Saiba quais são os desafios da perícia para encontrar vítimas da queda do voo 2283

Isabella Grisolia Rouxinol Por Isabella Grisolia Rouxinol
3 min de leitura
Foto Destaque: Voepass Linhas Aéreas (Reprodução/Instagram/@voepassoficial)

Em acidentes de avião como no caso do Voo 2283 na cidade de Vinhedo, interior de SP, nesta última sexta-feira (9), o trabalho de identificação dos corpos das vítimas é um grande desafio. Mas segundo a perícia, o reconhecimento dos corpos das 62 pessoas que estavam a bordo do avião da Voepass já começaram a ser feitas horas após a tragédia.

Conforme afirma Vladimir Alves dos Reis, diretor do instituto medico legal (IML) de São Paulo, o mais importante e que as famílias da vítima reconheçam seus parentes falecidos, para receberem o documento de declaração de óbito e conseguirem viver o luto de seus entes queridos.

O que mais especialistas dizem

O diretor do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, Carlos Eduardo Palhares Machado, afirma que a posição em que a pessoa estava no avião também pode ajudar na identificação dos corpos.


Equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Federal no trabalho de perícia após desastre aéreo com 62 mortes em Vinhedo, SP (Foto: reprodução/Policia Federal)

Há também situações em que os passageiros decidem mudar de lugar na última hora. Por exemplo, casais que querem ficar juntos ou pais que viajam com filhos.
No local do acidente, um scanner é usado para replicar exatamente a aparência do ambiente. Assim, imagens são registradas
e as autoridades têm acesso a detalhes de onde estavam os corpos e de certas partes do avião. Os profissionais que trabalham na identificação de corpos também têm acesso à lista de passageiros e aos documentos de cada pessoa.

Com o RG e do CPF de cada vítima, a perícia consegue identificar a qual estado essa pessoa pertence, podendo então acessar o banco de dados de cada estado para conseguir obter mais informações sobre as vítimas.

Mauricio José Lemos Freire, diretor do Instituto de Identificação de São Paulo, diz que a maioria dos estados hoje em dia já possui o sistema chamado AFIS, que é um sistema automatizado de identificação de impressões digitais, que funciona para fazer buscas de bancos de dados. Ele ainda complementa afirmando que a papiloscopista vai determinar se aquela impressão digital colhida de fato pertence realmente à pessoa e se está de acordo com a ficha datiloscópica, podendo também existir casos que essa identificação é feita visualmente.

Os peritos também afirmam conseguir identificar as vítimas por roupas, sinais particulares, tatuagens e próteses, além do próprio reconhecimento facial, por fotos sorridentes que incluam dentes, características dos dentes e pontos de identificação de características físicas de cada pessoa, explica Vladimir dos Reis, do IML de São Paulo.

Reconhecimento por DNA e previsão de respostas

Os testes de DNA só são feitos como último recurso, quando os especialistas já tentaram todos os outros métodos e não obtiveram sucesso.

Não há estimativa de quanto tempo levará para identificar todas as vítimas do voo 2283, mas será mais rápido do que em 2007, quando ocorreu a tragédia do voo da TAM no aeroporto de Congonhas, deixando 199 mortos. Com a tecnologia evoluindo e a adoção de grandes protocolos internacionais para desastres no Brasil, sabe-se que respostas e o trabalho de identificação de pessoas serão feitas em menor tempo.


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