Como é o pós-operatório de um transplante de coração

Felipe Pirovani Por Felipe Pirovani
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No último domingo (27), o apresentador de televisão Fausto Silva passou por uma operação de transplante de coração. Após o procedimento, surgiram várias dúvidas sobre como é o pós-operatório desse tipo de procedimento cirúrgico.

Segundo especialistas, em casos que a cirurgia ocorreu bem e o paciente se encontra estável, a média de tempo que se deve permanecer no hospital antes de ir para casa gira em torno de 40 dias. Na primeira semana dessa estimativa, o paciente deve passar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

O cirurgião Fernando Atik afirmou em entrevista à CNN que o pré-operatório influencia diretamente no pós-operatório, pois quanto maior o grau de comprometimento do órgão, maior é o tempo de recuperação após a cirurgia.

O pós-operatório

Em entrevista à CNN, o presidente do Instituto do Coração (INCOR) da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Kalil Filho, afirmou que o sucesso dos processos pós-operatórios hoje em dia se deve à administração de medicamentos imunossupressores. Esses medicamentos evitam a rejeição dos órgãos transplantados, um problema que era muito comum antigamente.

“Hoje em dia se começa um pós-operatório convencional de cirurgia cardíaca associado a algumas drogas, como corticoides e, principalmente, os imunossupressores –que são dados no primeiro dia após o transplante”, disse o médico.

No entanto, a imunossupressão não traz apenas benefícios. Ela também acrescenta um risco adicional de infecções oportunistas, diabetes, dislipidemia, hipertensão arterial, neoplasia e insuficiência renal. A cardiologista do Hospital Sírio-Libanês explica melhor essa dualidade dos medicamentos imunossupressores.

“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração. São os remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição versus infecção. Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de estar mais suscetível a uma infecção grave”, relatou a médica.

A sobrevida média de um adulto que recebe um novo coração é de 11 anos. A taxa de sobrevivência melhorou de forma expressiva durante a última década, sendo que 85% dos pacientes vivem até o segundo ano pós cirurgia.


Fausto Silva e seu filho João Guilherme em momento emocionante. (Foto: Reprodução/instagram/@joaosilva)


O caso Faustão

Um dos apresentadores mais famosos da tv brasileira precisou passar por um transplante cardíaco, após o seu quaro de saúde apresentar insuficiência cardíaca. Depois de diagnosticada a necessidade de um novo coração, devido ao seu caso clínico ser grave, Fausto Silva ficou em segundo na lista de prioridade para pessoas com o tipo sanguíneo B.

No domingo um órgão de um homem de 35 anos ficou disponível. Com isso o SNT (Sistema Nacional de Transplantes) contactou a equipe do paciente que ocupava o primeiro lugar na lista de prioridade que acabou recusando e o coração foi enviado para o hospital israelita Albert Einstein na grande São Paulo, onde apresentador foi operado.

A cirurgia foi um sucesso e demorou em torno de duas horas e trinta minutos, Faustão está respondendo muito bem ao pós-operatório e não vê a hora de sair andando pelo hospital segundo a sua equipe médica. 

 

 

Foto destaque: Todo o procedimento do transplante cardíaco deve ocorrer em no máximo quatro horas. Reprodução/pexels/Vidal Balielo Jr.

Estudante de jornalismo na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), atualmente cursando o 4° período.
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