Assim que as primeiras notícias sobre a operação realizada pela Polícia Federal, nesta sexta-feira (20), começaram a circular, Jair Bolsonaro foi informado da situação por um de seus advogados. O ex-presidente, então, teria reclamado dizendo ser vítima de perseguição política, argumentando que, durante o seu governo, o setor de informações “nunca funcionou”.
Quando foi avisado, ele estava no aeroporto a caminho de Belém, onde cumpriu agenda política organizada pelo seu partido, o PL, junto de sua esposa Michelle.
Time jurídico de Bolsonaro já ensaia argumentos
Apesar do entorno do ex-presidente reforçar a tese de perseguição política, seus advogados já preparam as argumentações que pretendem utilizar para blindá-lo na operação da PF. Eles reforçam que o First Mile, sistema de espionagem em questão, não foi adquirido durante a gestão de Bolsonaro, mas sim no governo de Michel Temer.
Saiba mais sobre a operação
A Polícia Federal efetuou a prisão preventiva de dois servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na operação que investiga o uso ilegal do FirstMile por parte do órgão governamental durante o governo de Jair Bolsonaro. O software se trata de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis, usado para espionagem. O monitoramento teria ocorrido entre 2018 e maio de 2021, sendo que, nesse último ano, mais frequentemente, com mais intensidade.
Investigação afirma que sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intruso na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. (Foto: Reprodução/Hugo Barreto/Metrópoles)
Segundo os investigadores, entre os alvos da espionagem estariam políticos considerados adversários de Bolsonaro, além de jornalistas e até mesmo ministros do STF, que teria sido realizado pelos próprios servidores da Abin. Além das duas prisões ocorridas na manhã desta sexta-feira, a PF também cumpre 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Foto destaque: Jair Bolsonaro. Reprodução/Breno Esaki/Metrópoles.
