A pesquisadora afirmou nesta sexta-feira (3) na entrevista coletiva virtual semanal do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) na África, que os anticorpos resultantes de uma primeira infecção de covid-19 não impediria a pessoa de contrair o novo vírus. A pesquisadora, especialista em doenças infecciosas do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis da África do Sul, Anne von Gottber acredita “que a infecção anterior não protege contra a ômicron”.
Matshidiso Moeti, diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).(Foto:Divulgação/OMS)
Anunciado semana passada há inúmeras incógnitas a serem descobertas, essa nova forma de coronavírus possui 32 mutações, alto potencial de propagação e resistência às vacinas. A especialista revelou que pessoas que foram infectadas anteriormente podem contrair a nova mutação porém com sintomas menos graves.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) a variante foi detectada inicialmente na África do Sul e em Botsuana e até agora a variante está presente em pelo menos 22 países. Os casos de Covid-19 no continente aumentaram 54% nos últimos 7 dias em comparação ao período anterior. Nas outras sub-regiões os casos diminuíram.
A África do Sul registrava cerca de 300 casos por dia, há 15 dias, na terça-feira registrou 4.373 no dia e na quarta já estava em 8.561 novos casos. O especialista da OMS Ambrose Talisuna, disse que nesta fase “não sabemos de onde vem a variante”
Depois do anúncio da detecção da nova variante B.1.1.529, denominada ômicron, a África do Sul e países vizinhos foram alvo de proibições de viagem por parte de muitas nações. A OMS considerou “injustas” e sem explicação científica as restrições que países da África vem recebendo.
Um comunicado da organização, divulgado após a coletiva feita pela diretora regional da OMS para África afirma que: “A detecção e a comunicação da nova variante por parte de Botsuana e da África do Sul mobilizaram o mundo. Temos uma janela de oportunidade, mas temos de agir rapidamente e aumentar as medidas de detecção e prevenção”-“Os países devem ajustar sua resposta à covid-19 e impedir que um surto de casos se espalhe por toda a África e sobrecarregue eventualmente instalações de saúde já saturadas”.
Comparada a outras variantes preocupantes, a ômicron possui um elevado número de mutações (32) em sua proteína spike que sugerem um maior risco de infecção. Ainda de acordo com o comunicado da OMS, os cientistas da África do Sul e região “estão intensificando as pesquisas para compreender a transmissibilidade, gravidade e impacto da ômicron em relação às vacinas, aos diagnósticos e aos tratamentos disponíveis e se ela é responsável pelo mais recente surto de infecções de covid-19”.
Para ajudar a nas atividades de resposta crítica em países de toda a região, a OMS mobilizou cerca de 12 milhões de dólares, pelos próximos três meses
Foto Destaque: Imagem ilustrativa de um vírus. Reprodução/Pixabay