Foi reaberto o inquérito que acusa Bolsonaro de interferência na Polícia Federal

Na última quinta-feira (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a reabertura do inquérito que investiga possível interferência do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro na Polícia Federal durante seu mandato.

Atraso, arquivamento e reabertura do caso

Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro e atual senador, foi um dos pilares para a reabertura do caso ao apontar uma suposta atuação ilegal de Bolsonaro em relação à Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu oficialmente a retomada das investigações na quarta-feira (15), e o ministro Alexandre de Moraes concedeu 15 dias para que a PGR se manifeste sobre a acusação.


Post do MPF reiterando pedido de prisão por atos antidemocráticos (Reprodução/X/@MPF_PGR)

Na época, o ex-presidente Jair Bolsonaro, após ser acusado por Moro, denunciou o ex-ministro por calúnia e, em seguida, a Polícia Federal (PF) encerrou a investigação, concluindo que não houve crime na relação de Bolsonaro com a corporação. Augusto Aras, então procurador-geral da República, solicitou o arquivamento do caso após a conclusão da PF sobre a ausência de indícios de crime.

A decisão voltou a repercutir em maio do ano passado, quando Alexandre de Moraes questionou se o atual procurador-geral da República, Paulo Gonet, manteria o pedido de arquivamento.

Paulo Gonet

Paulo Gonet, procurador-geral da República, defendeu a reabertura do inquérito que investigou Jair Bolsonaro por suposta interferência na Polícia Federal, argumentando que há indícios novos ou subavaliados que merecem apuração mais ampla.

Ele mencionou diálogos de WhatsApp entre Bolsonaro e Sérgio Moro, em 2020, que indicam que o ex-presidente ordenou a demissão de diretores da PF e interferiu em investigações envolvendo deputados aliados.

Próximos capítulos

Nos próximos capítulos do caso, a reabertura do inquérito 4.831 por Alexandre de Moraes, a pedido da PGR, deve intensificar as investigações sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

A PF realizará novas diligências, e o procurador-geral terá 15 dias para se manifestar ao STF. O avanço do processo pressiona as defesas e reacende o debate sobre a legitimidade das investigações, ampliando a tensão entre os poderes e o eleitorado brasileiro, que permanece polarizado desde as eleições presidenciais de 2022.