Do auge à queda: ouro desaba após sequência histórica de altas

Na segunda-feira (20), o ouro parecia imbatível. Encerrava o dia no topo de uma escalada impressionante, acima dos US$ 4.380, um marco que coroava meses de valorização e incertezas econômicas em mercados globais. Após 24 horas, o cenário virou completamente. Nesta terça-feira (21), o metal precioso registrou sua maior queda desde 2020, numa correção que pegou o mercado de surpresa e devolveu parte dos ganhos acumulados ao longo do ano.

O ouro vinha chamando atenção por todos os lados do mercado. Investidores e analistas não conseguiam tirar os olhos da escalada do metal, impulsionada por compras constantes de bancos centrais e movimentos especulativos. Enquanto isso, o cenário global se mostrava instável, entre tensões geopolíticas e sinais mistos da economia americana, fazendo do ouro um refúgio procurado. Nas últimas semanas, o metal parecia quase imbatível, com uma demanda que não dava trégua e alimentava expectativas cada vez maiores.

Realização de lucros leva ouro a forte correção

Nos terminais de negociação, o movimento foi rápido e intenso. O ouro à vista recuou 4,1%, cotado a US$ 4.178,23 (R$ 22.514,61), enquanto os contratos futuros para dezembro caíam 3,9%, a US$ 4.190,80 (R$ 22.582,41). Esse recuo foi suficiente para interromper uma sequência de recordes impulsionada pela expectativa de cortes nos juros americanos e pela corrida global por ativos de proteção.

Analistas atribuem o tombo a uma conjunção de fatores, incluindo a força do dólar, que avançou 0,4% no dia, e um repentino apetite por risco entre investidores. “Quando o mercado respira e busca ganhos em outros ativos, o ouro é o primeiro a sofrer”, comenta Jim Wyckoff, analista sênior da Kitco Metals.


Ouro tem maior queda após rali histórico (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoneyNews)

Do auge à cautela: ouro desacelera após alta histórica

A virada acontece em um momento delicado. O metal vinha acumulando alta de cerca de 60% em 2025, sustentado por tensões geopolíticas e compras consistentes de bancos centrais. Agora, com o dólar fortalecido e os olhares voltados para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, adiado para sexta-feira (24) devido à paralisação no país, o mercado adota uma postura de espera e maior cautela.

O que antes era euforia virou prudência. Nos bastidores, operadores falam em realização de lucros e ajuste natural após uma escalada rápida demais para ser sustentável. O ouro, que parecia invencível na véspera, lembra agora que até os portos mais seguros balançam quando o vento do mercado muda de direção de forma inesperada.

Robôs avançam para dentro das casas e transformam o futuro da automação no Brasil

Os robôs, antes restritos a fábricas e centros de distribuição, estão cada vez mais próximos de se tornarem parte do cotidiano doméstico. Em um futuro próximo, eles devem assumir tarefas rotineiras e pouco desejadas, como varrer a casa, lavar a louça e passar roupa. Com o avanço da tecnologia, essas máquinas também poderão consertar equipamentos, administrar remédios e até interagir com seus donos de forma natural.

Expansão cada vez maior no Brasil

O setor de robótica vive um momento de expansão sem precedentes. A Federação Internacional de Robótica (IFR) estima que o mercado deve movimentar US$ 100 bilhões (R$ 536 bilhões) até o fim da década. Atualmente, cerca de 500 mil robôs são produzidos por ano, totalizando 4,5 milhões em operação no mundo. São máquinas de diferentes tipos — dos braços robóticos e cobots aos robôs autônomos móveis (AMR), que se deslocam sozinhos usando sensores e câmeras.


Um Robô fazendo massagem em um humano no Japão (Foto: reprodução/RICHARD A. BROOKS/AFP via Getty Images Embed)

No entanto, o Brasil ainda engatinha nesse cenário. Segundo a IFR, o país possui apenas 10 robôs para cada 10 mil trabalhadores, contra 1.000 na Coreia do Sul e 470 na China. A última contagem nacional, em 2019, apontou 15,6 mil robôs ativos, número que deve chegar a 25 mil até 2025. “A China instala 100 vezes mais robôs do que o Brasil”, afirma Denis Pineda, executivo da Universal Robots

Robôs colaborativos

Um dos principais motores dessa transformação são os robôs colaborativos, conhecidos como cobots. Diferentes dos robôs industriais tradicionais, eles são mais leves, seguros e capazes de trabalhar lado a lado com humanos. Seu preço varia entre US$ 20 mil e US$ 70 mil, e as aplicações vão de linhas de montagem e logística até os setores de saúde e hospitalidade. “Eles são ideais para pequenas e médias empresas que estão começando na automação”, explica Adrian Covi, da ABB Robótica.

Além das fábricas, a robótica também avança na medicina. Cirurgias delicadas, como as realizadas pelo urologista Bruno Benigno no Hospital Oswaldo Cruz, já contam com precisão robótica para remover tumores, preservando tecidos saudáveis. Outro segmento em crescimento é o dos robôs miniaturizados, usados em locais de difícil acesso, como fornos industriais e plataformas marítimas, reduzindo riscos humanos.

Embora ainda distante das potências globais, o Brasil mostra sinais de amadurecimento. Com o avanço dos cobots, da inteligência artificial e dos AMRs, especialistas acreditam que o país viverá uma nova fase de automação — não só nas indústrias, mas também dentro das casas.

Banco Central argentino fecha parceria de US$ 20 bilhões com Tesouro Americano

Nesta segunda-feira (20), o Banco Central da Argentina anunciou a assinatura de um acordo de estabilização cambial com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. O valor da parceria está avaliado em US$ 20 bilhões. Entretanto, o movimento levanta a questão da dependência argentina em outros países.

De acordo com a nota oficial divulgada pelo BC argentino, a iniciativa tem como objetivo “contribuir para a estabilidade macroeconômica da Argentina, com ênfase especial na preservação da estabilidade de preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável.”. A medida oferece um respiro momentâneo de alívio à economia argentina, através de operações bilaterais de moedas.

Acordo entre os países

A iniciativa entre a Argentina e os Estados Unidos consiste na realização de operações bilaterais de swap de moedas entre as duas partes. Um swap de moedas consiste na troca de determinada quantia em uma moeda por outras, entre dois países ou instituições financeiras, com a promessa desse valor ser revertido em uma operação futura. 

No acordo atual, por exemplo, o Banco Central da Argentina recebe dólares dos EUA, e em troca, a Argentina entrega pesos aos EUA ou se compromete em devolver o valor em dólares, após um período acordado entre os países. De acordo com o BC argentino, o acordo permitirá ampliar o conjunto de instrumentos de política monetária e cambial, o que permite que as reservas internacionais da Argentina sejam fortalecidas.

A divulgação da iniciativa movimentou de forma imediata os mercados, com o peso argentino sendo valorizado. Além disso, as ações argentinas que estavam sendo negociadas em Nova York e os títulos internacionais do país tiveram alta, simbolizando sinais de otimismo por parte dos investidores. Apesar do entusiasmos, analistas apontam que o resultado positivo do swap depende da capacidade do governo argentino em implementar reformas estruturais e garantir apoio político interno.


Donald Trump e Javier Milei juntos (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Kevin Dietsch)

Caráter político

Contudo, no cenário político, o acordo figura como um teste de credibilidade para o governo de Javier Milei, que aposta no apoio externo dos EUA. Como relevado pela Forbes Brasil, o acordo entre os países sai da linha do gesto diplomático e se ressignifica como uma tentativa de estabilizar a economia argentina com apoio de Washington. Isso acende o debate sobre o real motivo e a dependência econômica da Argentina no apoio de outros países. 

A transição atraiu críticas por parte da senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts. Ela é autora da Lei de Não Resgate a Argentina – que tem como objetivo proibir que o governo Trump ajude os mercados financeiros e os investidores da Argentina. Em carta enviada ao secretário do Tesouro, Elizabeth julgou a iniciativa, afirmando estar preocupada com os planos de Trump de ajudar outro país em meio a paralisação de seu próprio. 

Empresas projetam mais de US$ 35 bilhões em custos com tarifas dos EUA

As corporações internacionais contabilizaram um impacto significativo devido às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, com a projeção ultrapassando a casa dos US$ 35 bilhões. Entretanto, apesar da expectativa do mercado internacional, os acordos feitos entre os EUA e demais países têm dado uma visão mais ampla de possível estabilidade. 

De acordo com levantamento feito pela Reuters a partir de declarações corporativas, registros regulatórios e teleconferências, as empresas esperavam que o impacto financeiro fosse entre US$ 21 bilhões a US$ 22 bilhões, ainda neste ano. Apesar das tensões comerciais entre o país norte-americano e outros países – o que levou os Estados Unidos a atingirem os níveis mais altos de tarifas desde 1930 -, o mercado vem mostrando sinais de estabilização, à medida que novos acordos são feitos. 

Impacto Financeiro

As empresas multinacionais vêem o reflexo das tarifas norte-americanas de forma concreta em seus resultados financeiros. O valor de US$ 35 milhões supera a expectativa inicial registrada em maio de US$ 34 bilhões. Para 2025 a expectativa do efeito financeiro era de até US$ 22 bilhões; já para 2026, o teto beira os US$ 15 bilhões. Esses valores são baseados nas análises de maio, que foram feitas após as tarifas impostas em abril pelo governo dos EUA, com o dia sendo apelidado de “Dia da Libertação”.

Os custos elevam as pressões sobre o mercado internacional. A Stellantis, por exemplo, declarou um prejuízo de 1,5 bilhões de euros em julho, causado pelas tarifas dos EUA. Outros setores, contudo, foram beneficiados, como o setor de bebidas. A Remy Cointreau e a Pernod Ricard, ambas fabricantes de bebidas da França, diminuíram suas expectativas de impacto após o acordo entre a UE (União Europeia) e os EUA. 

Mas o cenário que fez com que as expectativas das companhias globais mudassem foi o acordo por taxas menores entre os EUA e o Japão, com as tarifas sendo de 15%. A Toyota, empresa japonesa do setor automobilístico, realizou uma projeção de US$ 9,5 bilhões, mostrando um impacto claro da desigualdade nos efeitos causados em diferentes empresas. 


Acordo entre EUA e Japão abaixou as tarifas comerciais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Expectativas de estabilidade

Apesar dos valores elevados, existem sinais de que o mercado possa entrar em uma fase de maior previsibilidade, graças aos acordos feitos pelos EUA com a UE e o Japão, que levaram as muitas empresas a reduzirem suas estimativas iniciais para um pior cenário no mercado.

Em entrevista à Reuters, Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, afirmou que “as tarifas estão ficando cada vez mais claras”, indicando que os acordos estão possibilitando uma visão mais ampla do cenário e não o restringindo a resultados negativos. De acordo com ele, as tarifas serão consideradas variáveis a serem gerenciadas pelos negócios. Isso não significa que a incerteza do mercado desapareceu, devido à possibilidade de novas taxas impostas por Trump a qualquer momento, mas que talvez a fase atual seja de maior estabilidade do que o previsto. 

Diplomacia em foco: Brasil e EUA se reúnem para tratar de tarifaço em Washington

Brasília e Washington voltam a centralizar as atenções do cenário político-econômico internacional nesta quinta-feira (16), com a realização de uma reunião crucial de negociação entre o Brasil e os Estados Unidos. O encontro, que ocorrerá na capital norte-americana, visa discutir as tarifas impostas recentemente pelos EUA sobre uma gama de produtos brasileiros.

A pauta de negociações, confirmada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é liderada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, designado pelo presidente Donald Trump para representar os interesses americanos.

Diplomacia brasileira tenta reverter sobretaxa de Trump

A reunião presencial em Washington concretiza o acerto telefônico da semana anterior entre Vieira e Rubio. A diplomacia brasileira, com o chanceler em Washington desde a véspera e em preparação com técnicos do governo, busca uma solução para a sobretaxa de 50% anunciada por Trump, que atingiu diversas exportações brasileiras. Uma fonte com conhecimento do assunto, falando à Reuters sob anonimato, confirmou o agendamento da cúpula para hoje.

O contexto que envolve a imposição das tarifas é complexo e inclui elementos políticos. Trump justificou a medida citando, entre outros motivos, o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, o qual o líder norte-americano classificou como “caça às bruxas”.


Matéria sobre a primeira reunião para negociar tarifaço (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Lula adota tom pragmático e reforça foco econômico em diálogo

Apesar da polarização política, o presidente Lula buscou sinalizar um foco pragmático nas tratativas comerciais. Durante discurso em cerimônia no Rio de Janeiro, na quarta-feira (15), Lula detalhou a recente conversa telefônica com Trump, mencionando que a questão do ex-presidente Bolsonaro não fez parte do diálogo, que se concentrou em temas da agenda econômica bilateral.

Em tom descontraído, Lula brincou com a declaração de Trump sobre a “excelente química” que teriam tido em um breve encontro na Assembleia-Geral da ONU, ao dizer que na ligação, “não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, destacando a importância da pauta econômica.

A reunião entre Vieira e Rubio testa o nível de aproximação e o canal de diálogo estabelecido entre os dois governos, após um período de tensões comerciais e políticas. A expectativa é que o encontro possa pavimentar o caminho para a suspensão ou, pelo menos, a redução das tarifas adicionais, essenciais para o reequilíbrio das relações comerciais e para o setor exportador brasileiro. O resultado deste diálogo definirá a trajetória da relação bilateral e o futuro das exportações do Brasil para um de seus principais parceiros comerciais.

Conflito com a China: Trump ameaça retaliação por queda nas compras de soja

O clima comercial entre Washington e Pequim se agravou novamente nesta terça-feira (14). Em publicação no Truth Social, Donald Trump classificou como um “ato economicamente hostil” a decisão da China de reduzir drasticamente as compras de soja americana. O presidente deixou claro que os Estados Unidos podem adotar medidas de retaliação, incluindo cortes em produtos como o óleo de cozinha, afirmando que o país tem capacidade de produção própria.

Estamos considerando encerrar negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e a outros produtos comerciais como forma de retaliação a atos economicamente hostis. Podemos facilmente produzir óleo de cozinha internamente, não precisamos comprá-lo da China, escreveu Trump.

Em Mar-a-Lago, assessores do presidente afirmaram que ele acompanha de perto os relatórios sobre exportações agrícolas e avalia novas medidas caso a China não reverta a redução nas compras de soja americana.

Soja no centro da disputa

A China, maior compradora mundial de soja, reduziu nos últimos meses suas aquisições dos Estados Unidos, favorecendo o Brasil e a Argentina. A decisão tem impactos imediatos para agricultores americanos, que dependem das exportações para manter suas plantações e empregos locais.

Em Des Moines, Iowa, um produtor resumiu o impacto: Cada tonelada que a China deixa de comprar pesa no nosso orçamento. Isso afeta plantações, empregos e todo o mercado local”. Economistas alertam que a queda nas vendas pode repercutir nos preços globais e comprometer contratos futuros de exportação.


Donald J. Trump em publicação no Truth Social (Foto: reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)

Tarifas, tecnologia e geopolítica

A retaliação americana não é inédita. Trump já mantém ordens tarifárias sobre bilhões de dólares em produtos chineses, alegando a necessidade de reduzir o déficit comercial, trazer de volta produção perdida e frear o tráfico de fentanil.

Além das questões econômicas, Estados Unidos e China divergem sobre tecnologia, direitos humanos, a origem da pandemia de covid-19 e tensões geopolíticas envolvendo Hong Kong, Taiwan e Ucrânia. Especialistas alertam que qualquer medida de retaliação imediata terá efeitos diretos sobre produtores americanos, cadeias globais de suprimentos e preços de alimentos. O governo americano ainda não divulgou quais setores seriam afetados além do óleo de cozinha, mas a ameaça reforça o clima de tensão comercial e política entre as duas maiores economias do mundo.

OpenAI escolhe a Argentina e deixa o Brasil fora do mapa da IA

O anúncio veio numa sexta à tarde, em Buenos Aires. A OpenAI e a Sur Energy assinaram uma carta de intenções que mudaria o mapa digital da América Latina. O primeiro Stargate do continente, um megadata center de até 500 MW e avaliado em US$ 25 bilhões, terá endereço na Argentina, marcando um passo gigante na infraestrutura digital da região.

O Brasil parecia o destino óbvio. Centros de inovação consolidados, startups maduras. Ainda assim, não foi escolhido. Custos altos de energia, processos burocráticos lentos e incentivos incertos pesaram contra.

Investimento bilionário e energia competitiva

A Sur Energy ficará à frente do projeto, e a OpenAI será a principal compradora da capacidade do centro. O Stargate Argentina coloca o país como hub digital e mostra que regras claras e previsibilidade contam muito. O RIGI, regime de incentivos fiscais, simplifica licenças, reduz impostos e garante estabilidade por até 30 anos.


OpenAI investe US$ 25 bilhões na região da Patagônia Argentina (Foto: reprodução/X/Argentina's Milei News @ArgMilei)

No Brasil, esse tipo de benefício é limitado e sujeito a mudanças, dificultando grandes investimentos. Além disso, a Argentina tem energia renovável abundante e barata, com contratos de longo prazo que mantêm um data center desse porte funcionando sem interrupções. O Brasil, em comparação, ainda lida com tarifas elevadas e uma matriz tributária complexa, o que encarece operações de grande escala.

Burocracia, oportunidade perdida e um espelho para o Brasil

Aqui, qualquer licença pode levar meses, e consultas públicas frequentemente se arrastam. A insegurança jurídica é rotina. Um ex-consultor do BNDES resume: “É difícil negociar um projeto desse tamanho num país onde o atraso custa caro, mesmo que ninguém veja.”

O país não perde apenas dinheiro. Em Buenos Aires, o Stargate já começa a ser usado pelo governo argentino. Cada experiência, cada teste de IA, dá à Argentina uma vantagem de aprendizado que o Brasil terá de alcançar. A decisão deixa claro o que o Brasil ainda precisa: infraestrutura confiável, energia competitiva e um ambiente político e fiscal estável. Enquanto a Argentina comemora e avança na corrida tecnológica, o Brasil vê o trem da inovação partir.

Ouro atinge novo recorde com tensão global e corte de juros à vista

O ouro ultrapassou a marca histórica de US$ 4.100 por onça na segunda-feira (13), em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e à expectativa de corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve. A cotação à vista chegou a US$ 4.116,77 no início da tarde, segundo dados de mercado. O movimento reflete a busca global por ativos considerados seguros em um cenário de instabilidade geopolítica e incertezas econômicas.

Investidores apostam em ouro meio à incerteza

A valorização do ouro neste ano já acumula alta de 56%, impulsionada por fatores como compras de bancos centrais, fluxo crescente de investidores institucionais e sinais de desaceleração monetária nos EUA. Com a tensão política reacendida pelo presidente americano Donald Trump e a sinalização do Fed para cortes em outubro e dezembro, investidores correram para proteger seus ativos.


Publicação da CNN Brasil (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil Money)

A corrida por segurança vem crescendo desde o rompimento da trégua comercial entre EUA e China. O anúncio de Trump, feito na última sexta-feira, desestabilizou os mercados globais e reforçou o papel do ouro como proteção contra riscos. Além disso, o Federal Reserve deve cortar os juros em 0,25 ponto percentual ainda em outubro, com chances de nova redução em dezembro. Taxas mais baixas favorecem o ouro, por se tratar de um ativo sem rendimento, que se valoriza quando o custo de oportunidade de mantê-lo cai.

Alta histórica atrai investidores e movimenta mercado brasileiro

Com o novo recorde internacional, o ouro também despertou o interesse de investidores brasileiros. Dados da B3 apontam crescimento de 700% no volume de negociação do Contrato Futuro de Ouro no último trimestre, com destaque para a participação de estrangeiros e pessoas físicas. Esse movimento reflete a busca por ativos mais seguros em meio à volatilidade do cenário econômico.

Além disso, a isenção de tarifas oferecida pela bolsa brasileira até novembro impulsionou ainda mais o número de negociações. Especialistas afirmam que, diante da valorização histórica, o ouro volta a ganhar força como alternativa de proteção e diversificação de carteira. ETFs como o GOLD11 e GLDX11 também ganharam força, oferecendo exposição direta ao metal. Para especialistas, a tendência é que o ouro continue em alta, podendo chegar a US$ 5.000 até o fim de 2026, especialmente se as tensões geopolíticas persistirem e os cortes de juros se confirmarem.

BSOP 2025 quebra recordes com buy-in de US$100 mil e prêmio garantido de US$4 milhões

A BSOP Millions 2025 promete redefinir o panorama do poker brasileiro e latino-americano. Pela primeira vez na história do circuito, um evento será realizado com um buy-in de US$100.000, sinal claro de amadurecimento e internacionalização do mercado.

O festival, marcado para ocorrer entre os dias 14 e 29 de novembro em São Paulo, já é tratado como o maior encontro do gênero no hemisfério sul. Com um Main Event que assegura um prêmio de US$4 milhões, a competição ganha relevância esportiva, cultural e econômica, atraindo tanto jogadores experientes quanto novos investidores do entretenimento.

Estrutura do festival e a dimensão inédita dos eventos

A grandiosidade do BSOP 2025 reflete uma organização que busca dialogar com os padrões das principais séries mundiais. Essa busca por excelência também passa pela digitalização de processos, semelhante ao que se observa nas plataformas que analisam desempenho e transparência das melhores salas de poker, nas quais fatores como payout, rakeback, interface fluida e relatórios de confiabilidade determinam a preferência de jogadores globais. No contexto da BSOP, esse cuidado se traduz na oferta de torneios bem estruturados, horários precisos e suporte técnico de nível internacional.


BSOP Foz do Iguaçu (Vídeo: reprodução/ YouTube/PokerStars Brasil)

A programação incluirá satélites presenciais e online, torneios paralelos de diferentes formatos e masters dedicados a categorias específicas, como Pot-Limit Omaha e Mixed Games. O ponto alto, contudo, será o Super High Roller de seis dígitos, paradigma de status e desafio técnico.

O impacto econômico e a nova indústria de experiência

O crescimento da BSOP não se resume às mesas. O evento movimenta setores inteiros da economia de São Paulo, do turismo de luxo às operações hoteleiras de alto padrão. Restaurantes, espaços culturais e lojas de grife ajustam seus calendários para receber um público global que mistura profissionais das cartas, empresários e celebridades.

O torneio passa a ser vitrine de um novo tipo de consumo de entretenimento, pautado pela experiência integral. Jantares temáticos, desfiles e ativações de marcas reforçam a imagem de um poker sofisticado, distante dos estereótipos de aposta casual. Com ingressos premium, áreas de hospitalidade e transmissões em alta definição, a BSOP consolida um formato de evento híbrido, esportivo e social ao mesmo tempo.

Uma virada de status para o poker brasileiro

A introdução de um buy-in de US$100.000 simboliza mais do que um aumento de valores. É o reconhecimento de que o país possui uma base técnica e organizacional madura, capaz de receber elites do circuito mundial. Jogadores profissionais de países da Europa e das Américas já confirmam presença, enquanto nomes consagrados do cenário nacional planejam formar times e patrocínios.

A visibilidade global coloca o Brasil em posição de destaque, atraindo plataformas digitais, criadores de conteúdo e investidores interessados na interseção entre esporte e tecnologia. A profissionalização das transmissões e o rigor do compliance reforçam a credibilidade do campeonato e o aproximam dos modelos consagrados de e-sports e ligas internacionais.

Moda, celebridades e o poker como lifestyle

Nos últimos anos, o poker ultrapassou o ambiente estritamente esportivo e passou a dialogar com a moda e o entretenimento. A BSOP 2025 deve consolidar essa tendência. Grifes nacionais planejam coleções inspiradas na estética das mesas, com referências a fichas, naipes e têxteis de luxo.

Celebridades influentes no universo digital confirmam presença não apenas como jogadoras, mas também como embaixadoras de estilo. O jogo de habilidade transforma-se em linguagem visual, com desfiles, editoriais e campanhas publicitárias vinculadas à atmosfera luxuosa do torneio. Esse cruzamento de universos alimenta uma narrativa de glamour equilibrada por disciplina e estratégia, reforçando a percepção do poker como símbolo contemporâneo de elegância racional e controle emocional.

Calendário e expectativas do público

O cronograma divulgado pela organização prevê quinze dias de competição intensa. As etapas classificatórias ocorrerão nos primeiros dez dias, seguidas pelos high rollers e pela final televisionada no último fim de semana. Além disso, haverá eventos paralelos dedicados ao público amador, pensados para reduzir a distância entre as superestrelas e os entusiastas comuns. Oficinas de leitura de mãos, painéis sobre gestão de bankroll e mesas de caridade devem compor a programação.

A estrutura de premiação escalonada visa atingir diferentes perfis e orçamentos. O formato híbrido, com transmissões ao vivo e mesas filmadas com sensores RFID, reafirma a vocação tecnológica da BSOP, que se posiciona como referência em transparência e inovação dentro do calendário esportivo nacional.

O significado simbólico da aposta recorde

Estabelecer um buy-in de US$100.000 é também um gesto de confiança no mercado local. Representa a percepção de que há demanda e infraestrutura capazes de sustentar eventos de alto risco e retorno. Ao incluir um Main Event com prêmio garantido de US$4 milhões, a organização envia sinal claro de prioridade em escala e credibilidade.

Essa estratégia fortalece o Brasil como polo regional de eventos de grande porte, fomentando profissionais em diversos ramos: produção audiovisual, marketing esportivo, tecnologia de gestão e turismo. O poker, nesse contexto, deixa de ser nicho e assume status de indústria criativa. A presença de marcas internacionais e transmissões multilíngues reforça o potencial de exportação de conteúdo, transformando a BSOP em plataforma de identidade nacional contemporânea.

Visão de futuro e legado para o esporte

Os desdobramentos desse salto financeiro e simbólico vão além de 2025. A expectativa é que o modelo inaugurado em São Paulo inspire outras cidades a desenvolver circuitos regionais. O foco em profissionalização, fair play e estrutura de ponta pode criar uma geração de novos talentos. A médio prazo, a consolidação de um calendário fixo posicionará o poker como disciplina regular dentro do ecossistema esportivo brasileiro.

O legado mais importante, contudo, será cultural: o reconhecimento do jogo como atividade de raciocínio lógico, estratégia e habilidade social. Essa visão amplia horizontes para estudos acadêmicos, desenvolvimento de software, design de torneios e inclusão tecnológica. O sucesso da BSOP 2025, portanto, é também o sucesso de uma nova mentalidade sobre o que significa competir e entreter de forma inteligente e responsável, dentro de padrões internacionais de excelência.

Crescimento Otimista em 2025: Moody’s prevê PIB do Brasil em 2,5%

A agência de risco Moody’s Analytics surpreendeu o mercado ao revisar para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2,5% em 2025. O otimismo, detalhado em relatório sobre a América Latina divulgado nesta quarta-feira (8), coloca a agência com uma perspectiva ligeiramente mais positiva do que o consenso de mercado, atualmente em 2,16% conforme o último Boletim Focus.

A performance econômica brasileira, que a agência classifica como “melhor do que o esperado neste ano”, é atribuída primariamente a dois pilares de sustentação: um mercado de trabalho robusto e a força da moeda nacional, o Real. Segundo a Moody’s Analytics, esses fatores têm sido os principais motores do consumo privado, injetando dinamismo na economia.

Projeção para 2026 e o impacto da Selic

Apesar do cenário favorável para o ano corrente, o horizonte se mostra mais cauteloso para 2026. A agência projeta uma desaceleração do crescimento do PIB brasileiro, que deve recuar para 1,8%. Essa previsão está intimamente ligada à manutenção de uma política monetária restritiva.

O relatório aponta que a persistência das atuais restrições monetárias, somada à tradicional cautela do ciclo eleitoral, deve impactar negativamente o investimento. A expectativa do mercado, inclusive a sinalizada pelo Banco Central, é que a taxa básica de juros, a Selic, seja mantida em um patamar elevado de 15% por um “longo período”, mesmo após o encerramento do ciclo de alta. Esse cenário de juros altos tende a frear o ímpeto da economia a médio prazo.


Matéria sobre a previsão de crescimento do PIB no Brasil (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)

América latina mostra resiliência, mas abaixo do potencial

O olhar da Moody’s Analytics se estende para toda a América Latina, que demonstrou resiliência ao longo de 2025. A região, apesar de enfrentar desafios como a inflação, taxas de juros elevadas e incertezas globais (incluindo tarifas dos Estados Unidos), projeta um crescimento de 2,3% em seu PIB regional. No entanto, a agência classifica esse número como “abaixo do potencial” da região.

A partir deste mês, a América Latina entra oficialmente em uma temporada eleitoral, começando pela Argentina em outubro e Chile em novembro. Esse fator político é considerado crucial, devendo influenciar consideravelmente os rumos econômicos regionais. Seguindo a tendência brasileira, a projeção é que a região também registre um recuo em 2026, com o crescimento do PIB caindo para 2%. A agência adverte que as incertezas continuarão a ser um desafio adicional, especialmente para o México, devido à sua forte dependência comercial dos EUA.

Vizinhança em Foco: Argentina e Chile

A análise detalhada dos vizinhos revela cenários contrastantes e complexos. Na Argentina, a economia sofreu uma deterioração após o governo de Javier Milei suspender os controles de capital, levando a uma corrida cambial e desvalorização acentuada do peso. Apesar do aumento nas taxas de juros ter prejudicado o consumo e o investimento, a Moody’s Analytics surpreendentemente projeta um crescimento de 4,5% neste ano e de 3,6% em 2026. Contudo, o relatório levanta preocupações sobre a governabilidade de Milei, que, segundo pesquisas, pode não obter maioria simples no Congresso. Isso poderia levar o mercado a desacreditar na continuidade das reformas fiscais e dificultar o avanço de sua agenda econômica.

Já no Chile, o cenário é de crescimento econômico desacelerado e mercado de trabalho enfraquecido. A deterioração da situação fiscal está frustrando os eleitores e deve dominar o debate nas campanhas presidenciais. Os analistas veem um cenário que “favorecerá coalizões da direita”, que podem assumir o controle da presidência e da Câmara dos Deputados, o que é visto como um “risco positivo para as perspectivas de finanças públicas e do investimento público”. A projeção para o PIB chileno é de 2,5%, impulsionada pela alta do cobre e uma política monetária mais flexível, desacelerando para 2% em 2026.