Crítica: “Borderlands” erra em não explorar o potencial de seu universo e torna-se apenas raso e esquecível

Joshua Diniz Por Joshua Diniz
4 min de leitura
Foto destaque: Elenco de "Borderlands" ( Reprodução/Instagram/@borderlandsfilm)

Com a ascensão das adaptações de franquias de videogames e a recente queda dos filmes de super-heróis, cada empresa da indústria cinematográfica e de streaming está em busca de uma fatia desse mercado. O que não necessariamente garante que todos esses conteúdos baseados em jogos tenham boa qualidade. Ao contrário de recentes lançamentos como “Fallout”, da Amazon Prime, e “The Last of Us”, da Max, “Borderlands” acaba caindo novamente na já conhecida “Maldição das adaptações de games.”


Assista o trailer de “Borderlands: O destino do universo está em jogo” (Reprodução/Youtube/Fãs de Cinema)

Trama de “Borderlands”

No longa, acompanhamos Lilith (Cate Blanchett), uma caçadora de recompensas que precisa retornar ao perigoso planeta Pandora com a missão de encontrar a filha de Atlas (Edgar Ramírez), um famoso e temido empresário. Nesse caminho ela acaba formando um time com personagens inusitados como a explosiva Tiny Tina, interpretada por Ariana Greenblatt, figurinha carimbada de algumas grandes produções recentes como “Barbie” e “Ahsoka”, o protetor psicopata Krieg (Florian Munteanu), o mercenário Roland (Kevin Hart), e a excêntrica cientista, Dr.Tannis (Jamie Lee Curtis), além do pequeno robô Claptrap (dublado por Jack Black).

A equipe enfrenta monstros alienígenas e saqueadores perigosos enquanto busca os lendários Vaults, cofres misteriosos deixados por uma antiga raça extinta há muito tempo, conhecida como Eridians. Esses lugares ocultos guardam segredos que podem mudar o destino do universo, tornando a missão deles ainda mais perigosa e crucial.


Elenco completo de borderlands
A equipe completa em cena do filme (Foto: reprodução/Instagram/@lionsgate)

Um mundo promissor, mas superficial

Apesar dos bonitos visuais dos personagens e da estética de Pandora, que lembram uma mistura entre “Mad Max” e “Guardiões da Galáxia”, o filme não consegue desenvolver seus personagens e seu mundo de uma maneira satisfatória, fazendo com que eles pareçam simples estereótipos. O destaque humorístico fica para o Claptrap de Jack Black, que é propositalmente irritante, mas que rouba a cena em certos momentos; Ariana Greenblatt também se destaca como Tiny Tina, apesar de perder espaço ao longo do filme e não captar completamente a essência da personagem dos jogos, como sua obsessão por RPGs. Ainda assim, a atriz faz um bom trabalho ao dar vida à sarcástica e imprevisível personagem.

O subaproveitamento dos personagens também afeta o vilão principal, que não oferece uma ameaça convincente e permanece superficial e sem sal, sem uma motivação clara ou que faça sentido. Essa falta de profundidade se estende à General Knoxx (Janina Gavankar), que não tem um propósito definido e é igualmente mal aproveitada na trama. Outros personagens que compõem a equipe principal como Dr. Tannis de Jamie Lee Curtis e o psicopata Krieg ficam apagados no longa, enquanto o Roland de Kevin Hart parece apenas o ator interpretando ele mesmo, já Cate Blanchett se esforça pra dar vida a Lilith mas o roteiro e a direção não conseguem explorar todo o seu talento, embora Blanchett brilhe em algumas cenas, sua atuação no geral não alcança o potencial que esse papel tão importante poderia ter proporcionado.


Lilith e Tiny Tina em cena de “Borderlands” (Reprodução/Instagram/@lionsgate)

Conclusão

Apesar de uma boa ambientação, que consegue capturar bem o ambiente desértico e perigoso de Pandora, momentos divertidos e pequenos easter-eggs para os fãs dos games, “Borderlands” prefere jogar no seguro, tornando-se genérico e uma adaptação facilmente esquecível que provavelmente teria sido muito beneficiada se fosse uma série para a TV como “Fallout”, podendo explorar todas as camadas desse vasto universo e seu humor ácido.

Nota: ★★☆☆☆

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Redator das editorias de Cinema/TV, Música, Celebridades e Tech, um fã apaixonado de cultura pop e estudante de comunicação social na UNISUAM. (Email: [email protected])
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