Rússia aponta os EUA como adversário direto após sansões
Declaração de Dmitry Medvedev ocorre após novas sanções dos Estados Unidos contra empresas russas petrolíferas e amplia tensão diplomática entre os países
O governo da Rússia declarou nesta quinta-feira (23) que os Estados Unidos são inimigos e que teriam “entrado de vez no caminho da guerra” contra Moscou. Essa reação ocorre no contexto de novas sanções econômicas norte-americanas aplicadas às grandes petrolíferas russas.
O atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo e ex-presidente Dmitry Medvedev afirmou que as sanções e medidas dos Estados Unidos representam um “ato de guerra” contra a Rússia.
Segundo ele, Washington teria se alinhado com a Europa e adotado uma postura hostil aberta. Medvedev questionou: “O que mais virá? Novas armas, além dos infames ‘Tomahawks’?”
Sanções econômicas no centro da crise
Na véspera, a administração americana anunciou nova rodada de sanções que atingem diretamente a Lukoil e a Rosneft as duas maiores companhias petrolíferas russas. A justificativa de Washington é que essas empresas contribuíram para financiar a atuação militar da Rússia na Ucrânia.
— Secretary Marco Rubio (@SecRubio) October 22, 2025
Sanções aplicadas pelo governo americano (Foto: reprodução/X/@SecRubio)
Moscou reagiu afirmando que desenvolveu “imunidade firme” às sanções ocidentais e não acredita que tais medidas causem danos decisivos ao seu potencial econômico.
Implicações diplomáticas e geopolíticas
A retórica de inimigo declarada entre Rússia e Estados Unidos marca uma nova escalada nas tensões que já vinham se acumulando desde o início da guerra Rússia-Ucrânia. O anúncio das sanções também interrompeu a realização de uma reunião prevista entre Donald Trump e Vladimir Putin em Budapeste, que tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo.
Analistas apontam que o embate pode comprometer ainda mais os canais diplomáticos e dificultar qualquer avanço em negociações de paz, ao mesmo tempo, em que reacende o receio de confrontos indiretos ou de caráter híbrido entre as potências.
Com a escalada verbal entre Moscou e Washington, as próximas semanas e meses serão chave para observar se haverá reação militar concreta, intensificação de sanções ou ainda tentativas de retomada de diálogo.
Especialistas alertam que, mesmo que não haja confronto direto entre exércitos, o risco de um “efeito dominó” com envolvimento de aliados europeus, uso de armas convencionais ou cibernéticas tende a crescer.
