Em entrevista Giovanni Bianco lembra “A Lady Gaga me chamou para fazer a primeira capa de disco dela e eu não fiz”

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
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Foi ao ar no último domingo, 19 de fevereiro, mais um episódio do podcast Sala de Espera, no YouTube. Desta vez, o dermatologista Daniel Dziabas e o personal stylist Yan Acioli receberam o diretor criativo Giovanni Bianco. Em uma conversa cheia de trocas sinceras e aprendizados sobre a vida, o diretor contou aos amigos e apresentadores um pouco sobre sua trajetória, carreira, sonhos e sua relação com a idade atualmente. Estreada no dia 30 de junho de 2022, a série de podcast já recebeu diferentes convidados como Preta Gil, Manu Gavassi, Gkay, Gabriela Prioli, Pequena Lô, Juliana Paes, Mariana Rios, Lala Rudge, Fernanda Motta, Mirella Santos, Thelminha, Dani Calabresa, Rafa Kalimann, Nina Secrets, Luciana Gimenez, Juju Norremose e Tatá Fersoza.

Madonna, Versace, Anitta, Rihanna e Dolce & Gabanna são alguns dos nomes que já passaram pelas mãos do talentoso Giovanni Bianco. Considerado um dos brasileiros mais influentes na moda, o diretor criativo conta como começou a descobrir sua carreira: “Eu larguei a faculdade de engenharia, fui estudar no Parque Lage e ali eu tive essa brilhante sorte de encontrar pessoas que me encaminharam para um trabalho que eu jamais imaginaria. Quando eu me formei, o professor falou que eu não tinha talento para ser artista e pintor. Eu tinha o sonho de ser pintor e aí esse visionário [professor], -que na hora eu o odiei –, foi a pessoa que teve uma sensibilidade de me entender, porque ele falou: ‘Você é um artista, mas você é um artista de venda, você tem que ser publicitário e você vai ser um dos maiores publicitários do mundo’. E aí foi uma grande descoberta. Ele me apresentou a Ana Couto, que hoje é uma profissional brilhante de branding no Brasil, e eu comecei a conhecer aquilo que hoje é a minha profissão.”.

Porém foi só alguns anos depois, quando estava morando em Milão, que Giovanni foi apresentado e iniciou sua relação profissional com o mundo da moda: “Aconteceu por acaso e de uma maneira muito bacana porque eu nunca plantei, nunca nem olhei para isso. Não sabia nada mesmo de moda, ao ponto que um dia em uma festa em Milão, depois de 5 anos que eu já fazia sucesso no meu mundo, eu encontrei o Stefano Gabbana e o Domenico Dolce e eles me perguntaram o que eu fazia, eu falei que era graphic designer e eles me perguntaram se eu gostava de moda. Eu falei que eu não entendia nada e eles falaram que achavam que eu era a pessoa certa para colaborar com a segunda marca deles, que era a D&G. Eles já faziam sucesso com a Dolce & Gabanna e aí eles iam lançar essa outra marca e foi meu primeiro trabalho de moda.  Quando eu tive esse contato, eu fiquei deslumbrado porque eu descobri que a moda tinha uma coisa fascinante. Você trabalhava com um mundo de gente linda, era tudo maravilhoso, pagava muito mais que a outra área e ao mesmo tempo era efêmero. Essa coisa que a moda muda e te exige constantemente de você estar fazendo um update, eu comecei a me apaixonar por aquilo.”, comentou.



Com mais de 30 anos de carreira, Giovanni Bianco explica como é sua relação com a idade e o mercado hoje em dia: “Eu tive contato com a coisa do etarismo. Comecei a entender que os anos foram indo e o mercado que eu trabalho e a sociedade estão sempre valorizando e dando mais facilidade a essa questão de ser jovem. É muito legal porque é uma dor muito maluca de você, depois de 34 anos de trabalho, falar: ‘Meu Deus, o que eu estou fazendo ainda? O que eu posso fazer?’… Depois de muitos anos de trabalho, você precisa aprender que o que você fez, o que você faz e o que você possa vir a fazer é qualidade do seu trabalho, é aquilo que fica. Eu hoje estou aprendendo a lidar com isso e entendendo a importância do que eu posso trazer ao mercado. Essa droga que é a juventude, o fresh, ter que trazer algo novo, também é muito legal porque acho que tem espaço para todo mundo e o mercado precisa de todo mundo.”.

Ainda durante a conversa, o diretor criativo comentou sobre a oportunidade que teve em trabalhar com a Lady Gaga no início de sua carreira: “A Lady Gaga me chamou para fazer a primeira capa de disco dela e eu não fiz, não quis fazer. Não entendi a música dela, cometi esse grande erro. Ela não era a Lady Gaga, ela era uma menina normal e eu olhei para ela e não me inspirei. A música também não tive compreensão, falei para ela não e que eu não tinha tempo, ela tinha pouco dinheiro também. Fui trabalhar com ela e ela nunca esqueceu. Nós fomos fazer a campanha da Versace e a primeira coisa que ela falou quando a gente se encontrou foi que eu não quis trabalhar com ela. Foi hilário, mas ela é demais, maravilhosa.”, relembra Giovani.

No fim do episódio, quando perguntado com quem sonha em trabalhar um dia, Giovani revela: “O sonho da minha vida, ele é meu ídolo, eu amo e também não sei nem o que fazer com ele, mas é o Zeca Pagodinho. O sonho da minha vida era trabalhar com o Zeca Pagodinho. A vida do Zeca, a música do Zeca embalou minha vida, me deu muita força para eu sobreviver.”.

Ambientado na sala de espera da clínica do Dr. Daniel, em São Paulo, o podcast tem novos episódios quinzenalmente. A entrevista completa está disponível no canal “Sala de Espera – PodCast” no Youtube.

Foto Destaque: Reprodução

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