Russell revela que foi encurralado por contrato na Williams

Luísa Cury Por Luísa Cury
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Uma das maiores campeãs da Fórmula 1 com nove títulos, a Williams foi de terceira forca do campeonato na era dos motores híbridos em 2014 à laterna do Mundial de 2018 a 2020. E, a situação foi particularmente difícil para George Russell, atualmente na Mercedes, mas que estreou na principal categoria do automobilismo pelo time britânico, em 2018.  Ele revelou que não pode adiantar sua promoção por conta do declínio da ex-equipe.

“Quando assinamos com a Wiliams em 2018, era uma equipe que havia conquistado pódios, terminado em terceiro e quinto no campeonato, e então teve um ano muito ruim. Mas pensamos que poderiam se recuperar, então concordamos que seria bom passar três anos lutando por pontos, talvez pódios. Só que três anos pilotando sozinho no fundo do grid foi muito. Infelizmente, Claire [Wiliams, ex-chefe] fez um bom trabalho nas negociações do contrato e não havia saída para mim” – disse.

O britânico fez parte da Academia de Pilotos da Mercedes e foi campeão na base da F1 ao passar pela GP3 (atual Fórmula 30 e Fórmula 2 nas temporadas de estreia em cada campeonato. Ele estreou na Fórmula 1 em 2019 como colega de equipe do polonês Robert Kubica; foi o veterano que conquistou o GP da Alemanha, o único ponto do time então sob comando de Claire Wiliams, filha do fundador da equipe, Frank Wiliams.

Na temporada seguinte (2020), com a saída de Kubica e a chegada do novato canadense Nicholas Latifi, Russell assumiu o posto de principal piloto da equipe. Em dezembro, até se destacou ao surgir na briga pela pole position e a vitória do GP do Sakhir (Bahrein), quando substituiu Lewis Hamilton na Mercedes quando o hepta campeão contraiu coronavírus (COVID-19) pela primeira vez.


George Russell foi o 2º colocado no GP da Bélgica 2021, em Spa-Francochamps; este foi o primeiro pódio da Williams desde 2017 e o primeiro do britânico na F1. 


Em 2021, o jovem faria sua última temporada com a Williams, agora sob nova gestão; de propriedade da empresa de investimentos Dorilton Media e tendo o ex-diretor de automobilismo da Volkswagen, Jost Capito, como chefe. No entanto, além de estar preso ao time por contrato, Russell ainda correu o risco de ficar sem assento para a temporada, sendo substituído pelo dinamarquês Kevin Magnussen, que estava deixando a F1 na época.

“Eu estava em contato com a Williams. No entanto, seria como voltar no tempo; eu teria que encontrar mitos patrocinadores ou dar a eles um bom cheque. A Williams me viu como um possível substituto para George Russell. A resposta veio de cara: ‘Que tipo de equipe é essa?’. Abandonar George Russell e manter Nicholas Latifi seria ridículo, pura idiotice. George Russell é um megatalento que venceu tanto a GP3 quanto a Fórmula 2 em sua primeira temporada naquelas categorias, e não deveria deixar a F1” – revelou o atual piloto da Haas em sua autobiografia, que fora lançada em 2021.

Apesar do impasse com a Williams, Russell falou sobre a importância do apoio dado a ele pela Mercedes, chefiada por Toto Wolff: “Toto sempre me dizia ‘apenas continue fazendo o seu trabalho na pista e logo estará no carro’. E aí tivemos o GP do Sakhir em 2020. Acho que sempre acreditaram em mim. E isso é algo que me sinto tao sortudo por ter tido, porque eles nunca estão tentando me colocar numa posição para me testar e ver se vou falhar. Eles querem me ajudar a crescer, garantir que3 eu alcance meu potencial”.  

Mas, valeu a pena a espera. Atualmente, George Russell faz sua primeira temporada na Mercedes ao lado do compatriota, Lewis Hamilton, e vem anotando resultados melhores que os do heptacampeão mundial, apesar das limitações do carro da equipe alemã neste ano. Um dos pilotos mais regulares do grid em 2022, com 24 anos ele ocupa o 5º lugar no campeonato de pilotos, uma posição a frente do colega, e conquistou três pódios em 11 corridas completadas – são 12 no total até o momento na temporada.

“Quando olho para trás, acredito que ingressar na Mercedes no ano passado ou mesmo em 2020 teria sido incrivelmente difícil, por ter que enfrentar Lewis quando o carro evoluiu para se adequar ao seu estilo de pilotar ao longo de tantos anos, era o bebê dele. Agora é como uma folha em branco para todos, todo mundo está começando do zero, então esse provavelmente era o momento certo” – avaliou.

 

Foto Destaque: George Russell, piloto da Mercedes, no GP da Áustria 2022. (Foto: Reprodução/GE) 

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