Anvisa proíbe substâncias em esmaltes de gel por risco de câncer e infertilidade

Vigilância Sanitária do Brasil segue a União Europeia e veta os componentes TPO e DMPT presentes em produtos de cuidado das unhas, por riscos à saúde

30 out, 2025
Secagem de esmalte em gel na cabine de led | Reprodução/Instagram/@leandro.noriega
Secagem de esmalte em gel na cabine de led | Reprodução/Instagram/@leandro.noriega

A Anvisa proíbe na última quarta-feira (29) o uso dos componentes TPO e DMPT em produtos para unhas no Brasil, alinhando-se à decisão da União Europeia que apontou riscos de câncer e infertilidade.

A medida abrange esmaltes e outros cosméticos de fotopolimerização usados tanto em salões quanto em casa. Os fabricantes terão prazo para adequação dos produtos e retirada do mercado, enquanto a agência reforça que a proibição visa proteger a saúde da população frente a substâncias químicas nocivas presentes em produtos de beleza.

Procedimento para retirada dos produtos

A Anvisa determinou que os fabricantes e distribuidores devem retirar do mercado, em até 90 dias, todos os produtos que contenham TPO e DMPT. O recolhimento abrange itens vendidos em lojas físicas e plataformas online, garantindo que cosméticos proibidos não continuem sendo comercializados.

Além disso, os responsáveis pelos produtos precisam apresentar relatórios à agência comprovando a retirada completa e informar sobre qualquer estoque remanescente. A fiscalização será reforçada para verificar o cumprimento da medida, que visa reduzir os riscos à saúde de consumidores e profissionais que usam esses produtos com frequência.


Detalhes sobre a proibição das substâncias no Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/Rádio CBN)


Riscos identificados pelos estudos

Estudos sobre a substância TPO apontaram que, em testes laboratoriais com animais, a exposição em altas doses causou alterações no sistema reprodutivo, incluindo redução da fertilidade. Pesquisadores também identificaram sinais de que a substância pode provocar câncer, o que motivou sua classificação como possivelmente prejudicial à saúde e à reprodução humana.

Já a DMPT, presente em diversos produtos de unhas, foi associada a riscos semelhantes, incluindo efeitos mutagênicos e suspeita de causar tumores. Embora a exposição cotidiana seja geralmente menor que as doses testadas, especialistas ressaltam que o uso frequente e prolongado, especialmente por profissionais de salão, aumenta a preocupação e reforça a necessidade de proibição para proteger a saúde da população.

A Anvisa proíbe produtos com TPO e DMPT e estabelece prazo de 90 dias para retirada, reforçando a segurança dos consumidores e profissionais de beleza.

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