Nesta sexta-feira (8), o Ministério da Saúde divulgou dados sobre o mais recente surto de dengue, incluindo um preocupante: de 2022 para 2023, o número de casos anuais subiu de 1,3 para 1,6 milhão, representando um aumento de aproximadamente 17,5%.
“A variação climática, o aumento das chuvas, o número de pessoas suscetíveis às doenças e a mudança na circulação de sorotipo do vírus são fatores que podem ter contribuído para esse crescimento,” afirmou o ministério, que está avaliando incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) uma vacina contra a doença.
Os estados brasileiros em alerta são: Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás. Não somente se trata de uma epidemia de casos elevadíssima, mas também representa um aumento crescente e proporcional no número de óbitos, que subiu de 999 para 1053 mortes.
“O Centro-Oeste vai ficar em nível epidêmico,” disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, estimando como a situação deve ser em 2024. “No Sudeste, atenção para Minas Gerais e Espírito Santo, com potencial epidêmico. No Sul, Paraná tem potencial muito alto. Já o Nordeste terá um aumento, mas abaixo do limiar epidêmico.”
Dados históricos da dengue: 2023 se aproxima do recorde de 2015. (Foto: reprodução/Ministério da Saúde/g1)
Sintomas
Os principais sintomas da dengue aos que a população em geral deve se atentar são os seguintes:
- Febre;
- Dor atrás dos olhos;
- Dor no corpo e articulações;
- Dor de cabeça;
- Mal estar e/ou falta de apetite;
- Manchas vermelhas.
Caso apresentados em suficiente número ou gravidade, a recomendação é ir a um serviço de saúde para o diagnóstico e tratamento.
Infográfico dos sintomas mais comuns da dengue. (Foto: reprodução/g1)
Soluções apresentadas
Atualmente, a vacina avaliada (Qdengue) – e recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) – está sendo negociada com a fabricante, Takeda Pharma, para ter seu preço reduzido. Esta, já afirmou que está “aberta para uma negociação de preço“.
Também se pronunciou a ministra da Saúde, Nísia Trindade: “A avaliação inicial favorável da Conitec, condicionada a uma adequada negociação de preços para a vacina ser usada na estratégia do PNI, nos dá certeza de que poderemos contribuir de modo ainda mais abrangente para o combate à dengue.“
Além da vacina, é também notável a aplicação do método Wolbachia, que consiste em introduzir mosquitos que não transmitem a doença – ao se reproduzirem com os Aedes aegypti locais, todas as novas gerações também devem ser incapazes de ser vetor da dengue. Tal método será aplicado em Natal, Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC) .
Foto Destaque: Aedes aegypti também é responsável pela transmissão da febre amarela, chikungunya, e zika vírus (Reprodução/Pixabay/g1)