Nesta quinta-feira (28), a Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal federação trabalhista da Argentina anunciou uma greve geral contra os novos decretos do presidente Javier Milei. De acordo com o sindicato, a mobilização acontecerá no dia 24 de janeiro, na Praça do Congresso, na capital, Buenos Aires.
Greve do sindicato trabalhista contra Milei
“É uma resposta a um Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) ilegal. Não há necessidade ou urgência de aparecer com tantos artigos que invertem a matriz do país. Isso vai contra os direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, e também contra o sistema de saúde solidário”, argumentou um dos membros do CGT, Héctor Daer.
A decisão da greve geral, foi aprovada em unanimidade no Comitê Confederal, em que diversos sindicatos do país participam. No dia 10 de janeiro, uma nova reunião decidirá detalhes da manifestação, em que o objetivo principal é testar os limites dos protocolos antiprotestos estabelecidos por Patricia Bullrich, ministra da Segurança.
Outros sindicatos também irão aderir à greve, a Confederação dos Trabalhadores Argentinos (CTA), representa a maioria dos funcionários públicos e professores, e a União de Trabalhadores da Economia Popular (UTEP), que reúne movimentos sociais.
Presidente da Argentina, Javier Milei em discurso (Foto: reprodução/Casa Rosada)
Decretos de Milei
No dia 20 de dezembro o presidente argentino Javier Milei anunciou o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que viuabiliza a desregulação econômica do país. O decreto desregulamenta a medicina privada e a internert via satélite. Advogados constitucionalistas ouvidos pelo jornal argentino La Nacion, falaram que o DNU não atende aos requisitos da Constituição Nacional Argentina. O decreto será enviado para uma comissão bicameral que analisará o texto, e para ser barrada, a medida precisa ser rejeitada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. O DNU alarga o período experimental dos trabalhadores de três para oito meses
“O Produto Interno Bruto (PIB) per capita é 15% inferior ao de 2011, um terço dos trabalhadores formais são pobres, temos uma baixa taxa de desemprego, mas isso explica pelo emprego precário e pelos salários reais miseráveis. Seis em casa 10 crianças entre zero e 14 anos são pobres”, afirmou Milei.
Outro fator preocupante na Argentina é a atual crise econômica, uma das piores de sua história. Cerca de 40% da população está vivendo na pobreza e a inflação acima dos 140% anuais.
Foto destaque: sindicalistas em protesto, em Buenos Aires (Reprodução/EFE/Ignacio Roncoroni)