O que fazer em caso de violência dentro do condomínio? Síndica Juliana Moreira explica
Você presenciou um vizinho agredindo a esposa? Ou, como síndico, testemunhou uma cena de violência nas áreas comuns do prédio? Situações assim exigem reação imediata e responsável, e a dúvida de muitos moradores é sobre qual é a atitude correta a ser tomada. Para a síndica Juliana Moreira, a resposta é simples: não se pode […]
Você presenciou um vizinho agredindo a esposa? Ou, como síndico, testemunhou uma cena de violência nas áreas comuns do prédio? Situações assim exigem reação imediata e responsável, e a dúvida de muitos moradores é sobre qual é a atitude correta a ser tomada. Para a síndica Juliana Moreira, a resposta é simples: não se pode ficar em silêncio.
O alerta se reforça diante de casos como o ocorrido em Natal (RN), quando o ex-jogador Igor Eduardo Pereira Cabral espancou sua então namorada, Juliana Garcia dos Santos, dentro do elevador de um condomínio. As imagens das câmeras de segurança mostraram o momento em que a vítima recebeu mais de 60 socos, ficando gravemente ferida e precisando passar por cirurgia de reconstrução facial. O episódio, que ganhou repercussão nacional e resultou na prisão preventiva do agressor, é um retrato cruel da violência que pode acontecer em espaços coletivos.
Para Juliana Moreira, a prioridade em momentos como esse é garantir a proteção da vítima e acionar a polícia sem demora. Ela explica que não cabe ao condomínio tentar resolver a situação internamente, mas sim agir de forma rápida e firme, preservando as imagens de segurança, apoiando a vítima de maneira sigilosa e oferecendo informações sobre canais de denúncia como o 180, da Central de Atendimento à Mulher. “O que não pode acontecer é o silêncio. Violência doméstica é crime e a omissão só fortalece o agressor”, afirma.
A síndica destaca ainda que o acolhimento é essencial. Além de acionar as autoridades, o condomínio pode se tornar um espaço de apoio, onde a vítima sinta que não está sozinha e que pode contar com solidariedade. Também defende que medidas preventivas sejam implementadas, como treinamentos para funcionários identificarem situações suspeitas, campanhas de conscientização entre moradores e a criação de uma cultura de não tolerância à violência.
“O caso da mulher espancada dentro de um elevador chocou o Brasil, mas precisa servir de aprendizado. Nosso papel, seja como síndicos, vizinhos ou cidadãos, é agir com empatia e rapidez. Se houver violência, não hesite: denuncie. Só assim conseguimos transformar indignação em proteção real”, conclui Juliana Moreira.
