Robinho se manifesta pela primeira vez sobre condenação

Fernanda Eirão Por Fernanda Eirão
4 min de leitura
Foto destaque: o ex-jogador Robinho, condenado por violência sexual na Itália, diz ser inocente e que tem provas disso (Reprodução/Istoé)

O ex-jogador de futebol Robinho falou pela primeira vez neste domingo (17) sobre sua condenação a nove anos de prisão pelo estupro coletivo de uma jovem albanesa em 2013. Robinho foi às redes sociais para afirmar que possui provas de sua inocência e acusou o Tribunal de Milão de racismo. A Justiça italiana solicita agora ao Estado brasileiro que a sentença seja homologada, transferindo a execução da pena para o Brasil.

Robinho afirma ser inocente

Na próxima quarta-feira (20), a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) começa a julgar o pedido italiano para que o ex-jogador possa cumprir sua pena no Brasil. O caso não será revisitado, ou seja, não haverá nova avaliação de provas e testemunhos, pois Robinho já teve sua sentença decretada.

Segundo a publicação de Robinho via Instagram, a Justiça italiana “cometeu erros gritantes e gravíssimos” durante o seu julgamento. Robinho disse, ao narrar sua versão em vídeo, que não ficou com ninguém à força. “Como pode estar uma garota estar totalmente embriagada, como ela diz estar e, minutos antes, ela estava mandando mensagem dizendo que só se aproximaria quando a minha esposa não estivesse no local”, indagou o ex-jogador.

Ele disse ainda que após contato, a jovem estava “tranquila” e mandou mensagem para uma amiga pedindo para buscá-la, antes de ir para outra festa. Robinho afirma estar comprometido em provar sua inocência e lutar pela justiça verdadeira. De acordo com ele, a decisão feita pela justiça italiana foi baseada em racismo. 



Robinho faz um paralelo com a situação no país. “Só me leva a crer que esses mesmo que me condenaram são os mesmos que permitem com que aconteça inúmeras vezes histórias de racismo contra inúmeros estrangeiros fora do Brasil“. O ex-jogador afirma que se a situação fosse com um cidadão europeu branco, o julgamento teria sido completamente diferente.

O pedido da Justiça italiana

O crime de violência sexual ocorreu em 2013 na Itália, quando Robinho jogava pelo clube Milan. O ex-jogador foi acusado de estuprar, juntamente com outros cinco homens, uma mulher albanesa em uma boate em Milão. A vítima havia consumido álcool em grande quantidade, mas os condenados afirmaram que a relação foi consensual. Após nove anos do ocorrido, em 19 de janeiro de 2022, a justiça do país o condenou em última instância para cumprir a pena.


Robinho jogava no Milan na época do crime
Robinho foi condenado enquanto jogava como atacante no Milan (Foto: reprodução/Giuseppe Cacace/AFP/Veja)

O ex-jogador veio para o Brasil antes da execução da ordem de prisão na Itália e tem vivido no país desde então, já que a legislação brasileira impede a extradição de brasileiro natos para cumprimento de penas no exterior. Em novembro de 2023, o Ministério Público Federal (MPF) defendeu que Robinho cumprisse a pena em solo brasileiro. Em fevereiro deste ano, o governo italiano apresentou pedido de homologação de sentença estrangeira promulgada em 2017. 

Por identidade de razões não se há de admitir que pena lá estabelecida seja simplesmente homologada e executada no Brasil“, afirmaram os advogados de Robinho. Ou seja, a defesa do ex-jogador afirma que a homologação viola a Constituição, proibindo, portanto, a extradição de brasileiro nato e o cumprimento da pena no Brasil. Essa argumentação foi incluída no conteúdo do processo.

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