PF faz nova ofensiva contra fraudes em contas de jogadores e treinadores de futebol

Operação mira saques indevidos de FGTS em nome de atletas e técnicos; prejuízo estimado ultrapassa R$ 7 milhões, segundo a investigação

13 nov, 2025
Paolo Guerrero | Reprodução/Getty Images Embed/Eurasia Sport Images
Paolo Guerrero | Reprodução/Getty Images Embed/Eurasia Sport Images

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (13/11), no Rio de Janeiro, uma nova etapa da Operação Fake Agents, com o objetivo de desarticular um esquema que teria autorizado saques irregulares do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em nome de jogadores, ex-jogadores e treinadores de futebol. Entre os alvos, estão bancários suspeitos de facilitar movimentações ilícitas.

De acordo com os investigadores, o montante movimentado de forma fraudulenta entre 2022 e 2024 chega a aproximadamente R$ 7 milhões. A investigação apontou que o golpe começou a se desenhar após um alerta de banco privado quanto à abertura de contas falsas com documentos de atletas.

Como funcionava o esquema e quem são as vítimas

O esquema investigado envolvia a abertura de contas bancárias em nome de atletas, inclusive estrangeiros com passagem pelo futebol brasileiro, para movimentação irregular de FGTS. Em um dos casos destacados, o nome de Paolo Guerrero foi usado para fraude de cerca de R$ 2,2 milhões.

A ação desta fase cumpriu mandados em três residências de funcionários da Caixa Econômica Federal localizadas nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, além de uma agência no Centro do Rio. Entre as vítimas identificadas, estão nomes como Ramires, Raniel, João Rojas e Christian Titi (Christian Chagas Tarouco).


SBT Rio comenta sobre a operação Fake Agentes (Vídeo: reprodução/X/@sbtrio)


Líder do esquema e suspeitas de corrupção bancária

As investigações apontam que uma advogada, Joana Costa Prado de Oliveira, atuava como chefe do grupo que coordenava as fraudes, usando procurações, documentos de atletas e contatos internos na Caixa. A profissional teve sua carteira da OAB suspensa preventivamente.

Funcionários bancários são suspeitos de liberar valores, enquanto documentos falsos eram usados para dar aparência legal às movimentações. As autoridades acreditam que o uso combinado de influência, falsificação e contas controladas criou uma estrutura sofisticada que permitiu os desvios.

Implicações e medidas cabíveis

Os responsáveis pelo esquema podem responder pelos crimes de falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa, entre outras infrações que venham a ser comprovadas.

Para os atletas e treinadores afetados, o golpe levanta preocupação, não só pelo prejuízo financeiro, mas pela invasão de seus nomes e documentos em fraudes. Há também impacto reputacional e necessidade de maior fiscalização por parte de clubes e instituições financeiras.

A investigação da PF, apoiada pela Inteligência da Caixa, busca restaurar a segurança dos sistemas bancários e restabelecer a confiança de quem trabalha no esporte.

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