As roupas feitas com pele animal, outrora símbolo de luxo e status, voltaram a ser assunto no mundo da moda. O desejo de grandes marcas internacionais em reintegrar peças de pele real em suas coleções, tem atraindo consumidores em busca de exclusividade e sofisticação. Contudo, essa tendência reacendeu debates acalorados sobre ética, sustentabilidade e os impactos ambientais da produção de moda.
Nos últimos anos, várias grifes haviam declarado banir o uso de pele animal, optando por alternativas sintéticas e sustentáveis. Essa mudança refletia uma crescente pressão de consumidores e organizações de proteção animal, além de uma tentativa das marcas de alinhar-se aos valores modernos de responsabilidade social. Porém, o possível retorno das peles verdadeiras revela um mercado onde a demanda por autenticidade e qualidade artesanal ainda prevalece entre parte da elite.
O uso de do material animal já foi motivo protestos
Os defensores da indústria argumentam que peles verdadeiras são biodegradáveis, duráveis e muitas vezes provenientes de práticas regulamentadas. Em contrapartida, críticos destacam que a produção envolve sofrimento animal e ainda contribui para a degradação ambiental, além de questionarem se a “biodegradabilidade” justifica o uso desses materiais frente às alternativas sintéticas mais éticas.
Volta do uso em pele animal(Foto: reprodução/Jeremy Moeller/Getty Images Embed)
A controvérsia atinge também o público consumidor. Enquanto alguns veem a retomada das peles como um resgate da tradição, outros consideram a prática antiquada e moralmente inaceitável. As redes sociais tornaram-se palco de debates intensos, com celebridades e influenciadores tanto promovendo quanto criticando a tendência.
China tem queda em uso de pele animal
Muitos países têm registrado uma queda significativa na produção e no uso desse material. Essa mudança reflete pressões éticas, ambientais e regulatórias, além de uma transformação nos valores dos consumidores. Segundo o site Metrópole, até a China, maior produtor mundial, reduziu pela metade a produção em pele desde 2022.
Volta do uso em pele animal(Foto: reprodução/Jeremy Moller/ Getty Images Embed)
O futuro das peles no mundo da moda parece incerto, dividindo opiniões entre tradição e inovação. Marcas que decidem incorporá-las enfrentam o desafio de equilibrar demandas de mercado e responsabilidades éticas, enquanto a sociedade continua questionando os limites do que pode ser considerado aceitável na busca por luxo.