Covid Longa: Cientistas descobrem alteração no sangue de quem contraiu a doença

Julia Cabrero Por Julia Cabrero
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A pandemia da Covid-19 deixa marcas até hoje na vida da população mundial. A criação de vacinas diminuiu muito a taxa de mortalidade, contudo, essa doença deixou sequelas que estão sendo avaliadas pela comunidade científica. 

Um estudo realizado pela Fiocruz Minas,  avaliou os efeitos da Covid-19 ao longo do tempo e constatou que metade das pessoas diagnosticadas com a doença apresentam sequelas podendo perdurar por mais de um ano. O termo utilizado para essa condição pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é Covid Longa.

Grande parte da população está sofrendo com as consequências da Covid Longa. Estima-se que um em cada cinco pacientes que contraíram a doença sofrem com seus efeitos nas semanas seguintes.


Amostras de sangue (Foto: Reprodução/kukhunthod/IStock) 


Uma das descobertas recentes de um estudo ainda não publicado, apenas disponível em versão pré-print, pela Universidade de Yale é que a Covid Longa pode ter alterado o sangue dos infectados. Ademais, analisando amostras de sangue de 99 pacientes com Covid Longa, os pesquisadores enxergaram até os aspectos granulares das células T de defesa, que participam da resposta do corpo contra as infecções.

Foi descoberto, também, que essas pessoas produziam um número baixo de cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, responsável por ajudar o corpo a controlar infecções. Esses pacientes se queixaram de fadiga, confusão mental e outros sintomas. 

A imunologista Akiko Iwasaki afirma que foi difícil encontrar pessoas que tiveram Covid-19 e não sofreram sequelas depois para formar o grupo de pesquisa. Foram 119 voluntários e apenas 39 não tinham Covid Longa.


Akiko Iwasaki (Foto: Reprodução/Yale Medicine) 


“Como uma cientista, claro que gostaria de ter todas as peças do quebra-cabeça antes de começar a fazer ensaios clínicos. Mas os pacientes não podem esperar”, disse Akiko à Science. 

Os resultados de como melhorar o bem-estar dessas pessoas e qual seria o tratamento adequado ainda não é certo. Requer mais análises e pesquisas para testar medicamentos e outros métodos para lidar com doenças autoimunes. 

 

Foto Destaque: Reprodução/Magscan

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