Recentemente foram confirmados pela Organização Mundial de Saúde(OMS) casos de varíola do macaco, que já atinge mais de trinta países.
No Brasil, está sendo monitorado três casos suspeitos da doença, no Ceará, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Apesar do surto em diversos países, especialistas afirmam que a varíola do macaco é considerada menos transmissível que o vírus da COVID. O contágio é repassado por gotículas, e pela secreção proveniente das bolhas que o monkeypox causa na pele, além do contato com outros animais, como roedores, grupo no qual a doença é comum.
“Na Covid tem uma transmissão respiratória em que você está mais distante e pega. O respiratório [da varíola do macaco] é face a face, tem que alguém falar muito próximo para cair gotículas em cima de você e entrar pela sua mucosa da boca, tem que ter contato com saliva, com secreção de espirro, da tosse, ou o contato com a pele.” explica a virologista Clarissa Damaso, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ
O diagnóstico da varíola do macaco é feita por meio da análise de amostras das lesões da pele.
Monkeypox (reprodução/Reuters)
A monkeypox é um vírus de DNA, que é transmitida de animais para humanos. Os sintomas são parecidos com os da varíola tradicional, que foi erradicada em 1980.
O período de incubação da doença varia de 5 a 21 dias. Nos primeiros cinco dias os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, inchaço nos gânglios linfáticos e cansaço extremo.
Já do primeiro ao quinto dia do aparecimento da febre, podem surgir erupções cutâneas, começando no rosto e se espalhando para as palmas das mãos e solas dos pés.
“O que pode ser mais grave, podendo levar à morte, primeiro é o número muito grande de lesões no corpo todo, porque isso aumenta o risco de ter uma infecção por bactéria nas feridinhas na pele. Ter muitas lesões também pode significar que a pessoa tem uma quantidade maior de vírus circulando, o que pode causar uma pneumonia, eventualmente pelo próprio vírus, ou uma encefalite, até uma infecção no sistema nervoso central.” diz a infectologista Raquel Stucchi, professora da Faculdade de Ciências Médicas, da Unicamp.
Pessoas imunossuprimidas, transplantadas e em tratamento oncológico, assim como crianças e grávidas, fazem parte do grupo de risco para o monkeypox.
Foto de Destaque: Erupções na pela (reprodução/iStock)