Alisamento capilar e câncer de útero: qual a relação?

Ana Carolina Lara Por Ana Carolina Lara
3 min de leitura

 

De acordo com o resultado do estudo do Instituto americano ‘National Institutes of Health’, o uso de pranchas e produtos químicos alisadores, tem forte relação com casos de câncer de útero.

As mulheres que disseram usar os dois mais de quatro vezes ao ano, tinham duas vezes mais chances de desenvolver o câncer uterino comparadas com as que não faziam uso.

Alexandra White, chefe do grupo ‘NIEHS Environment and Cancer Epidemiology‘ e uma das autoras do estudo diz:

 “Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram chapinhas de cabelo desenvolveriam câncer uterino aos 70 anos; mas para usuárias frequentes, esse risco sobe para 4,05%”

A pesquisa que levou 11 anos, avaliou 33.497 mulheres americanas de 35 a 74 anos, participantes do estudo ‘Sister Study’, liderado pelo Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental (NIEHS) que identifica fatores de risco para câncer de mama e outras complicações de saúde. Neste período foram identificados 378 casos de câncer no útero. Essa marca representa 3% dos novos casos de câncer nos EUA.

A incidência tem aumentado principalmente entre as mulheres negras, mesmo com a onda da “transição capilar” em alta. Isso porque segundo Che-Jung Chang, pesquisador no NIEHS Epidemiology Branch e um dos autores do estudo, as mulheres negras usam produtos de alisamento com mais frequência e começam a usá-los em idade mais jovem.


Do crespo ao alisado. Reprodução: salaovirtual.org


O uso das pranchas alisadoras também contribui para este cenário, porque podem causar queimaduras no couro cabeludo, facilitando dessa forma, a absorção das substâncias químicas pela corrente sanguínea.

“Mais pesquisas são necessárias para confirmar essas descobertas em diferentes populações, para determinar se os produtos capilares contribuem para as disparidades de saúde no câncer uterino e para identificar os produtos químicos específicos que podem estar aumentando esse risco nas mulheres”. Acrescentou Alexandra.

A equipe responsável pelo estudo descobriu ainda que tinturas e alisantes permanentes de cabelo podem contribuir para o aumento do risco de câncer de mama e ovário.

 

 

Foto destaque: tania.kitura/Reprodução/freepik

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