Apontado como um dos favoritos no conclave, cardeal italiano Pietro Parolin possui laços com América Latina

Pietro Parolin é um dos cardeais mais cotados para assumir o lugar de Francisco como Papa. Pietro foi responsável por participar das negociações que culminou na volta das relações entre o Vaticano e o México, tendo estado como anúncio na Venezuela e mediado o diálogo entre os Estados Unidos e Cuba. Embed from Getty Images […]

30 abr, 2025
O atual Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin (Foto: reprodução/X/@guikilter)
O atual Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin (Foto: reprodução/X/@guikilter)
O atual Secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin

Pietro Parolin é um dos cardeais mais cotados para assumir o lugar de Francisco como Papa. Pietro foi responsável por participar das negociações que culminou na volta das relações entre o Vaticano e o México, tendo estado como anúncio na Venezuela e mediado o diálogo entre os Estados Unidos e Cuba.


O Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, participa de uma missa para o juramento de 34 novos recrutas da Guarda Suíça no Altar da Cátedra na Basílica de São Pedro em 06 de maio de 2021 na Cidade do Vaticano, Vaticano (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images Embed)


Parolin, além de ter sido o número dois durante o pontificado de Francisco, atuou como secretário de Estado, mantendo – se visível no cenário mundial.

Pietro Parolin conserva uma expressão calma, possui silhueta ligeiramente curvada e um traço de sua personalidade é o senso de humor sutil. Utilizou a diplomacia para liderar negociações importantes entre a China e o Vietnã.

No conclave que começa em uma semana, Pietro figura entre os favoritos na sucessão ao jesuíta argentino por representar a continuidade, e também por sua postura moderada, permitindo – lhe consertar fraturas dentro da Igreja.

Reconhecimento e papel institucional

Por suas relações diplomáticas, líderes mundiais e diplomatas o conhecem. Parolin conhece as sinuosidades da Cúria Romana, e também o esplendor da Santa Sé.

Ele é o cardeal mais conhecidos de todos. A questão é se o perfil dele ajudará a criar consenso. Ele nunca teve responsabilidades pastorais e assumiu poucas posições em questões de sociedade. Ele permaneceu em um papel muito institucional”, disse uma fonte anônima da Igreja à AFP em Roma.

Diferente de Francisco, Pietro Parolin é acessível, mas mantém uma atitude mais cautelosa e comedida em público. Francisco era muito franco e direto em suas declarações, Perolin prefere evitar qualquer declaração que venha ser mal interpretada.

O cardeal disse que celibato sacerdotal não é um dogma, mas sim um “presente de Deus para a Igreja”. Disse ainda que qualquer ideia que vincule a homossexualidade dentro da Igreja é “grave e cientificamente indefensável”.

Pietro se pronunciou contrário ao aborto e a barriga de aluguel alegando ser graves violações da dignidade humana, e criticou a ideia de que gênero pode ser diferente de sexo.

Parolin foi efetivado cardeal em 2014, e se tornou braço direito do Papa Francisco logo após assumir a cátedra de São Pedro.


Principais candidatos apontados como possíveis sucessores do Papa Francisco (Vídeo: reprodução/X/@GloboNews)


O cardeal na América Latina e diplomacia

Pietro Parolin pertence a uma família profundamente católica. Nasceu perto de Veneza em 17 de janeiro de 1955. Perdeu o pai em um acidente de carro quando tinha 10 anos. Aos 14 anos entrou para o seminário.

Viajou para Roma após ser ordenado aos 25 anos e estudou direito canônico e diplomacia, em seguida entrou no serviço exterior da Santa Sé em 1986 e durante quatro décadas esteve ao redor do mundo. O cardeal fala espanhol, francês, inglês, além de italiano.

No ano de 1989 chegou ao México acompanhado de delegação apostólica que reconstituiu mediante negociações a relação entre os dois países em 1992. O rompimento das relações havia ocorrido no final do século XIX, após o então presidente Benito Juárez ter confiscado propriedades da Igreja, dissolvendo ordens religiosas e criado um Estado laico.

Já em 2009, Paolin voltou à América Latina como embaixador na Venezuela de Hugo Chávez, o qual sempre teve relações tensas com a Igreja Católica.

Pietro Parolin também mediou via Vaticano a retomada das relações entre os Estados Unidos de Barack Obama e a Cuba de Raul Castro em 2014.

Também atuando como diplomata, exerceu papel fundamental na assinatura do acordo histórico de 2018 entre a Santa Sé e a China comunista sobre a nomeação de bispos, que terminou com quase 70 anos de tensões.

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