Lojas de varejo têm utilizado cada vez mais o serviço de entregas rápidas para facilitar as interações entre elas e seus clientes, mas ainda que este recurso seja favorável tanto para o bem-estar e satisfação dos usuários quanto para a boa imagem das empresas, sua atividade tem chamado a atenção de órgãos e autoridades ambientalistas que consideram prejudicial o aumento de veículos de delivery movidos a combustíveis fósseis.
“Nem sempre os carros, vans ou caminhões saem do ponto de distribuição tão cheios quanto poderiam porque têm pressa”, diz O GLOBO.
A preocupação com a rapidez poderia estar, para os críticos, agindo em detrimento de políticas ambientais e faltando com adequação às necessidades do meio ambiente. O jornal citado acima entrevistou a professora do Departamento de Engenharia de Produção da UFF, Ana Carolina Angelo, destacando que “o varejo conseguiu equacionar o esforço logístico da entrega rápida do ponto de vista financeiro, mas ainda não do ambiental”. A profissional ainda disse que tal fenômeno “eleva de forma considerável a emissão de poluentes atmosféricos”.
A discussão, que já está sendo fomentada no Brasil, não caiu aqui de paraquedas. Na Europa, a Espanha já havia discutido a problemática quando criou o “envio responsável”, que alertava o consumidor para uma entrega menos rápida em favor da causa ambiental – razão aparentemente aceita, considerada a pouca resistência diante da medida.
“Operações de estoque e despacho de mercadorias no armazém do Mercado Livre, em Cajamar, São Paulo”. (Foto: Reprodução/Caio Guatelli/ 22/12/2020 / Agência O Globo)
Certamente não é a primeira vez que “ecologia” ou “meio ambiente” são lançados ao debate público, mas uma das condutoras da discussão nos últimos anos tem sido a pandemia, que aumentou vertiginosamente esse tipo de serviço. Muitas empresas já se prontificam para se adaptarem às requisições.
Por fim, vale comentar a pesquisa encontrada na matéria do portal. Nela, diz-se que o MIT (Massachusetts Institute of Technology) descobriu que, no México, consumidores estão mais dispostos a serem mais pacientes se as empresas lhes avisam sobre o impacto ambiental. Isso ocorreu em 2018 e provavelmente mantém reflexos nos dias de hoje.
Foto Destaque: Reprodução/REDUNIQ