O papa Francisco, atual chefe da Igreja Católica, convocou todos os bispos e sacerdotes para se unirem em oração por causa da guerra na Ucrânia. O pontífice ainda promete realizar uma consagração à Rússia, em cerimônia marcada para o dia 25 de março deste ano.
A ocasião animou muitos católicos, que aguardam por décadas a referida consagração, ato relacionado à devoção de Nossa Senhora de Fátima, aparecida em 1917 a três pastorinhos portugueses. Para a Igreja Católica, a aparição carrega consigo importantes revelações, principalmente uma profecia sobre a Rússia, que espalharia “seus males pelo mundo” caso não fosse consagrada.
Neste intervalo de 105 anos, nenhum papa realizou a consagração, o que é considerado de má feita por muitos fiéis. Em 25 de março de 1984, o papa João Paulo II, que é inclusive venerado como santo, consagrou todos os povos do mundo ao Imaculado Coração de Maria – o rito, no entanto, é alvo de debates entre membros da igreja por não se tratar especificamente do país eslavo.
Católicos pedem consagração à Rússia na praça São Pedro (Foto: Reprodução/CNS photo/Paul Haring via National Catholic Reporter).
Para Irmã Lúcia, uma das crianças que relataram os fenômenos de 1917, o pedido foi atendido durante esse tempo. A posição pode ser conferida em uma carta redigida pela religiosa em 1989.
No ano de 2000, o Vaticano revelou o terceiro “segredo de Fátima”, como são chamadas as revelações que teriam sido feitas pela mãe de Jesus. Alguns interpretam as revelações como o anúncio de um novo martírio dos cristãos e uma possível perseguição ao bispo de Roma.
Essa ação pode ser interpretada como mais um passo dado pelo papa Francisco em sua posição contrária à guerra. Manifestou-se também contra os ataques russos o bispo Sviatoslav Shevchuk, arcebispo de Kiev e patriarca da Igreja Greco-Católica Ucraniana, igreja particular em comunhão com Roma.
Foto Destaque: Reprodução/Pilgrims of Fatima (Twitter)