Vivendo um dos invernos mais intensos de sua história, o país afegão sofre com temperaturas muito abaixo da média. E os números refletem bem o que está acontecendo por lá: uma crescente no número de mortos devido a intensidade do frio e fazendo com que 160 pessoas tenham perdido a vida. As temperaturas despencaram e, o que era comum ser registrado nessa época do ano – entre 0 e 5 graus celsius (°C) – marcou incríveis 28 graus negativos (-28°C).
Cachorro em meio a neve. Cerca de 70 mil animais morreram congelados (Foto: Reprodução/Pixabay)
A situação fica ainda mais complicada devido ao fato do Talibã – que governa o país – proibir funcionários do sexo feminino de ONG’s a ajudar os necessitados. Conforme o escritório das Nações unidas para assuntos humanitários, 6 milhões de afegãos estão em situação de fome.
A agência ainda informou, no domingo, dia 22, que entregou ajuda como cobertores, aquecimento e abrigo para cerca de 500 mil pessoas. Mas o frio não afeta apenas os humanos, cerca de 70 mil animais ficaram congelados. As mudanças climáticas não são uma ameaça distante, elas estão acontecendo agora mesmo. Os últimos três anos foram mais quentes do que qualquer outra época.
As ações pelo clima devem vir de baixo para cima. Nós já estamos vendo o maior impulso nesse sentido vir de pessoas que estão enfrentando desafios diários por causa das mudanças climáticas, como acontece no Afeganistão e em outras partes do mundo.
Atualmente, já enfrentamos 1 grau Celsius de aquecimento. Para os cientistas da ONU, que revisaram mais de 6 mil estudos, estamos muito próximos de atingir 1.5o C e até mesmo chegar a 2o C de aquecimento já na primeira metade do século, ou seja, logo daqui trinta anos. Este é o nível mínimo seguro para a forma como vivemos no planeta.
Foto destaque: Homem afegão caminha no meio de cemitário coberto por neve em Cabul, no Afeganistão — Foto: Ali Khara/REUTERS