A voz preta na NBA: personalidades que foram símbolo de resistência no basquete
Atletas que moldaram a história da NBA e se tornaram símbolos da resistência negra no esporte também lutaram contra o racismo nos Estados Unidos
Muito além do Dia da Consciência Negra, deve-se lembrar sempre os nomes marcados no esporte. Na NBA, os atletas não só se tornaram os melhores em suas posições nas quadras, mas também foram os responsáveis pela luta e resistência do povo preto no esporte, motivando a população, quebrando paradigmas e estatísticas.
Pioneiros na liga
Earl Lloyd, Chuck Cooper e Bill Russell, com certeza, são os nomes com maior pioneirismo na luta contra o racismo na NBA, além de terem alcançado marcas importantes nas quadras, elevando o nível do basquete nos Estados Unidos.
Chuck Cooper foi o primeiro jogador negro a ser draftado, ainda em 1950, pelo Boston Celtics. No mesmo ano, Earl Lloyd foi o primeiro jogador afro-americano a disputar uma partida de NBA. O ala-pivô jogou 560 jogos em toda a sua carreira, com média de 10,2 pontos na NBA. Earl também conseguiu outro feito marcante na sua quarta temporada pelo Syracuse Nationals, campeão da NBA em 1955 e se tornou o primeiro negro a conqustar o campeonato.
Bill Russell não foi somente o primeiro negro a vencer o prêmio de MVP da liga, mas também atingiu números considerados, até hoje, inalcançáveis. Foram 11 títulos em 13 anos e cinco prêmios MVP. Não é à toa que a camisa 6, usada por Bill Russell, foi aposentada em todas as 30 franquias oficiais da NBA.
Além dos feitos em quadra, Bill Russell também liderou o primeiro boicote da história da NBA, em 1961 quando um grupo de garçons de um restaurante se recusaram a servir os jogadores negros do Celtics. O caso aconteceu em Lexington, Kentucky e então Bill se recusou a entrar em quadra, liderando um protesto que serviu como inspiração para tantos outros que aconteceram durante a história da NBA.
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Homenagem oficial da Liga a Bill Russell (Foto: reprodução/Instagram/@nba)
Black Lives Matter
Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, alguns dos jogadores mais famosos e estruturados atualmente da NBA utilizaram do seu poder para promover boicotes e chamarem a atenção sobre os casos exacerbados de racismo que estavam acontecendo nos Estados Unidos, além de incentivar ao voto nas eleições presidenciais daquele ano.
No dia 26 de agosto de 2020, os atletas do Milwaukee Bucks se uniram a outros cinco times (Orlando Magic, Houston Rockets, Oklahoma City Thunders, Los Angeles Lakers e Portland Trail Blazers) e iniciaram o boicote inédito na história da organização.
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Lebron James em manifestação do Black Lives Matter, na bolha da Disney (Foto: reprodução/Instagram/@lakers)
Utilizando camisas com lembretes de luta contra o racismo e ajoelhando-se no momento do hino nacional, as maiores estrelas da NBA trouxeram luz para a luta contra a violência policial e a grande onda de casos de racismo que acontecia no país.
Mais uma vez, como na era de Earl Lloyd, Chuck Cooper e Bill Russell, a negritude da era de LeBron James, Giannis Antetokounmpo, Joel Embiid e muitos outros se reergueu, mostrando o seu valor em quadra e também utilizando de sua força e vozes para lutar pelos seus direitos civis e pelas suas vidas.
