Anvisa proíbe substâncias em esmaltes de gel por risco de câncer e infertilidade

A Anvisa proíbe na última quarta-feira (29) o uso dos componentes TPO e DMPT em produtos para unhas no Brasil, alinhando-se à decisão da União Europeia que apontou riscos de câncer e infertilidade.

A medida abrange esmaltes e outros cosméticos de fotopolimerização usados tanto em salões quanto em casa. Os fabricantes terão prazo para adequação dos produtos e retirada do mercado, enquanto a agência reforça que a proibição visa proteger a saúde da população frente a substâncias químicas nocivas presentes em produtos de beleza.

Procedimento para retirada dos produtos

A Anvisa determinou que os fabricantes e distribuidores devem retirar do mercado, em até 90 dias, todos os produtos que contenham TPO e DMPT. O recolhimento abrange itens vendidos em lojas físicas e plataformas online, garantindo que cosméticos proibidos não continuem sendo comercializados.

Além disso, os responsáveis pelos produtos precisam apresentar relatórios à agência comprovando a retirada completa e informar sobre qualquer estoque remanescente. A fiscalização será reforçada para verificar o cumprimento da medida, que visa reduzir os riscos à saúde de consumidores e profissionais que usam esses produtos com frequência.


Detalhes sobre a proibição das substâncias no Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rádio CBN)


Riscos identificados pelos estudos

Estudos sobre a substância TPO apontaram que, em testes laboratoriais com animais, a exposição em altas doses causou alterações no sistema reprodutivo, incluindo redução da fertilidade. Pesquisadores também identificaram sinais de que a substância pode provocar câncer, o que motivou sua classificação como possivelmente prejudicial à saúde e à reprodução humana.

Já a DMPT, presente em diversos produtos de unhas, foi associada a riscos semelhantes, incluindo efeitos mutagênicos e suspeita de causar tumores. Embora a exposição cotidiana seja geralmente menor que as doses testadas, especialistas ressaltam que o uso frequente e prolongado, especialmente por profissionais de salão, aumenta a preocupação e reforça a necessidade de proibição para proteger a saúde da população.

A Anvisa proíbe produtos com TPO e DMPT e estabelece prazo de 90 dias para retirada, reforçando a segurança dos consumidores e profissionais de beleza.

Beauty Legs by Fotona: o novo olhar sobre o cuidado com as pernas

Depois de anos de pesquisa e tecnologia, o Dr. Igor Sincos lança, junto com a sua equipe, o tratamento que promete revolucionar a estética vascular e devolver confiança, firmeza e liberdade às mulheres.

A medicina e a estética vivem um momento de transformação. E foi unindo essas duas áreas que o cirurgião vascular e endovascular Dr. Igor Sincos desenvolveu o Beauty Legs by Fotona, um protocolo exclusivo que trata as pernas de forma completa: Da saúde vascular à beleza da pele.

Antes mesmo do lançamento oficial, o tratamento já chamou atenção. A apresentadora Ana Hickmann foi uma das primeiras pacientes a experimentar o Beauty Legs e aprovou os resultados, destacando a tecnologia e o cuidado envolvidos no processo. As imagens do momento registram uma nova fase no conceito de estética vascular.


Atendimento com Ana Hickmann (Foto: reprodução/Letícia Rabelo e Gallo Assessoria de Comunicação)


O que é o Beauty Legs by Fotona

É uma nova forma de olhar para as pernas. O protocolo combina o que há de mais moderno na tecnologia Fotona, reconhecida como a mais avançada tecnologia de laser do mundo, com a expertise do Dr. Igor em saúde vascular.

Enquanto o laser atua na flacidez, textura, manchas e celulite, o olhar vascular garante que todo o processo seja seguro, personalizado e eficaz. O resultado é uma pele mais firme, uniforme e saudável e, principalmente, uma nova relação de confiança com o próprio corpo.

Diferenciais do Beauty Legs

O grande diferencial do Beauty Legs está na forma como ele une ciência e estética em um único protocolo. São mais de quatro ponteiras do laser Fotona, aplicadas em sequência e ajustadas de forma inteligente para atuar em diferentes camadas da pele e tecidos.

Essa tecnologia estimula a produção de colágeno, melhora a circulação e suaviza irregularidades, atuando de dentro para fora sem dor, sem tempo de recuperação e com resultados progressivos com o avanço das sessões.


Evento Beauty Legs (Foto: reprodução/Letícia Rabelo e Gallo Assessoria de Comunicação)


O lançamento do Beauty Legs by Fotona

O evento de lançamento marcou oficialmente a chegada do Beauty Legs ao público. Realizado em São Paulo, reuniu profissionais da saúde, convidados e parceiros que puderam conhecer de perto a inovação por trás do tratamento.

A noite foi marcada por emoção, tecnologia e celebração: O encerramento de um ciclo de estudos e testes que deram origem a um protocolo que promete transformar o cuidado com as pernas em algo mais completo, seguro e verdadeiro.


Evento Beauty Legs (Foto: reprodução/Letícia Rabelo e Gallo Assessoria de Comunicação)


Onde realizar o tratamento

O Beauty Legs by Fotona é um protocolo exclusivo do Dr. Igor Sincos e está disponível na clínica Endovascular São Paulo e Oxy Prime. Localizada ao lado do Parque Ibirapuera, em meio à natureza, a clínica reúne tecnologia, conforto e uma equipe especializada, oferecendo avaliações individualizadas e tratamentos personalizados.



Como agendar sua avaliação

As pacientes interessadas podem agendar sua avaliação diretamente pelo site ou WhatsApp das clínicas. Durante a consulta, a equipe realiza uma análise completa da saúde vascular e estética das pernas, identificando o melhor plano de tratamento para o caso de cada paciente.

Um novo capítulo para a estética vascular

O Beauty Legs representa uma nova filosofia: olhar para as pernas com o mesmo cuidado e atenção que se dedica ao rosto.
Com base científica, tecnologia avançada e resultados eficazes, o protocolo é uma solução para viver com leveza, confiança e liberdade.

Tratar varizes é importante, mas o verdadeiro resultado vem quando olhamos para a perna como um todo: da saúde à estética. O Beauty Legs nasceu dessa visão de cuidado completo.”

— Dr. Igor Sincos

Texto desenvolvido pela equipe Vita Marketing, em colaboração com Dr. Igor Sincos e sua equipe.

Mounjaro é aprovado no Brasil para tratar apneia do sono: entenda o avanço da medicina metabólica

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira (20), o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da apneia obstrutiva do sono (AOS) em adultos com obesidade. A decisão amplia o uso do fármaco, que já era aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2 e para o controle de peso em pacientes com índice de massa corporal elevado.

A aprovação coloca o Brasil entre os primeiros países da América Latina a autorizar a nova indicação, após resultados clínicos que mostraram redução significativa dos episódios de apneia e melhora da qualidade do sono em pacientes obesos tratados com o medicamento.

Segundo a Anvisa, a tirzepatida “atua de forma dupla nos hormônios que controlam o apetite e o metabolismo”, o que auxilia tanto na perda de peso quanto na redução de sintomas respiratórios noturnos.

O que é o Mounjaro e como ele age

O Mounjaro, produzido pela farmacêutica Eli Lilly, contém a substância tirzepatida, que atua sobre os receptores GLP-1 e GIP — hormônios que regulam o metabolismo da glicose e o apetite. Essa ação combinada promove controle glicêmico, redução de gordura corporal e, em consequência, melhora dos sintomas relacionados à apneia do sono.


Injeção de Mounjaro, medicamento para diabetes tipo 2 (Foto:reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)

De acordo com os estudos apresentados à Anvisa, pacientes tratados com tirzepatida tiveram redução de até 63% nos episódios de apneia por hora de sono, em comparação ao grupo placebo. Além disso, muitos participantes relataram menor cansaço diurno e melhora da disposição e do humor.

O medicamento é aplicado por injeção subcutânea semanalmente, e seu uso deve ser prescrito e acompanhado por um médico. Assim como em outras terapias à base de agonistas de GLP-1, os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, diarreia e perda de apetite nas primeiras semanas de uso.

Apneia e obesidade: uma relação silenciosa e perigosa

A apneia do sono é um distúrbio caracterizado pela interrupção temporária da respiração durante o sono, o que pode causar roncos, fadiga crônica e aumento do risco de doenças cardiovasculares. No Brasil, estima-se que cerca de 49% dos adultos com obesidade sofram de algum grau de apneia, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.


Apneia do sono (Foto:reprodução/Pinterest/@CPAPS)

Até então, o tratamento padrão combinava uso de aparelhos CPAP (que mantêm as vias aéreas abertas durante o sono) com mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, cirurgias. A introdução de um medicamento capaz de atacar a causa metabólica da doença — a obesidade — representa uma nova esperança para pacientes que não se adaptam aos métodos tradicionais.

Em entrevista ao G1, especialistas afirmaram que a aprovação do Mounjaro é “um marco na abordagem integrada” da apneia. “Tratar a obesidade é também tratar a apneia, porque a gordura cervical e abdominal interfere diretamente na respiração durante o sono”, explicou o endocrinologista Ricardo Meirelles.

O impacto da aprovação no Brasil e no mundo

A decisão da Anvisa segue os passos da FDA (agência regulatória dos Estados Unidos), que já havia aprovado o Mounjaro para a mesma indicação em 2024. Lá, o medicamento ganhou destaque por proporcionar melhoras clínicas mesmo em pacientes sem uso contínuo de CPAP, o que ampliou as opções terapêuticas e despertou interesse entre especialistas em sono e endocrinologia.

No Brasil, o anúncio deve movimentar tanto o setor médico quanto o mercado farmacêutico. O preço do Mounjaro ainda é elevado — uma caixa com quatro doses semanais pode ultrapassar R$ 1.000, dependendo da dosagem, mas o número de prescrições tem crescido desde sua liberação para emagrecimento em 2023.

Além da questão clínica, a aprovação reacende o debate sobre o uso responsável de medicamentos para perda de peso, especialmente os chamados “injetáveis do emagrecimento”. A Anvisa reforça que a tirzepatida deve ser utilizada apenas com indicação médica e acompanhamento profissional, e que o uso recreativo ou estético é desaconselhado.Esperança para o futuro do tratamento

Com a nova indicação, o Mounjaro se torna o primeiro medicamento aprovado no Brasil para tratar simultaneamente obesidade e apneia do sono. A expectativa é que ele ajude a reduzir complicações associadas, como hipertensão, infarto e diabetes tipo 2, além de melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros.

O anúncio reforça o avanço da medicina metabólica e o papel das agências regulatórias em ampliar o acesso a terapias inovadoras. Para muitos pacientes, o Mounjaro representa mais do que uma injeção semanal: simboliza a possibilidade de respirar melhor — e viver melhor.

SUS incorpora remédio inédito e moderno no tratamento do câncer de mama

O Ministério da Saúde anunciou a chegada ao Brasil do medicamento Trastuzumabe Entansina, uma terapia moderna destinada ao tratamento do câncer de mama do tipo HER2-positivo, uma das formas mais agressivas da doença. O remédio será distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), beneficiando pacientes em tratamento e reduzindo a mortalidade. A medida foi celebrada como um marco no mês do Outubro Rosa, campanha de prevenção e conscientização sobre o câncer de mama.

Distribuição nacional e impacto direto nas pacientes

O primeiro lote, com 11.978 unidades, chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) nesta segunda-feira (13) e será distribuído às secretarias estaduais de saúde. O cronograma prevê três novas remessas até junho de 2026, com a expectativa de atender 100% da demanda já em 2025. O medicamento é indicado para mulheres que, mesmo após a quimioterapia inicial, ainda apresentam sinais da doença em estágio avançado, garantindo um tratamento mais eficaz e direcionado.

O Trastuzumabe Entansina atua de forma precisa, atacando apenas células tumorais que expressam a proteína HER2, o que reduz os danos às células saudáveis. Segundo o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer, José Barreto, o avanço é “gigantesco para a oncologia nacional” e pode “reduzir em até 50% a mortalidade das pacientes com câncer de mama do tipo HER2 positivo”. O governo investiu R$ 159,3 milhões na compra de 34,4 mil frascos e obteve um desconto de 50% em relação ao preço de mercado.


SUS inova no tratamento para o câncer de mama (Vídeo:reprodução/YouTube/@bandjornalismo)

Expansão de políticas e acesso ao diagnóstico precoce

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, comemorou a chegada do medicamento ao país. “HISTÓRICO: Medicamento ultra-moderno contra o câncer de mama chega ao Brasil para ser distribuído no SUS! O Trastuzumabe Entansina, que custa mais de R$ 11 mil por frasco na rede privada, agora será ofertado gratuitamente”, escreveu no X. O ministro ressaltou que o remédio representa um avanço real no tratamento das mulheres que ainda apresentam sinais da doença após a quimioterapia.

Além do novo medicamento, o Ministério da Saúde ampliará o uso de inibidores de ciclinas, como abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe, para casos metastáticos. Outra medida importante é a ampliação da faixa etária para a realização de mamografias, agora disponível a partir dos 40 anos, inclusive para mulheres sem histórico familiar. Em 2024, mais de 1 milhão de exames foram realizados em pacientes com menos de 50 anos, o que reforça o compromisso do governo com o diagnóstico precoce e a prevenção do câncer de mama.

Anvisa busca antídoto contra intoxicação por metanol

Anvisa acionou autoridades internacionais para viabilizar a importação do fomepizol, antídoto contra intoxicação por metanol. A medida ocorre após o registro de dezenas de casos no Brasil ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas

Ação emergencial para trazer o fomepizol ao Brasil

Diante do aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acionou autoridades reguladoras de diversos países para viabilizar a importação do antídoto conhecido como fomepizol. Até o momento, o Brasil já contabiliza 59 casos suspeitos de contaminação, sendo 11 confirmados em laboratório e 48 em investigação.

O medicamento, ainda sem registro sanitário no país, é considerado fundamental no tratamento da intoxicação, que pode causar sequelas graves e até levar à morte. Para acelerar sua chegada, a agência consultou formalmente órgãos reguladores dos Estados Unidos, Canadá, União Europeia, Argentina, México, Reino Unido, Japão, China, Suíça e Austrália, além de publicar edital para identificar fabricantes e distribuidores com disponibilidade imediata de fornecimento ao Ministério da Saúde.


Anvisa publica edital internacional por antídoto (foto: reprodução/Instagram/@anvisaoficial)

Alternativas e monitoramento nacional

Como medida emergencial, a Anvisa também identificou mais de 600 farmácias de manipulação com capacidade para preparar etanol em grau de pureza adequado para uso médico, considerado uma alternativa terapêutica ao fomepizol em situações de urgência.

Paralelamente, a agência reforçou a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária para ampliar a capacidade de análise de amostras suspeitas. Foram indicados o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz como referências para exames especializados.

O Ministério da Saúde, por sua vez, criou uma Sala de Situação para acompanhar os casos de intoxicação, coordenar estratégias de contenção e monitorar os riscos à população. O órgão destacou que as ocorrências estão relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, reforçando a necessidade de fiscalização e conscientização dos consumidores.

Com essas medidas, o Brasil busca garantir respostas rápidas para proteger a população diante da ameaça sanitária. O esforço conjunto entre Anvisa, Ministério da Saúde e laboratórios parceiros demonstra a gravidade do problema e a urgência em disponibilizar o tratamento adequado para evitar novas vítimas.

Bebidas adulteradas com metanol trazem riscos de intoxicação

Nos últimos dias, entre o mês de agosto e o mês de setembro, mais de oito casos de intoxicação por metanol foram notificados no estado de São Paulo. Além das oito pessoas intoxicadas, duas pessoas morreram na região metropolitana de São Paulo Capital. A ingestão do metanol aconteceu por meio de bebidas alcoólicas adulteradas.

Uma mulher foi contaminada pela substância depois de tomar três caipirinhas durante uma comemoração de aniversário. Após parar de enxergar de forma repentina, a designer de interiores foi internada, onde teve uma convulsão, o que levou a ela ser encaminhada para a UTI e intubada.

O que é o metanol

O metanol é um tipo de álcool, cuja fórmula química é CH₃OH, e é utilizado em combustíveis, como solvente e como líquido anticongelante. Ele também é a matéria base para a fabricação de formaldeídos – que são conhecidos como o formol. O metanol é um líquido sem cor (transparente), e é extremamente inflamável. O cheiro é parecido com o cheiro do álcool que pode ser tomado por humanos – o etanol –, por isso, caso o metanol esteja misturado com uma bebida alcoólica, a identificação é extremamente difícil.


Metanol é extremamente perigoso para a saúde humana (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalg1)


Após a ingestão do metanol, há a sensação de embriaguez forte ou de ressaca. Porém, os primeiros sintomas de intoxicação aparecem rapidamente, entre 12 a 24 horas após a ingestão. Eles são:

  • Náusea
  • Dor na barriga
  • Vômitos
  • Mente confusa 

Depois, os efeitos do químico no corpo humano podem evoluir de forma drástica. O CH₃OH pode causar danos permanentes à retina e ao nervo óptico, levando à cegueira repentina. Além disso, a substância pode levar a pessoa a ter danos permanentes nos rins e no fígado, podendo correr risco de danos cerebrais, que podem deixar a pessoa em coma ou levar até a morte.

Casos em São Paulo

Em menos de 20 dias, o estado de São Paulo registrou oito internações e três mortes suspeitas após a ingestão de metanol, em diversas cidades. A maior parte dos casos e as três mortes aconteceram na Região Metropolitana da capital. Uma mulher perdeu a visão e um jovem está em coma.

Especialistas alertam que a ingestão de metanol, mesmo que em pequenas quantidades, pode ser um risco severo para a saúde. A recomendação é não comprar bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, que são mais fáceis de adulterar. Bebidas baratas e drinks feitos na rua possuem uma maior chance de estarem contaminados com a substância tóxica.

Leucovorina: remédio defendido por Trump para autismo gera dúvidas sobre eficácia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou uma série de declarações nessa segunda-feira (22), em uma coletiva de imprensa diretamente da Casa Branca, sobre o autismo. Além de argumentar que o consumo de paracetamol por gestantes contribui para que a prole desenvolva a condição, Trump defendeu a utilização do farmacêutico leucovorina para o tratamento do transtorno. 

Junto ao chefe da Food and Drugs Administration (FDA, a agência de regulação sanitária dos Estados Unidos), Marty Makary, o governante estadunidense anunciou negociações para mudança no rótulo da leucovorina, a fim de facilitar o acesso à droga por indivíduos autistas no sistema público de saúde.

A primeira declaração, a respeito do paracetamol, foi criticada por entidades médicas estadunidenses pelos estudos sobre o tema ainda serem inconclusivos, mas e a leucovorina? Trump tem razão ao advogar pelo uso da substância?

Droga pode ser eficaz no combate à deficiência cerebral de folato

Para ser conciso, as pesquisas sobre a relevância da leucovorina para o tratamento de autismo encontram-se em estágio inicial. Estudos do começo dos anos 2000 mostraram que o remédio pode agir contra o bloqueio de um tipo de vitamina B (o folato) no sistema nervoso, experimentado por certos indivíduos com autismo. 


Neuropediatra Karen Baldin explica para quem o medicamento pode ser indicado (Vídeo: reprodução/YouTube/@neurodesenvolver)


Uma pesquisa de 2013, por sua vez, sugeriu que 75% das crianças com autismo apresentariam tal bloqueio. Ainda segundo esses testes, quando tratadas com leucovorina, foi observada uma melhora da linguagem e comunicação verbal das crianças.

Os resultados foram posteriormente confirmados em pequenos ensaios clínicos na França, Índia, Singapura, China e Irã. O pesquisador responsável, no entanto, foi categórico ao afirmar que cada caso é particular, pois cada organismo é diferente do outro.

Uso intensivo pode prejudicar bem-estar infantil

Os defensores do medicamento costumam dizer que, por consistir em uma alta dosagem vitamínica, ele não faz mal e o corpo elimina seu excesso. Há, no entanto, especialistas que contrariam essa tese. Evidências mostram que o uso excessivo de leucovorina em crianças podem intensificar problemas estomacais já presentes na rotina de crianças com autismo, como náusea, vômito, diarreia e perda de apetite.

Ainda mais sério é o risco de aumento de convulsões em pacientes que utilizam medicamentos anticonvulsivantes e intensificação da hiperatividade. A isso, soma-se o fato de que diferentes pesquisas apontam para efeitos modestos da substância no tratamento do autismo.

Nesse sentido, especialistas da área da saúde e funcionários da FDA, na condição de anonimato, ouvidos pela CNN dos Estados Unidos, opinaram que a aprovação de um medicamento tão pouco rigorosamente testado para tais fins pode abrir precedentes perigosos e criar falsas esperanças para várias famílias. 

Para o bem ou para o mal, a realidade é que as recentes ações de Trump provocaram uma alta expressiva na popularidade do medicamento entre as famílias com crianças no espectro autista, disparando, assim, a automedicação de uma droga cujos resultados científicos são ainda pouco conclusivos.

SUS antecipa exames de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos

O Ministério da Saúde anunciou, na terça-feira (23), uma mudança importante na política de rastreamento do câncer de mama no Brasil. Agora, mulheres entre 40 e 49 anos poderão realizar mamografia pelo SUS mesmo sem sintomas aparentes. A medida responde à alta incidência da doença nessa faixa etária e visa ampliar o diagnóstico precoce, essencial para aumentar as chances de cura.

Antes, a recomendação era restrita a mulheres de 50 a 69 anos. A nova diretriz surge após estudos mostrarem que 23% dos casos estão entre os 40 e 49 anos. A decisão sobre realizar o exame, no entanto, deve ser tomada em conjunto com o profissional de saúde, que vai orientar sobre os prós e contras do rastreamento precoce.

Diagnóstico precoce ganha força na saúde pública

Segundo dados do próprio ministério, cerca de 30% das mamografias feitas na rede pública em 2024 já foram em mulheres com menos de 50 anos, totalizando mais de 1 milhão de exames. No entanto, esse número ainda esbarra em dificuldades de acesso, especialmente para aquelas sem histórico familiar da doença ou sintomas visíveis.


Publicação do Ministério da Saúde (Foto: Reprodução/Instagram/@minsaude)


Ao ampliar o protocolo, o governo busca tornar o sistema mais eficiente e equitativo. “Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama“, afirmou o ministro Alexandre Padilha, em nota oficial. A mudança também fortalece as ações preventivas previstas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.

Faixa etária final também sobe e reforça cobertura

Além de iniciar o rastreamento mais cedo, o Ministério também estendeu a idade final para o exame preventivo. Mulheres poderão seguir fazendo mamografias pelo SUS até os 74 anos, cinco a mais que o limite anterior. Essa decisão acompanha o aumento da expectativa de vida e reconhece o envelhecimento como fator de risco.

Hoje, entre 50 e 74 anos, concentra-se cerca de 60% dos diagnósticos. Em 2024, o SUS realizou cerca de 4 milhões de mamografias e 376,7 mil exames diagnósticos. Os números reforçam a importância de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acesso universal à saúde da mulher.

Cera de ouvido pode ajudar no diagnóstico precoce do câncer

Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que a cera de ouvido pode se tornar ferramenta essencial no diagnóstico precoce do câncer. Primordialmente, o estudo mostrou que a composição da cera fornece pistas sobre alterações no organismo antes mesmo do surgimento dos tumores.

Nesse sentido, os pesquisadores explicam que a substância funciona como uma impressão digital da saúde. Assim, por estar protegida de contaminações externas e ser de fácil coleta, a cera garante resultados confiáveis e acessíveis.

Diagnóstico antecipado em voluntários

A pesquisa, iniciada há dez anos, contou com parceria do Hospital Amaral Carvalho, referência no tratamento oncológico. Foram coletadas amostras de 751 voluntários. Entre os participantes sem diagnóstico prévio, cinco apresentaram sinais suspeitos que depois confirmaram câncer em exames convencionais.

Outros 531 voluntários já em tratamento oncológico também participaram. Em todos esses casos, a análise da cera confirmou a presença da doença. A descoberta reforça o potencial da técnica como aliada contra diferentes tipos de câncer.

Resultados, impacto social e futuro da técnica

O voluntário José Luiz Spigolon, curado de um câncer de próstata em 2012, participou do estudo em 2019. O exame da cera apontou novas células suspeitas. Um exame de imagem confirmou o câncer pélvico. Após 36 sessões de radioterapia, novos testes mostraram a remissão da doença. Hoje, ele comemora estar livre do câncer.


Otorrino trata de doenças do ouvido, nariz, garganta e pescoço (Foto: reprodução/D-Keine/Getty Images Embed)


Desse modo, para os pesquisadores, o fato de detectar sinais antes do tumor visível pode revolucionar a prevenção. Segundo os médicos, quanto mais cedo ocorre o diagnóstico, maiores são as chances de cura total. Já a oncologista Patrícia Milhomen afirma que a técnica ainda precisa de regulamentação. No entanto, destaca que o baixo custo e a coleta simples podem ampliar o acesso ao diagnóstico rápido no Brasil.

Como resultado, o estudo foi publicado na revista Scientific Reports e está atraindo atenção internacional. Logo, pesquisadores acreditam que, com aprovação regulatória, o exame pode se tornar rotina em hospitais e clínicas, reduzindo desigualdades no acesso à saúde.

Pressão 12 por 8 passa a ser considerada pré-hipertensão em atualização médica

A pressão arterial considerada de risco no Brasil sofreu alteração após uma nova diretriz médica passar a classificar como pré-hipertensão valores entre 12 por 8 e 13,9 por 8,9. O anúncio ocorreu nesta quinta-feira (18), durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Hipertensão elaboraram o documento. A princípio, a mudança busca ressaltar a prevenção e orientar médicos a recomendar mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicamentos.

Tratamento mais rigoroso e escore de risco cardiovascular

Nesse ínterim, surge também a meta de tratamento. Antes, manter a pressão em até 14 por 9 era suficiente. Agora, a diretriz estabelece alvo abaixo de 13 por 8 para todos os hipertensos. Logo, o limite mais baixo pretende reduzir riscos de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Assim, quando o paciente não tolera reduções intensas, o médico deve buscar os níveis mais seguros possíveis.

Ao mesmo tempo, o relatório inclui o escore PREVENT, que calcula a chance de um evento cardiovascular em dez anos. O cálculo considera obesidade, diabete, colesterol alto e lesões em órgãos como rins e coração. A estratégia aproxima a prática clínica da medicina de precisão, permitindo condutas ajustadas ao risco individual.


Identifique a hipertensão (Vídeo: reprodução/YouTube/Drauzio Varella)

SUS e saúde da mulher em destaque

O texto também dedica um capítulo ao Sistema Único de Saúde. Ao passo que 75% dos hipertensos são acompanhados na rede pública, a diretriz adapta recomendações ao SUS. Entre as medidas, estão protocolos multiprofissionais, uso de medicamentos disponíveis e incentivo ao monitoramento com MAPA e MRPA.

Simultaneamente, a saúde feminina entra em pauta ao recomendar a aferição da pressão antes e durante o uso de anticoncepcionais, além de orientar tratamentos seguros na gestação. Todavia, também alerta para maior risco no peri e pós-menopausa e reforça acompanhamento de mulheres com histórico de hipertensão na gravidez.

Um desafio de saúde pública

Além disso, um estudo internacional apresentado em um congresso europeu aponta que a vacina contra herpes-zóster pode reduzir o risco de infarto e AVC, reforçando o papel da imunização na prevenção de complicações cardiovasculares.

Esse dado ganha ainda mais relevância diante da hipertensão, que atinge quase um terço dos brasileiros e permanece silenciosa. Apenas um terço dos pacientes controla adequadamente a doença, e, com a reclassificação e as novas metas, milhões podem ser considerados em risco. O desafio será transformar recomendações em práticas reais, tanto na saúde pública quanto privada.