Ambiente iluminado impede sono profundo e é pernicioso para o organismo?

Saulo Fragoso Por Saulo Fragoso
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Existem pessoas que não conseguem dormir em um ambiente totalmente escuro, já outras se sentem desconfortáveis com qualquer intensidade de luz. Fatores emocionais como o estresse e o uso de determinados medicamentos podem desencadear distúrbios do sono —insônia, apneia, sonambulismo etc—, mas a exposição à luminosidade também pode ser prejudicial.

O dia foi cansativo e o sono chegou. Você entra no quarto, apaga a luz, mas logo desiste. Liga a televisão, visita as redes sociais e horas se passam. Vai ao banheiro e resolve deixar a luz do corredor acesa. O processo se repete até que o despertador toca. Hora de se levantar para trabalhar. Essa é a realidade de muitas pessoas que se mantêm ativas no trabalho, mas não conseguem se desconectar das atividades no horário de descanso.

A luz atrapalha o sono profundo. Mesmo com o olho fechado, a luminosidade é capaz de atravessar a pálpebra, que é um tecido muito fino, e chegar até o sistema nervoso central. Quando o ambiente está escuro, a glândula pineal, que fica dentro do cérebro, produz uma substância chamada melatonina. Entre outras coisas, ela é responsável por induzir o organismo ao sono profundo.

Qualquer tipo de luminosidade, som ou movimento pode interferir na qualidade do sono, mas dormir com uma luz de intensidade baixa de forma indireta, ou seja, sem iluminar totalmente o quarto e nem estar próxima ao rosto, não causa prejuízo fisiológico ao organismo.


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(Foto: Reprodução/Pinterest)


A temperatura da luz também influencia na percepção se é noite ou dia, o que altera a liberação e redução de substâncias importantes ao funcionamento do corpo. A luz amarela, considerada mais quente, gera maior conforto para o descanso e as coloridas têm sido utilizadas na cromoterapia, prática incluída no SUS (Sistema Único de Saúde). Luz embutida no rodapé incidindo no chão, luzes de emergência e luz amarela indireta podem proporcionar maior segurança ao idoso.

Pessoas que tiveram covid-19 podem desenvolver dificuldades no sono tanto por mudança de rotina quanto por sequelas neurológicas ou musculares. Após a alta do hospital, algumas pessoas necessitam de auxílio médico para readaptar o relógio biológico, em vista da luminosidade e dos despertares noturnos.

A maioria dos casos de pessoas que apresentaram sonolência diurna e insônia pós-covid já tinham algum distúrbio do sono em alguma época da vida e a covid-19 intensificou. O cansaço prolongado está associado à perda muscular, e não somente à porcentagem do pulmão comprometido. Quando dormimos, os músculos do corpo entram em atonia, que é o grande relaxamento da musculatura, incluindo a respiratória. Em pessoas saudáveis, é o suficiente para respirar adequadamente, mas quando o músculo apresenta fragilidade pós-covid, não consegue suprir essa necessidade e ficam predispostas a desenvolverem distúrbios como a hipóxia, baixa concentração de oxigênio nos tecidos.

Ler um livro ajuda, mas somente sentado em uma cadeira e com o auxílio de um abajur, porque não reflete luz direta no rosto. Entretanto, é preciso atenção ao conteúdo para que, aos poucos, o organismo volte a entender que durante o dia deve estar ativo e à noite em descanso.

Foto destaque: Reprodução/Pinterest

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