Ex-delegado Rivaldo Barbosa nega culpa no assassinato de Marielle Franco

Segundo a Policia Federal, as investigações vem sido sabotadas desde o inicio, o que esta dificultando para encontrar os verdadeiros mandantes

Carlos Enriki Por Carlos Enriki
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Foto Destaque: Ex-Delegado Rivaldo Barbosa (Reprodução/ Mauro Pimentel/Getty Images Embed)

Seis anos após o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, os inquéritos ainda permanecem abertos em meio as acusações do real mandante do crime. Na última quinta-feira (24), o ex-delegado geral da Policia Civil do Rio de Janeiro, Ribaldo Barbosa, prestou seu depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Barbosa disse ter respeito por Marielle

Barbosa está preso na Penitenciaria Federal de Mossoró (RN) e é apontado como um dos mentores do crime, sendo o terceiro de cinco réus ouvidos sobre o caso. Durante o depoimento, o ex-delegado negou qualquer envolvimento no crime e mostrou ter grande respeito por Marielle. Disse também ser grato por tudo que ela proporcionou para o profissional Rivaldo, para a Polícia Civil e toda a sociedade.

Barbosa se defendeu dizendo que não mataria nem uma formiga, muito menos um ser humano. Em seu depoimento, negou também conhecer os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, coacusados no crime. Ele alega o mesmo sobre o policial militar Ronnie Lessa que, em delação premiada, apontou Barbosa como mentor do assassinato.


Grafite de Marielle Franco no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Investigações podem ter sido sabotadas

A Policia Federal trouxe investigações que indicam que a Polícia Civil, sob comando de Barbosa, agiu para dificultar o esclarecimento dos assassinatos de Marielle e Anderson. Segundo a PF, a investigação vem sendo sabotada desde o início, com indícios de um acordo entre os autores intelectuais do crime e a equipe responsável pela apuração de homicídios no Rio.

As autoridades identificaram quarto falhas no inquérito: ausência de imagens de câmeras de segurança, desaparecimento de um celular apreendido, falta de informações em busca e apreensão relacionada aos Brazão, e sabotagem da Operação Nevoeiro.

A defesa de Rivaldo Barbosa afirma que ele não tem qualquer envolvimento com o crime e alega que as acusações são infundadas, apontando a ausência de provas concretas que comprovem a participação do ex-delegado. Além disso, Barbosa destacou em seu depoimento a relação profissional que manteve com Marielle, ressaltando que a conheceu através do então vereador Marcelo Freixo (PT-RJ), para quem a vereadora trabalhou antes de ser eleita.