EUA e China avançam em trégua comercial com proposta de estrutura para reduzir restrições
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Os Estados Unidos e a China deram um passo importante para aliviar as tensões comerciais que vêm impactando a cadeia de produção global. Após dois dias de negociações em Londres, representantes de ambos os países anunciaram nesta quarta-feira (11) que chegaram a um acordo preliminar sobre a estrutura que deverá guiar a implementação de uma trégua comercial.
Princípio de acordo
Segundo o negociador comercial chinês, Li Chenggang, os dois lados concordaram em princípio com a estrutura do acordo, que tem como base os entendimentos firmados na rodada anterior de negociações realizada em Genebra, no mês passado, e em uma ligação recente entre os presidentes. A proposta será agora submetida à aprovação das lideranças de ambos os países.
Em declaração à imprensa, o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que, se o plano for aprovado, os dois governos darão início à implementação imediata do acordo-quadro. Embora os detalhes ainda não tenham sido divulgados, Lutnick adiantou que o compromisso prevê a redução mútua dos controles de exportação sobre bens e tecnologias consideradas estratégicas.
Um dos pontos centrais envolve as exportações chinesas de minerais de terras raras e ímãs — insumos cruciais para a indústria americana. Segundo Lutnick, a China se comprometeu a resolver as restrições atuais e, em contrapartida, os EUA devem reavaliar medidas adotadas como resposta à escassez desses materiais, com o objetivo de promover um reequilíbrio comercial “de forma equilibrada”, evocando termos já utilizados pelo ex-presidente Donald Trump.
Exportações de tecnologia

Nos últimos meses, Washington havia endurecido as regras para exportações de tecnologias sensíveis à China, incluindo softwares de design de chips e microchips de alta performance, utilizados em sistemas de inteligência artificial. Também foram adotadas restrições a vistos de estudantes chineses, em resposta ao que o governo americano considerou um recuo de Pequim nas promessas feitas anteriormente.
O diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, Kevin Hassett, indicou recentemente que o governo pode estar disposto a flexibilizar algumas dessas restrições, desde que haja reciprocidade. No entanto, destacou que os EUA manterão os bloqueios à exportação de chips de altíssimo desempenho da Nvidia, por sua importância estratégica.
