma forte contração nos segmentos cíclicos e reforçam a visão de que o PIB do segundo trimestre de 2025 pode ter um crescimento de apenas 0,2%.

A percepção de fraqueza no setor impactou diretamente as ações de empresas do segmento, como CVC Brasil (queda de 10,78%) e GPA (queda de 10,56%), que também enfrentaram desafios internos. A CVC, por exemplo, divulgou um prejuízo no segundo trimestre, enquanto a GPA teve a renúncia de um diretor-chave. Outras empresas de varejo, como Petz, Assaí e Magazine Luiza, também registraram perdas consideráveis.


Enquanto o Ibovespa sofria com as notícias domésticas, o dólar fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,40 (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Dólar e o Cenário Externo

Enquanto o Ibovespa sofria com as notícias domésticas, o dólar fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,40. A valorização da moeda veio após ter atingido seu menor valor no ano na véspera. O movimento, no entanto, foi contido e a cotação se manteve em uma faixa estreita, mesmo após o anúncio do governo brasileiro de um plano de ações para apoiar os setores afetados pela nova tarifa de 50% dos Estados Unidos. Esse plano, que inclui um montante de R$ 30 bilhões em crédito, já era amplamente esperado pelo mercado e, por isso, não gerou grandes movimentações cambiais.

A valorização do dólar no dia se contrapôs à tendência global de enfraquecimento da moeda americana. Nos EUA, a expectativa de que o Federal Reserve (Banco Central americano) possa cortar os juros em breve, impulsionada por dados fracos de emprego e inflação moderada, tem enfraquecido o dólar. No entanto, o cenário interno brasileiro, com incertezas sobre as contas públicas e o impasse nas negociações comerciais com os EUA, continua a influenciar o câmbio, deixando a moeda brasileira sensível. O especialista em investimentos Bruno Shahini, da Nomad, ressaltou que a cautela se mantém por conta das percepções de fragilidade fiscal.

Destaques e Outros Setores

Em contrapartida, às quedas, algumas empresas se destacaram positivamente. A MRV&Co, por exemplo, subiu 6,63% após apresentar sinalizações otimistas sobre suas margens e o guidance para 2025, apesar de ter divulgado um prejuízo no segundo trimestre. Outros setores também sentiram o impacto do pregão, com Petrobras e Vale fechando em queda, influenciadas pela fraqueza do petróleo e pela estabilidade do minério de ferro, respectivamente. O Banco do Brasil foi um dos poucos a registrar alta, com os investidores de olho no balanço do segundo trimestre que seria divulgado no dia seguinte.

Em Wall Street, o otimismo prevaleceu, com o S&P 500 atingindo uma nova máxima de fechamento, refletindo as esperanças de um afrouxamento monetário nos EUA. Esse cenário externo, no entanto, não foi suficiente para impulsionar o mercado brasileiro, que se manteve cauteloso e reagiu principalmente aos dados e às incertezas domésticas.

Dólar sob pressão: por que o trono da moeda americana segue firme

O domínio do dólar no comércio internacional dura quase oito décadas, desde que Bretton Woods e o Plano Marshall consolidaram a moeda como pilar da economia global, ambos os planos refletem a ascensão dos Estados Unidos como potência mundial. Mesmo com o avanço da pauta pela desdolarização, liderada por países como Brasil, China e Rússia, especialistas alertam: tirar a moeda americana do trono é tarefa para décadas e exige mais que vontade política.

O dólar como pilar do domínio do dólar global

O domínio do dólar foi consolidado após a Segunda Guerra Mundial, quando os EUA emergiram como a maior potência industrial e militar. No acordo de Bretton Woods, a moeda americana foi equiparada ao ouro e se tornou referência para transações internacionais.

Poucos anos depois, o Plano Marshall despejou bilhões de dólares na reconstrução da Europa Ocidental. O objetivo era evitar o avanço soviético e manter o continente alinhado a Washington. Assim, boa parte do mundo passou a girar em torno do dólar.

Rede financeira e infraestrutura que sustentam o domínio do dólar global

O sistema criado após a guerra combinou confiança, liquidez e infraestrutura financeira sob liderança americana. E, embora ciclos de contestação surjam, como no recente encontro do Brics, onde Brasil e Rússia defenderam negociações em moedas locais, a substituição do dólar exige mais do que alianças políticas. É preciso uma alternativa igualmente robusta, estável e amplamente aceita.

Desafios da desdolarização e fortalecimento do domínio do dólar global

No século XIX, a libra esterlina era a moeda do comércio global, reflexo da supremacia britânica. Mas a Segunda Guerra mudou o tabuleiro. Com a Europa enfraquecida, o domínio do dólar consolidou-se como instrumento econômico e geopolítico.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o dólar ainda responde por 58% das reservas internacionais dos bancos centrais. Esse número caiu em relação aos 70% do início dos anos 2000, mas continua muito à frente de qualquer rival. Além disso, mais de 70% das transações internacionais passam pela moeda americana, reforçando seu papel no sistema Swift.

O peso político da moeda americana nas relações internacionais

Na cúpula do Brics realizada no Rio de Janeiro, Lula e Putin defenderam o uso de moedas locais nas transações internas do bloco. A proposta irritou Washington. O presidente americano, Donald Trump, reagiu com ameaças de tarifas e, pouco depois, anunciou a taxação de 50% sobre importações brasileiras. Analistas interpretaram o gesto como retaliação.

Mas, para economistas, trocar o dólar por outra moeda é um processo muito mais complexo. “A substituição de uma moeda dominante exige mais do que vontade política: é necessário um emissor que ofereça estabilidade macroeconômica, segurança jurídica, infraestrutura financeira comparável e, acima de tudo, confiança dos agentes privados”, afirma Luis G. Ferreira, vice-CEO da EFG Asset Management.

O exemplo europeu e o avanço do yuan chinês

O euro é um exemplo claro dessa dificuldade. Criado em 1999 para integrar a União Europeia e rivalizar com o dólar, ele responde hoje por apenas 20% das reservas mundiais.

A China, por sua vez, elevou sua participação nas transações internacionais para 20% e utiliza o yuan em negociações com mais de 120 países. Ainda assim, a falta de convertibilidade plena e o risco político limitam o avanço da moeda.


Análise: Brasil busca países do Brics (Reprodução/CNN)

A dependência brasileira do dólar

No Brasil, a ligação com o dólar é profunda. Embora o Banco Central mantenha 5% das reservas em yuan, cerca de US$ 350 bilhões permanecem atrelados à moeda americana.

“Todas as transações internacionais do país são em dólar, inclusive com nossos principais parceiros, à exceção da China”, lembra Mauro Rochlin, professor da FGV. “Qualquer mudança significativa levaria décadas”, conclui.

Futuro incerto, mas o trono do dólar permanece firme

Defensores da desdolarização olham para alternativas como ouro e moedas fortes: franco suíço, libra esterlina e yen japonês. Porém, nenhuma reúne todas as condições para destronar a moeda americana. Como resume Matheus Spiess, economista: “Diferentemente da libra esterlina, que foi gradualmente substituída, o dólar não tem um concorrente à altura no curto prazo.”

Fabergé é vendida por US$ 50 milhões e inicia nova era sob investidor de tecnologia

A histórica e luxuosa marca de ovos de Páscoa de ouro e prata, Fabergé, foi vendida por US$ 50 milhões (cerca de R$ 272 milhões) à SMG Capital – empresa norte-americana comandada pelo investidor de tecnologia Sergei Mosunov. A transação, que inclui US$ 45 milhões pagos de imediato e US$ 5 milhões em royalties trimestrais, marca o início de um novo ciclo para a joalheria.

Fundada em 1842 por Gustav Fabergé em São Petersburgo e eternizada por seu filho Peter Carl com os elaborados ovos imperiais produzidos para os czares russos, a Fabergé renasceu em 2009 após décadas de interrupção, em meio às turbulências da queda da família Romanov, em recorrência a Revolução Russa de 1917. A marca estava sob comando da Gemfields, uma mineradora de pedras preciosas de Londres. O valor a ser recebido pela Gemfields nessa transação será de US$ 45 milhões (R$ 245 milhões), com um acréscimo de US$ 5 milhões (R$ 27,3 milhões) em royalties.

Fim de ciclo com a Gemfields 

A venda da Fabergé representa uma guinada estratégica para a Gemfields. Enfrentando um prejuízo nos últimos anos devido a desaceleração do mercado de bens de luxo, a empresa passou por um rigoroso processo de revisão estratégica no fim do ano interior. Sean Gilbertson, presidente-executivo da mineradora, citou que o marketing da Fabergé irá fazer falta para a Gemfields. A receita da empresa estava em queda contínua desde 2022, mas Sean enfatizou que é preciso priorizar o principal objetivo da empresa, que é a mineração.

O capital adquirido pela venda será destinado a financiar operações em Moçambique e na Zâmbia, com a mineração de rubis e esmeraldas, respectivamente em cada país. O valor de US$ 45 milhões será recebido ainda neste mês, e os outros US$ 5 milhões em royalties serão depositados por meio de pagamentos trimestrais. 

Novo investidor da joalheria

Para Sergei Mosunov, a aquisição da Fabergé é mais do que uma compra de marca, é uma oportunidade de assumir uma posição no mercado global de luxo e ampliar a presença internacional. Investidor de origem russa, Mosunov lidera a SMG Capital, que é uma empresa de tecnologia. 

A Fabergé não se restringe mais aos ovos imperiais – que continua a produzir esporadicamente -, mas oferece joias finas, relógios e objetos decorativos de luxo. Alguns itens, como o exclusivo ovo de guilloché “strawberry surprise”, podem alcançar preços superiores a € 58 mil (mais de US$ 70 mil).


Exposição Fabergé em Wilmington, Delaware (Foto: reprodução/William Thomas Cain/Getty Images Embed)


Legado cultural

A Casa Fabergé produziu cerca de 50 ovos imperiais entre 1885 e 1916, muitos dos quais sobreviveram e hoje são relíquias históricas em museus e coleções particulares. Uma das compras mais impressionantes foi a de nove ovos por Viktor Vekselberg, por mais de US$ 90 milhões, hoje parte de uma das maiores coleções privadas do mundo. A marca resistiu à Revolução Russa, mesmo em meio a tribulações e hoje é reconhecidamente uma das mais renomadas marcas, tanto no mercado, quanto na história. 

O valor simbólico da Fabergé se estende para além do luxo, sendo um marco na história do mercado joalheiro e da arte. A venda da marca representa, além de tudo, uma dissolução de uma união entre mineração e luxo, mas o começo de uma nova era de desenvolvimento cultural e comercial para a marca, com foco no setor internacional. 

Trump adia tarifas contra a China por mais 90 dias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prorrogou na segunda-feira (11), em Washington, por mais 90 dias a suspensão das tarifas de importação sobre produtos chineses, alegando avanços nas negociações comerciais com o país asiático. A medida ocorre poucas horas antes do fim do prazo original da moratória e foi formalizada por meio de uma nova ordem executiva.

A decisão, segundo fontes da Casa Branca citadas por veículos internacionais, estende até 9 de novembro a trégua que impediu a aplicação de uma tarifa de 145% sobre bens chineses. Imposta brevemente em maio. O gesto diplomático, segundo o governo americano, visa manter o ambiente de diálogo e evitar o agravamento da guerra comercial que ameaça cadeias de suprimentos globais.

Uma trégua tensa em meio à disputa comercial

O acordo original entre os dois países foi costurado em maio, durante negociações na Suécia, quando Washington concordou em reduzir temporariamente a tarifa para 30%. Composta por uma taxa-base de 10% e uma penalidade extra de 20% para produtos como o fentanil. Em troca, Pequim recuou em suas próprias tarifas retaliatórias e suspendeu o bloqueio às exportações de terras raras.


Post feito por Donald Trump sobre a suspensão da tarifa (Foto: reprodução/Cheng Xin/Getty Images Embed)


A extensão da trégua já era esperada. Nos dias anteriores, membros dos governos de ambos os países sinalizaram otimismo. Trump, ao ser questionado por jornalistas na Casa Branca, declarou: “As negociações estão indo bem. O relacionamento entre o presidente Xi e eu continua forte”.

Fontes diplomáticas afirmam que a China está disposta a continuar cooperando, mas exige maior previsibilidade nas decisões americanas. Segundo o jornal britânico “The Guardian”, uma ligação entre os dois líderes, ocorrida em junho, teria reforçado o compromisso de buscar um entendimento sem recorrer a novas punições comerciais.

Agricultura americana em foco

Apesar da trégua, pontos sensíveis seguem sem solução. No domingo, Trump usou sua rede Truth Social para pressionar a China a retomar compras de soja dos EUA. Até o fim de julho, segundo a Bloomberg, o governo chinês ainda não havia encomendado nenhuma carga da nova safra americana, o que preocupa produtores e exportadores.

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu em nota: “Esperamos que os Estados Unidos cumpram sua parte no consenso estabelecido e trabalhem de forma construtiva para estabilizar as relações bilaterais”. Com a nova prorrogação, o mundo acompanha com cautela os próximos passos dessa disputa entre as duas maiores economias do planeta.

Tarifas dos EUA e ações políticas prejudicam posição do dólar como moeda global

O Broadcast, podcast apresentado pelo jornal Estadão, discutiu nas últimas semanas a desvalorização que o dólar está passando diante da economia global, que tem se intensificado devido aos processos políticos anteriores e as medidas tarifárias aplicadas pelo presidente Donald Trump.

O Podcast questionou se o reinado que a moeda ocupava no mercado ainda se mantém e o que prejudicou a posição do dólar como líder do mercado.

Decisões políticas aceleraram o processo

O reinado do dólar como principal moeda global vem sendo prejudicado desde a queda do Império Britânico, sendo resultado da queda das âncoras estruturais que davam suporte para a hegemonia da divisa. Por outro lado, a trajetória de fiscalização nos EUA nos últimos anos fez com que o dólar mantivesse sua posição, obtendo índices estáveis de inflação.

No entanto, algumas decisões políticas contribuíram para a desvalorização do dólar, como Washington usando a moeda como instrumento para punir transgressões na área geopolítica, com sanções a Rússia e China, durante o governo de Joe Biden.


Dólares em espécie (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Além disso, o estrategista global de câmbio e juros do australiano Macquarie Group, Thierry Wizman, afirmou que o futuro da globalização, que teve o dólar como um indiscutível protagonista, está sendo ameaçado por conta da ofensiva tarifária aplicada por Trump. Wizman argumenta que o uso do dólar tende a diminuir conforme os EUA se afastam da globalização e não mais considerados os precursores desse sistema.

A queda do dólar durante o primeiro semestre fez os questionamentos sobre o assunto se intensificarem. No entanto, conforme informou o estrategista – chefe de investimento na América Latina da BlackRock, Axel Christensen, o dólar ainda é considerado soberano, e mesmo que haja um risco dentro de sua gestão, ainda é cedo para questionar se o papel que a moeda exerce no sistema monetário internacional não é mais eficiente como antes.

Especialistas estudam medidas futuras

Ao mesmo tempo, em que o dólar enfrenta um momento instável, alguns economistas tem avaliado algumas medidas, como a ação dos investidores em cobrar um preço alto para pagar a dívida americana pelos Treasuries.

Pensando em outra alternativa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, considera que é um bom momento para que o euro seja um protagonista da reserva global, defendendo a abertura comercial em oposição com o protecionismo do presidente Trump. Mas algumas medidas impedem que os planos avancem, como as lacunas no mercado da União Europeia, que ainda dificultam o progresso da divisa europeia, e o bloqueio do yuan chinês causado pelo fechamento da China.

Mesmo com algumas medidas sendo estudadas, o ex-presidente do Fed de St. Louis James Bullard afirma que a decisão final sobre a designação da reserva global vai ser do mercado, pois se trata de uma decisão complexa, que deve ser analisada por milhões de pessoas no mundo, com muitos argumentos sobre qual moeda deve ser usada, e reforça que o dólar é considerado a moeda mais líquida para uso em transações internacionais atualmente.

Saiba para onde vão os bilhões de dólares arrecadados pelas tarifas de Trump

O presidente Donald Trump reafirmou, no último final de semana, que está recebendo muito mais dinheiro do que os Estados Unidos já viram, observando os bilhões de dólares obtidos graças ao aumento dos impostos sobre a maioria dos produtos importados.

Um levantamento feito pelo Departamento do Tesouro dos EUA mostra que o país arrecadou quase US$ 30 bilhões em receita tarifária no mês de julho, o que significava um aumento de 242% na receita tarifária em comparação com julho do ano passado.

Além disso, o governo de Trump arrecadou US$ 100 bilhões em receitas, desde que o presidente implantou, em abril, uma tarifa de 10% sobre a maioria dos produtos, juntamente com outras taxas maiores que também foram implantas, um valor adquirido três vezes maior do que o foi arrecado nos últimos quatro meses de 2024. Diante disso, houve um grande questionamento sobre para onde esse dinheiro vai ser destinado.

Distribuição da receita entre os americanos

Uma das justificativas apresentadas por Trump é que o governo estaria considerando a possibilidade de redistribuir a receita tarifária entre a população americana, por conta da grande quantidade de dinheiro arrecada, afirmação que foi adiantada na semana passada em um projeto apresentado pelo senador americano Josh Hawley.


Donald Trump em discurso (Foto: reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)


O diretor de economia Budget Lab da Universidade de Yale e ex economista do governo de Biden, Ernie Tedeschi, afirmou para a CNN Internacional que a ação apresentada não é uma alternativa viável, pois poderia causar um aumento na inflação.

Pagamento de dívida e destino da receita

Trump também afirmou que além de distribuir dividendos entre os estadunidenses, seu objetivo é pagar a dívida trilionária do governo.

O Departamento do Tesouro administra um fundo chamado de Talão de Cheques dos Estados Unidos, que serve como depósito para toda receita obtida pelo governo e é usado para pagar contas. Quando as receitas arrecadas são inferiores às contas do governo, surge um déficit orçamentário e gera a necessidade para o governo pedir empréstimos para compensar a diferença.

Atualmente, o governo tem um valor de US$ 36 trilhões para ser reembolsado, o que vem gerando preocupação aos economistas, que afirmar que a economia americana vai ser prejudicada observando que o valor tem aumentado.


Donald Trump ao lado do economista Stephen Moore (Foto: reprodução/Brendan Smialowski/ Getty Images Embed)


Isso ocorre porque o governo americano precisa pagar juros em meio aos empréstimos solicitados. Quanto maior for o empréstimo, maiores os juros que têm que ser pagos, gerando uma despesa maior para o governo.

O economista sênior do Deutsche Bank nos Estados Unidos, Deutsche Bank, afirmou durante uma entrevista para a CNN que, mesmo que a receita tarifária arrecadada não seja suficiente para combater o déficit orçamentário adquirido, a arrecadação de tarifas causou uma diminuição neste valor, mostrando não haver uma urgência do governo de pedir empréstimos tão altos quanto precisaria sem a presença da receita tarifária.

Tarifas podem causar problemas financeiros

O uso das tarifas, mesmo ajudando o governo na teoria, pode causar alguns problemas financeiros, em especial para algumas empresas, que tem absorvido custos altos sem que seus preços aumentassem, e muitas delas, como Walmart e Procter & Gamble, emitiram um alerta sobre um aumento visível de preços.

Relatórios recentes feitos pelo governo mostram que muitos produtos, como eletrodomésticos, brinquedos e eletrônicos de consumo, estão ficando mais caros. Tedeschi afirmou, ainda em conversa com a CNN, que as tarifas trarão consequências negativas para a economia.

O economista diz que mesmo com a diminuição do Produto Interno Bruto dos EUA causado pelas tarifas, prevista para ocorrer neste ano e no próximo conforme um levantamento feito pelo Yale Budget Lab, não ajudaria a receita das tarifas por completo, porque mesmo com o aumento da receita com tarifas, graças ao um crescimento econômico menor que o previsto, é arrecado um valor menor em impostos de renda e dentro da folha de pagamento.

Mesmo com todas as preocupações envolvendo o futuro da economia americana, o governo de Trump vê a situação de maneira positiva, argumentando que os mega cortes de impostos e a lei de gastos, juntamente com a receita das tarifas, irão fazer a economia dos Estados Unidos crescer futuramente.

Trump inicia entrevista para novo diretor do Fed e há favoritos

O presidente dos EUA Donald Trump anunciou nesta quarta-feira(6) que vai entrevistar candidatos para ocupar a vaga de diretor do Federal Reserve(Fed). Há quatro nomes como opção de escolha, mas o provável favorito é Kevin Warsh para atuar na política monetária americana. 

A escolha de Trump

Em entrevista a repórteres no Salão Oval, o presidente americano fez elogios a dois candidatos, ambos coincidentemente chamados Kevin: o então conselheiro econômico Kevin Hassett e o 

ex-diretor do Fed, Kevin Warsh. Entretanto, após indicação de Trump para assumir a cadeira de diretor, o Senado ainda vai ter de confirmar sua nomeação para tomar posse.

“Tomarei essa decisão antes do final da semana”, disse Trump sobre seus planos de nomear um substituto para a diretora do Fed Adriana Kugler, 


Casa Branca (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Aerial Footage)


Por que a nova nomeação?

O candidato escolhido por Trump vai ocupar a vaga deixada por Adriana Kugler, diretora do Federal Reserve (Fed). Kugler fez o anúncio de sua saída do cargo de diretora para esta sexta-feira. Retornando a realizar atividades acadêmicas na Universidade de Georgetown. Mediante isso, quem assumir o cargo de diretor vai cumprir o restante do mandato de Kugler.

O presidente Donald Trump classificou a saída da diretora, antes do término do mandato, como uma “agradável surpresa”. Isso porque, com a abertura desta vaga, o indicado a diretor poderá posteriormente ocupar a presidência do Fed. Sobre Powell, Trump tem sido crítico. Sua insatisfação vem do fato de o presidente do Fed não ter cortado os juros desde que o republicano reassumiu a presidência dos Estados Unidos, em janeiro.

O Fed

O Fed, nos Estados Unidos, equivale ao nosso Banco Central, sendo responsável por garantir a estabilidade econômica e financeira do país. Trump quer corrigir o rumo que a economia está tomando e provavelmente fará mudança na presidência do banco. Entre as determinações do Fed, manter os preços estáveis e promover o máximo nível de emprego.