Em Nova York, entregadores de aplicativos terão direitos trabalhistas

Desde segunda-feira, (24), mais de 65 mil entregadores têm agora, novos direitos trabalhistas em Nova York, sendo a primeira cidade nos Estados Unidos da América a regulamentar esse trabalho coletivo que se tornou essencial durante a pandemia. São seis leis que passaram a favorecer os entregadores, sendo elas: um salário mínimo, que atualmente é de […]

25 jan, 2022

Desde segunda-feira, (24), mais de 65 mil entregadores têm agora, novos direitos trabalhistas em Nova York, sendo a primeira cidade nos Estados Unidos da América a regulamentar esse trabalho coletivo que se tornou essencial durante a pandemia.

São seis leis que passaram a favorecer os entregadores, sendo elas: um salário mínimo, que atualmente é de 15 dólares por hora no estado; uma que exige transparência acerca das gorjetas deixadas pelos clientes; licenças oficiais para exercer o trabalho; liberação para o uso do banheiro em restaurantes onde os entregadores pegam a comida, (que até então era proibido); e obrigatoriedade das empresas fornecerem as mochilas de entrega.

“É um momento muito poderoso para nossos trabalhadores e para os entregadores da cidade”, disse a congressista Alexandria Ocasio-Cortez. Á AFP, que esteve presente em um ato no domingo para celebrar a entrada em vigor deste conjunto de direitos aprovados em setembro pelo Conselho da cidade de Nova York.


Em Nova York, entregadores de aplicativos terão direitos trabalhistas

Desde desta segunda, entregadores têm alguns direitos trabalhistas em Nova York. (Foto: Reprodução/REUTERS/Valentyn Ogirenko)


Ela ainda acrescenta: “Nova York é um exemplo de que podemos mudar as leis dos trabalhadores”, oferecendo “mais chances de fazer mudanças a nível nacional”, explica a congressista, que se situa na ala esquerda do Partido Democrata e deputada pelo Bronx, bairro nova-iorquino.

Tendo três fases, os novos direitos dos entregadores serão implementados da seguinte forma: na primeira fase, os aplicativos devem notificá-los sobre a  quantidade de gorjeta deixada por clientes a cada entrega realizada, fundamental no país onde as gorjetas compõem uma parte essencial do salário dos trabalhadores em boa parte do setor de serviços.

Junto a isso, também poderão usar os banheiros dos restaurantes onde buscam a comida, o que era até agora proibido, e terão que estar inscritos no Departamento de Proteção ao Consumidor e ao Trabalhador da Cidade de Nova York.

Os aplicativos terão que informá-los acerca dos detalhes do trajeto antes de aceitarem um pedido, a partir de 22 de abril. Não poderão, também, cobrar comissão pelo pagamento das taxas e terão que fornecer as mochilas isolantes, que era responsabilidade dos próprios entregadores.

Os trabalhadores, a partir de 2023, receberão o salário mínimo pela cidade. Importante recordar que durante a pandemia, os entregadores de aplicativo continuaram no trabalho e se tornaram essenciais. Ao longo desse período, segundo a conclusão do relatório, esses trabalhadores foram e continuam sendo vítimas de abusos, além da proibição do uso dos banheiros, roubo das gorjetas, desativação injustificada de suas contas nos aplicativos, acidentes e roubos violentos.

Foto destaque: entregadores de aplicativo. Reprodução/REUTERS/Valentyn Ogirenko

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