Kremlin responde ameaça de Trump ao BRICS

Trump classificou o BRICS como uma ameaça para os Estados Unidos

Mateus Zago Por Mateus Zago
3 min de leitura
Foto Destaque: Donald Trump (Reprodução/Instagram/@wallstreetmemoir)

A recente declaração de Donald Trump, ameaçando retirar os Estados Unidos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial caso o bloco BRICS ganhe influência global excessiva, gerou reações internacionais contundentes. O Kremlin considerou a fala do ex-presidente como um “tiro pela culatra”, sublinhando que ações deste tipo podem fortalecer ainda mais a posição dos países em desenvolvimento no sistema econômico global.


Vídeo sobre a declaração de Trump (Vídeo: reprodução/Youtube/CNN Brasil)


Declaração de Donald Trump

Trump argumenta que o BRICS, que é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa uma ameaça para a hegemonia econômica dos Estados Unidos. Isto foi dito pelo presidente norte-americano, pois o bloco vem buscando ampliar sua influência por meio de iniciativas como a promoção de sua própria moeda comercial, desafiando o domínio do dólar no comércio internacional. Com a inclusão de novos membros, como a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Egito, o BRICS aumenta seu potencial econômico e político.

Reação do Kremlin

O Kremlin, no entanto, destacou que atitudes protecionistas, como o que foi dito por Trump, podem acelerar a queda da relevância das instituições lideradas pelo Ocidente. A Rússia, por exemplo, vê essa postura como uma oportunidade para os países do BRICS consolidarem uma ordem econômica multipolar, reduzindo a dependência do sistema financeiro norte-americano. Além disso, a política externa dos EUA pode ser interpretada como um reforço da narrativa de que o Ocidente não está disposto a compartilhar poder em fóruns globais.

Especialistas afirmam que, caso os EUA deixem o FMI ou o Banco Mundial, a atitude poderia abrir espaço para que outras organizações, como o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, ganhem mais protagonismo. Por outro lado, a medida também traria desafios internos para os EUA, uma vez que essas instituições têm sido ferramentas importantes para a projeção de poder norte-americano em regiões estratégicas.

O futuro das relações entre o Ocidente e os países emergentes está cada vez mais dividido, com o BRICS atraindo atenção global por sua capacidade de oferecer alternativas ao sistema econômico em vigor, enquanto os EUA buscam manter sua posição dominante. O discurso de Trump reflete não apenas a competição crescente entre potências, mas também o debate interno sobre o papel dos EUA no mundo.