Maduro sinaliza abertura para diálogo direto com Donald Trump

Declaração ocorre em meio a tensões crescentes entre EUA e Venezuela, marcadas por sanções, pressões militares e impasses diplomáticos

18 nov, 2025
Nicolas Maduro  |Reprodução/Getty Imagens Embed/ Jesus Vargas
Nicolas Maduro |Reprodução/Getty Imagens Embed/ Jesus Vargas

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (17) que está disposto a se reunir com Donald Trump para um diálogo direto, caso o presidente dos Estados Unidos manifeste interesse. A declaração foi feita durante um pronunciamento transmitido pela TV estatal, no qual Maduro destacou que “quem quiser falar com a Venezuela vai conversar, cara a cara, sem problema algum”.

A sinalização acontece em um momento de forte tensão entre Caracas e Washington. Nos últimos dias, o governo norte-americano ampliou a pressão militar na região, enquanto acusações sobre envolvimento de autoridades venezuelanas com organizações criminosas continuam a influenciar o cenário diplomático.

Sinalização ocorre após fala de Trump

A abertura ao diálogo veio depois de Donald Trump declarar que “poderia haver conversas” com o governo venezuelano. A fala foi interpretada como uma mudança de tom, já que o líder norte-americano vinha endurecendo sua postura nas últimas semanas. Maduro respondeu prontamente, afirmando que, se há disposição por parte dos Estados Unidos, ele também está aberto a negociar.


Trump diz estar disposto a conversar com Maduro (Vídeo: reprodução/Instagram/@globonews)


Segundo o presidente venezuelano, a postura de Caracas é guiada por “diplomacia de paz”, apesar das acusações e das ações externas. Ele reforçou que conversas diretas poderiam ajudar a “restabelecer pontes” entre os dois países, há anos marcados por rompimentos diplomáticos, sanções econômicas e disputas políticas.

A intensificação da crise também reacende debates sobre o impacto das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos, que continuam afetando setores essenciais da economia venezuelana, como petróleo, energia e importação de insumos básicos. Essas medidas não apenas pressionam o governo Maduro, mas também têm efeitos diretos sobre a população, criando um cenário no qual a abertura de um diálogo com Washington poderia aliviar ao menos parte das restrições que agravam a crise humanitária no país. Para o governo venezuelano, esse ponto é central e frequentemente usado como argumento para reforçar a importância de uma negociação direta.

Conflito, pressões e expectativas

A fala de Maduro serve para tentar demonstrar abertura diplomática e reduzir tensões internacionais, principalmente diante do aumento da pressão militar norte-americana no Caribe. Ao mesmo tempo, é improvável que um diálogo se estabeleça rapidamente, dada a complexidade das disputas que envolvem Washington e Caracas.

Além do impacto diplomático, a possível aproximação entre Trump e Maduro também gera reações significativas dentro da América Latina. Governos da região acompanham com atenção qualquer mudança no diálogo entre EUA e Venezuela, já que a crise venezuelana tem efeitos diretos sobre fluxos migratórios, segurança fronteiriça e acordos econômicos.

Países como Colômbia e Brasil, que historicamente atuam como mediadores, avaliam que um eventual canal de conversa entre os dois presidentes pode redefinir estratégias regionais e exigir reposicionamentos políticos diante de novos cenários. Ainda assim, a troca de declarações reacende a possibilidade mesmo que remota de uma conversa inédita entre os dois líderes, algo que poderia redefinir o quadro geopolítico regional

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