Médico contratado por modelo Bruno Krupp é indiciado por fraude processual

Claudia Ferreira Por Claudia Ferreira
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A Polícia Civil indiciou, nesta quarta-feira (17), o médico Bruno Nogueira Teixeira, que constatou que o modelo Bruno Krupp, que atropelou e matou um jovem de 16 anos, não teria condições de ser encaminhado à prisão porque o seu quadro clínico estava se encaminhando para uma insuficiência renal, sendo necessário o encaminhamento para uma UTI, postergando então, a transferência de Krupp para uma unidade prisional.

De acordo com a 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pelo caso, o profissional foi indiciado por crime de fraude processual, que consiste em modificar intencionalmente dados de processo. O Hospital Marcos Moraes, no Méier, Zona Norte do Rio, onde o modelo estava internado sob custódia, enviou um comunicado afirmando que o estado de saúde de Krupp era estável e que já havia sido liberado, quando o profissional interviu, transferindo para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade de saúde.


Médico Bruno Nogueira Teixeira chega à 16ª DP para depor acompanhado do advogado (de paletó) — Foto: Eliane Santos/g1 Rio

 


O delegado se baseou no depoimento da equipe médica do Hospital, em que os relatos foram unânimes ao dizer que o quadro clínico de Krupp sempre foi satisfatório, e que aferição do volume urinário eliminado por dia foi prejudicado por um amigo de Krupp, que o acompanhava, e que não anotava a diurese do paciente, mesmo com orientações da equipe.

No dia 9 de agosto, o médico Bruno Nogueira Teixeira prestou depoimento na 16ª DP, no inquérito em que é investigado por possível fraude processual, negando qualquer fraude. Ele foi contratado pela família do modelo e influenciador digital Bruno Krupp para acompanha-lo após o acidente de trânsito, que acabou com um adolescente de 16 anos morto. “Fui chamado para poder avaliar um paciente vítima de um politrauma severo e esse paciente evoluiu, como acontece em muitos casos desse tipo, para injuria renal aguda, que é uma lesão renal decorrente das rupturas das fibras musculares”, disse o médico. 

Ele também declarou que não conhecia a família de Bruno Krupp antes do acidente.

“Fui envolvido profissionalmente no caso, não tenho nenhuma relação com a família da vítima. É um caso de comoção nacional e é por isso que estou sendo ouvido. Antes de mais nada, eu queria prestar minhas condolências à família do João Gabriel”, afirmou.

Krupp foi transferido para o Complexo de Gericinó, em Bangu, e segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), foi levado diretamente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que fica no conjunto de presídios. O modelo deve responder pelo crime de homicídio doloso eventual no trânsito, quando assume o risco de matar.

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