Palmeiras na final da Libertadores | Reprodução/Getty Images Embed/Buda Mendes
O Palmeiras tornou-se o primeiro time a disputar uma final em jogo único da Libertadores sem sequer acertar o alvo adversário uma única vez. Na decisão contra o Flamengo, no último sábado, o clube alviverde não conseguiu registrar nenhum chute que chegasse à meta rival, segundo levantamento da Opta.
Mesmo com nove tentativas de finalização, o desempenho palmeirense ficou aquém do esperado em um jogo de tamanha importância. Foram seis chutes para fora e três bloqueados, sem que o goleiro adversário precisasse realizar defesa. O lance que gerou dúvidas — o chute de Vitor Roque aos 43 minutos do segundo tempo, interceptado por Danilo — não entra na conta, já que a bola não chegou a ir em direção ao gol. Do outro lado, o Flamengo foi superior nas ações ofensivas, construindo o gol da vitória e ainda levando perigo em diferentes momentos da partida.
Verdão pouco ameaçou
A falta de precisão ofensiva apresentada pelo Palmeiras é algo pouco visto até mesmo em torneios com longa tradição de finais em jogo único. Nas principais competições europeias, um fenômeno como esse não ocorre desde 2004, quando o Mônaco, à época comandado por Didier Deschamps, foi derrotado pelo Porto de José Mourinho por 3 a 0 na final da Liga dos Campeões. Naquele confronto, o time francês também terminou a decisão sem finalizar no alvo.
A única oportunidade mais clara foi o chute de Vitor Roque que Danilo interceptou aos 43 minutos da etapa final, mas não entra na estatística de finalização certa, já que a bola não alcançou a meta é uma finalização bloqueada.
Melhores momento de Palmeiras e Flamengo pela final da Libertadores (Reprodução/Youtube/GETV)
Essa ineficiência ofensiva do Palmeiras é algo incomum até mesmo em torneios que tem finais em partida única, especialmente no cenário europeu. Por lá, só um time havia passado por situação semelhante: em 2004, quando o Mônaco foi derrotado por 3 a 0 pelo Porto de José Mourinho, com Carlos Alberto e Deco decisivos, na final da Liga dos Campeões.
Sob o comando de Didier Deschamps, aquele Mônaco é o único clube registrado nas bases da Opta que terminou uma decisão continental sem acertar o gol. O levantamento inclui Champions League (a partir de 2004), Liga Europa (desde 2009) e Conference League. A exceção fica por conta das finais do Mundial de Clubes, que seguem outra lógica estatística.
Perda do Brasileiro também para o Flamengo
O Flamengo ainda pode se sagrar campeão brasileiro nesta quarta-feira (3) se vencer o Ceará no Maracanã, o que aumentaria a frustração do Palmeiras após a final da Libertadores. A única esperança para o time de Abel Ferreira é ganhar do Atlético-MG e torcer para que o rival não vença seu jogo.
Desempenho ofensivo reforça alerta para próximos desafios
Para o Palmeiras, o dado histórico serve de alerta para os compromissos futuros. A falta de efetividade tem sido um dos pontos debatidos internamente ao longo da temporada, e a final evidenciou a necessidade de ajustes na criação de jogadas e na tomada de decisão no campo ofensivo. Em partidas decisivas, a capacidade de transformar oportunidades em ameaças reais ao adversário costuma ser determinante, e o resultado da final mostrou o quanto isso fez falta.
Enquanto o Flamengo celebrou mais um título continental, os números apresentados pelo Palmeiras na final jogam luz sobre questões estruturais que precisam ser revistas. Em um cenário competitivo cada vez mais exigente, especialmente em torneios internacionais, o desempenho ofensivo pode definir o destino de uma equipe – e, neste caso, foi determinante para uma marca histórica nada desejada.