Como tratar a fimose feminina e melhorar a qualidade do sexo

Pablo Alves Por Pablo Alves
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Não sei se você ja ouviu falar mas, a fimose feminina existe e pode afetar uma em cada cinco mulheres. Provavelmente você nunca tinha ouvido falar em fimose feminina, nem que ela atinge um a parcela significativa do universo feminino. Diferentemente da fimose masculina que é motivo de gozações, brincadeiras e apesar do sigilo, fala-se muito mais abertamente sobre o assunto. Para as mulheres o assunto é tabu e muito delicado, por isso é importante que ele seja ventilado para que a informação seja disseminada e ajude a desmistificar esse mito da fimose feminina.

Mas o que é a fimose feminina? É quando a pele do prepúcio pode comprometer a sensibilidade do clitóris cobrindo toda área e ocasionando um desconforto. “Em uma sociedade falocêntrica como a nossa, pediatras não orientam sobre essa questão no caso das meninas: já entre os meninos, a analise e reversão da fimose são extremamente comuns na rotina médica”, observa o médico Luiz Perez, dermatologista e especialista em cirurgia e sexualidade.

Luiz Perez faz parte do grupo de pioneiro que trouxeram o tema para a luz dos consultórios, isso permitiu um debate mais aberto. O médico já tratou mais de cem mulheres com essa patologia, na sua clínica, o Espaço Mira, localizado em São Paulo, focada em tratamentos íntimos femininos, e os resultados são ótimos.

Ele ja era apaixonado pelo tema, e durante uma fellowship de cirurgia nos Estados Unidos, conheceu o trabalho desenvolvido por um médico egípcio com vítimas de mutilação de clítoris. Hoje mais de 200 milhões de mulheres vivem mutiladas.

Quando voltou ao Brasil seu foco era estudar mais sobre o tema, e pesquisou tudo que pode sobre o órgão feminino. Em algum momento de sua pesquisa ele conheceu a fimose da mulher, tudo era bem tímido, não existiam muitas publicação sobre o assunto. “Importante deixar claro que não inventei esse tema, ele ja é pesquisado no mundo, mas é muito pouco multiplicado. O tratamento não tem objetivo estético algum, nem altera o aspecto da vulva”, afirma dr. Luiz, que tem especialização no tratamento e é um dos que fazem o procedimento de forma não desagradável e invasiva.


Entenda o que é a fimose feminina, que afet uma em cada cinco mulheres. (Foto:Reprodução/TuaSaúde)


Realizada no próprio consultório a técnica é extremamente simples, e normalmente não precisa de corte ou pontos. Aplicando anestesia local, o deslocamento da pele que envolve o clítoris é feito. “A paciente pode sair daqui e condia seguinte praticar spinnning na academia de ginástica. Deve apenas seguir algumas orientações de cuidados em casa para evitar que o problema volte”, comenta o médico.

o procedimento não envolve riscos e nem é doloroso, e o mais importante, não ha riscos de infecção e de sangramento. E o melhor é que depois de 2 dias a pratica de sexo é liberada. Apesar de recuperar a sensibilidade, ele lembra, que isso não é uma garantia de que a mulher que nunca teve orgasmo possa ter. Vale lembrar que o prazer feminino envolve muito mais do que questões fisiológicas e anatômicas, nessa relação o emocional faz muita diferença.

Muita gente confunde que a que a mulher que tem a fimose nunca vai conseguir chegar ao orgasmo. “No entanto, é fato que muitas mulheres melhoram a experiência de prazer, descobrem posições mais favoráveis e passam a entender melhor o próprio corpo. quelas com pouca sensibilidade na região, certamente vão ter algum ganho, mas não é, de forma alguma um efeito placebo”,explica dr. Luiz.


Você já conhecia? (Foto:Reprodução/GettyImages)


A maioria das pacientes relatam que a relação sexual melhorou demais, após o procedimento. Um dos relatos afirma que uma delas começou a ter prazer na hora do sexo oral, isso nunca aconteceu durante todo o relacionamento. Outra comentou: “Olhar para isso tudo foi uma experiência muito interessante. Eu fico imaginando para quem não tinha nenhuma sensibilidade, o quanto isso é importante e as mulheres simplesmente não sabem”, finalizou a paciente.

E tem mais revelações de outras paciente: “Estou muito mais feliz com meu corpo, me sentindo mais inteira. Os orgasmos tem mais intensidade, sinto que duram mais tempo. Cheguei a me sentir  triste e frustrada muitas vezes porque demorava demais para chegar ao orgasmo. Isso mexia muito comigo e causava ansiedade. Mudou minha vida. Para mim, desde o começo foi profundamente revolucionário. Não foi apenas uma liberação do clitóris. Foi e ainda é intenso. Passando pra falar que fez um ano do nascimento do meu clitóris e, com ele, nasceu uma nova mulher, mais conectada com emu feminino, com meu corpo.”

“Os médicos não foram ensinados a examinar clitóris e isso não é feito de rotina nos consultórios, apesar da enorme importância desse orgão. Essa questão virou meu projeto de vida. Não é sobre ser homem ou mulher, mas sobre colocar a ciência acima de atrasos sociais que envolvem a sexualidade. Muitas mulheres referem a seus médicos queixa de dificuldade de orgasmo ou pouca sensibilidade, e nenhum exame físico do clitóris sequer é feito”, informa o médico.

 

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O trabalho desenvolvido por ele tem chamado atenção de parte da comunidade médica e cientifica no mundo, que encontra-se um pouco mais a frente nos estudos. Uma palestra do médico Luiz Perez realizada para o TED Talks, estará disponível na plataforma Youtube. O desejo de Luiz é que o tema esteja dominando as conversas e os consultórios.

Foto destaque: Reprodução/GettyImages.

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