Anvisa aprova nova vacina contra a dengue

Rodrigo Salzano Por Rodrigo Salzano
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quinta-feira (2), a Qdenga (TAK-003), uma nova vacina contra a dengue, do laboratório japonês Takeda Pharma. Esse imunizante poderá ser aplicado em quem já teve a doença e também naqueles que nunca entraram em contato com o vírus, não havendo nenhuma distinção entre os casos.

De acordo com a Anvisa, a vacina possui quatro sorotipos diferentes do vírus causador da doença. Ela é aplicada no esquema de duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. A Qdenga é adequada para a população entre 4 e 60 anos de idade. A vacina já pode ser comercializada na rede privada do Brasil e, caso o Ministério da Saúde decida incorporar, também será disponibilizada no Sistema Único de Saúde, o SUS.

Nos testes clínicos, a Qdenga forneceu uma eficácia geral de 80,2% contra a dengue após 12 meses da segunda dose, além de reduzir as hospitalizações em 90%. No fim de 2022, a agência sanitária europeia European Medicines Agency autorizou o seu uso na União Europeia.

O Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue há mais de 10 anos, a Butantan-DV. O processo já está na reta final de conclusão. Segundo os ensaios clínicos, ela possui uma eficácia de 79,6% para evitar a doença. Quando todos os voluntários completaram cinco anos de acompanhamento, em 2024, o imunizante poderá ser submetido para aprovação da Anvisa.


Vacina sendo fabricada pelo Butantã. (Reprodução/Governo de São Paulo)


No Brasil, o único imunizante disponível contra a dengue era a Dengvaxia, mas só era recomendado para quem já foi infectado pelo vírus. Essa vacina protege de uma possível segunda infecção que, se tratando da dengue, pode se manifestar de forma mais agressiva e levar à morte.

Em 2022, o Brasil atingiu o número de 1.016 mortes por dengue, um recorde desde a década de 1980, quando a doença começou a ser mais frequente no país. No ano passado, o número de casos aumentou em 162,5% se comparado a 2021, com 1.450.270 prováveis acometidos pela doença.

 

Foto destaque: Mosquito Aedes aegypti picando humano. Reprodução/Genilton Vieira/IOC

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