Na Espanha, três torcedores do Valencia foram condenados a oito meses de reclusão por terem atitudes racistas contra o atacante brasileiro Vinicius Junior, em maio do ano passado, no estádio do Valencia. Os infratores também ganharam a punição de proibição de frequentar qualquer estádio de futebol por um período de dois anos, e multas.
O camisa 7 da equipe merengue, comemorou a prisão dos torcedores em suas redes sociais. Vini, declara que essa condenação não é uma conquista dele, e sim, de todos os pretos que já sofreram ou sofrem com algo parecido. “Que os outros racistas tenham medo e se escondam nas sombras”, complementa o atacante candidato a Bola de Ouro.
Além de Vini, o presidente da LaLiga, Javier Tebas, também comemora a decisão de condenação, a primeira da história do futebol espanhol. Segundo o presidente, “É uma ótima decisão para a luta contra o racismo no país, assim, repara-se o dano sofrido por Vinicius Junior e representa uma clara mensagem as pessoas que vão aos estádios insultar”. Tebas finaliza enfatizando que quando detectados, os responsáveis serão denunciados e haverá consequências no sítio criminal.
O retorno ao palco do crime
Em março de 2024, Vinicius retornou ao estádio Mestalla para o novo embate entre Real Madrid e Valencia. O jogo terminou empatado em 2×2, com dois gols do craque brasileiro, e segundo relatório do próprio Campeonato Espanhol, o atacante foi citado pela torcida da casa em, pelo menos, três momentos da partida.
O que ocorreu da primeira vez?
No dia 21 de maio do ano passado, Vinicius Junior foi vítima do maior ataque racista da Espanha nos últimos anos. Na partida que acontecia no mesmo estádio já citado, entre Real Madrid e Valencia, já acoava brandamente alguns gritos de “mono”, palavra que significa macaco, em espanhol. Porém, aos 24 minutos da etapa final, foi aonde a confusão estourou.
Após jogada do lado esquerdo do campo, o atacante foi atrapalhado por mais uma bola deixada em campo. O brasileiro reclamou com o árbitro, e assim, um pedaço dos torcedores localizados perto do gol, proferiu fortemente ofensas racistas ao jogador do Real Madrid.
Vinicius denunciou um torcedor, que estava atrás do gol, ao árbitro da partida. Na transmissão, se pode ver outros jogadores de ambos os times tentando acalmar os ânimos. Como fez o capitão do Valencia, o lateral Gayà.
Ricardo De Burgos, então árbitro da partida, conversou com os técnicos e jogadores dos times. O locutor do estádio anunciou que a partida havia sido paralisada por cânticos racistas e que só voltaria quando encerrados.
Se passaram oito minutos entre o princípio e o fim do ocorrido inicial.
O jogo continuou, e aos 48 do segundo tempo, mais uma confusão surgiu na área do Valencia. Vinicius Junior e o goleiro Mamardashvili bateram boca e os dois receberam cartão amarelo pelo ocorrido, além de outros atletas envolvidos.
No empurra-empurra, Hugo Duro aplicou um mata-leão em Vini, o arrastando pelo pescoço. Quando conseguiu se livrar, o brasileiro agrediu o adversário no rosto. Após a poeira abaixar, o VAR foi acionado e decidiu expulsar o atacante do Real Madrid.
Após ser expulso, Vini aplaudiu e provocou a torcida do Valencia, que estava em risco de rebaixamento na época. Parte da comissão técnica e jogadores da equipe mandante foram tirar satisfação, e o brasileiro, teve de ser escoltado por seus companheiros de equipe.