O depoimento de Mauro Cid aconteceu após a Polícia Federal descobrir em investigações feitas nos Estados Unidos da América, a existência de uma nova joia que, pode ter sido negociada de forma irregular, naquele país, por aliados de Bolsonaro. Cid em depoimento de mais de 2h30, nesta terça-feira (18), à PF em Brasília, disse desconhecer a existência do objeto, apesar de ter feito delação premiada para contar o que sabe sobre a tentativa de golpe de estado, fraude nos cartões de vacinação, venda irregular de presentes oficiais e joias recebidas durante o governo Bolsonaro, em troca de redução da pena.
Mauro Cid era um dos principais homens de confiança do Ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, por isso, fechou um acordo de delação com a PF.
Colar que integra o kit de joias doadas pelo governo da Arábia Saudita à República (Foto: reprodução/Miguel Schincariol/Getty Images Embed)
As joias recebidas durante a gestão de Bolsonaro pelo Governo da Arábia Saudita segue em inquérito pela PF que, investiga se aliados e Bolsonaro se apropriaram indevidamente de joias dadas por aquele governo.
Pela regra brasileira, essa categoria de presente deveria ser registrada ao acervo do Estado. Mas, segundo essas investigações, as joias avaliadas em milhões de reais foram negociadas nos Estados Unidos.
Uma nova joia é descoberta
O prosseguimento das investigações levou a PF junto ao FBI a terem conhecimento sobre uma possível nova joia, durante uma diligência (busca minuciosa) acerca do caso.
Inquérito sobre as joias deve ser concluído neste mês de junho, disse o Diretor-Geral da PF, Andrey Rodrigues (Foto: reprodução/Evaristo SA/Getty Images Embed)
Ao g1, o diretor-geral da PF, Andrey Rodrigues. “Houve um encontro de um novo bem vendido ou tentado ser vendido no exterior. Tecnicamente tem o poder de robustecer a investigação que tem sido feita. Desde a apreensão no aeroporto, até hoje. Expectativa é concluir em junho [o inquérito da joia]”, disse ele.
Sobre as joias que estão no radar da PF
Segundo a Polícia Federal, o esquema de negociação de joias ilegal tinha procedência de doações por parte de delegações estrangeiras para a Presidência da República, então, o que deveria ser feito era ser registrado como acervo do Estado.
O que houve, no entanto, segundo ela, foi a omissão dos acervos públicos para destinação pessoal, a fim de enriquecimento para o ex-presidente.
O pai de Mauro Cid, o Tenente-Coronel do Exército, Mauro Cesar Lourena Cid é um dos principais envolvidos no caso das joias. Ele também depôs, porém, online, e disse desconhecer a existência de novas peças.