A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quarta-feira (15) por unanimidade um controle mais rígido das prescrições e compras do remédio zolpidem, muito utilizado no tratamento de insônia. O medicamento antes já era encaixado na categoria tipo B (psicotrópicos), em que o médico prescritor deve estar cadastrado na vigilância sanitária de autoridade da região.
Essa categoria é mais restrita e o zolpidem encontrava-se especificamente na lista B1 que, por conta do Adendo quatro, flexibilizava sua distribuição ao permitir que concentrações até 10 mg de zolpidem fossem disponíveis em receitas brancas de duas vias, uma para a farmácia e outra para o paciente.
Quais foram as mudanças
Pela flexibilização, o remédio acabou sendo distribuído de forma errada atingindo diversas pessoas que não precisavam da medicação. Agora, a partir de primeiro de agosto de 2024, o zolpidem será liberado em receitas de prescrição obrigatoriamente do tipo azul que possuem controle rigoroso independente da sua concentração.
Pessoa ingerindo remédio (foto: reprodução/andreswd/Getty Images Embeed)
Entre as mudanças apresentadas estão: a troca da tarja vermelha para a preta, validade de 30 dias para as receitas, a prescrição deverá conter somente uma medicação com quantidade adequada para um tratamento também de 30 dias e o receituário precisará apresentar dados do médico responsável pela medicação.
A agência declarou que o prazo até agosto visa dar tempo para especialistas realizarem seus cadastros de Notificação de receita azul nas autoridades sanitárias responsáveis de cada município, e para que pacientes não tenham seus tratamentos interrompidos.
Zolpidem
O zolpidem é um medicamento que induz o sono numa pessoa, muito recomendado para tratamentos de insônia. Porém, o remédio só pode ser adquirido por meio de receitas devido aos seus efeitos colaterais, como o sonambulismo e a amnésia anterógrada, onde a pessoa esquece acontecimentos após a ingestão do comprimido.
Cartela de remédios (foto: reprodução/Soumyabrata Roy/NurPhoto/Getty Images Embeed)
Os médicos recomendam seu consumo antes de dormir e já deitado para evitar possíveis acidentes, e não deve ser misturado com nenhum tipo de álcool ou droga. Danitza Passamai Rojas Buvinich, diretora da Anvisa, revelou durante a sessão que a agência já estava preocupada com o uso do remédio, principalmente em pessoas mais jovens.
Ela acrescentou que esse é somente o primeiro passo e que a organização pretende fazer as mesmas restrições para outros fármacos da mesma família do zolpidem. As fabricantes terão até primeiro de dezembro para adequarem suas embalagens, e as farmácias poderão continuar vendendo-o sobre a tarja vermelha até o fim da validade do remédio, mas somente com a receita correta.