Na última quinta-feira (14), o Senado argentino reprovou o decreto econômico do atual presidente Javier Milei. O Decreto Nacional de Urgência (DNU) agora segue para a votação na Câmara dos Deputados, onde pode ser definitivamente derrubado.
A sessão de votação foi convocada pela vice de Milei, Victoria Villarruel, sem o aval do presidente e durou mais de sete horas. Apesar do resultado, a medida ainda continua vigente – é necessária a rejeição em duas casas para que seja derrubada – e esta é a primeira vez que um DNU de um governante ainda em seu posto é rejeitado.
Decreto Nacional de Urgência
Também chamado de “decretaço”, o DNU é semelhante a uma Medida Provisória brasileira e foi assinado por Milei em 20 de dezembro de 2023. O Decreto prevê a desregulamentação de mais de 600 leis do país, como a eliminação de políticas de controle de preços das leis de Abastecimento e de Aluguéis e a privatização de empresas estatais.
A votação foi convocada por Villarruel sem o conhecimento de Milei; este, por sua vez, não desejava que o processo acontecesse, segundo os jornais argentinos. De acordo com os veículos, a relação entre o presidente e a vice, que também preside o Senado, já não era das melhores desde a formação do gabinete presidencial.
Reação do governante
Após a rejeição do Decreto, o gabinete do governo publicou uma nota na rede social X (antigo Twitter), que relembra um discurso do presidente para os legisladores. O texto diz que foram apresentadas duas alternativas por Milei, sendo elas: o acordo ou o confronto.
“Chegou o momento da classe política decidir de qual lado da história quer ficar“.
Javier Milei em declaração publicada no X
O presidente afirmou, ainda, que a votação mostrou “quem são os que estão contra os argentinos“, quando questionado pelos veículos nacionais sobre a derrota.