Atualmente nos supermercados e centros de pesquisa estão em destaque as comidas que tem como base os vegetais e não mais a carne animal
Um documento de 2019, feito por cientistas e publicado no renomado periódico “The Lancet”, é a referência para se falar de saúde, dieta e sustentabilidade, já que fala sobre o uso da água na produção de alimentos, aumento na emissão dos gases de efeito estufa e ainda recomenda a diminuição no consumo de carne no cotidiano, dando preferência para os alimentos de origem vegetal. Esse estudo junto com novos termos como: flexitariana, proteína alternativa e dieta da saúde planetária fizeram com que aumentasse a busca por comida a base de plantas.
Segundo a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri, as comidas “plant–based “ designam alimentos como: legumes, frutas, feijões. “Ela designa cardápios privilegiando o consumo de hortaliças, sementes, grãos integrais, mas ainda há um espaço para os ovos, laticínios e pescados, lógico que em menor quantidade”. Por isso esse “menu” não é tão inovador assim, já que para a nutricionista Carolina Pimentel, “Até a dieta mediterrânea pode fazer parte das plant-based”.
O público mais consumidor desse tipo de alimento são os flexitarianos (as pessoas que comem carne menos de três vezes por semana) e hoje eles já chegam à 23% da população mundial. Para ter essa classificação, o alimento deve suprir os nutrientes que os ovos, o leite e as carnes têm de proteínas. Vale lembrar que os adeptos dessa dieta, buscam aumentar sua consciência ambiental e as evoluções que a tecnologia nos trouxe. Um exemplo é o que os cientistas da Califórnia, nos Estados Unidos fizeram recentemente, eles conseguiram fazer um bife de carne por meio da coleta de células cultivadas no próprio laboratório.
Foto: Dieta Plant-Based/Reprodução: Jasmine Alimentos
Ainda que a soja seja o ingrediente mais usado nesse universo, graças ao seu alto número de nutrientes e proteínas, para se fazer nuggets ou hambúrgueres é necessário o uso de máquinas que ainda irão produzir fibras parecidas com aquelas da proteína animal. O engenheiro da ADM Multinacional, Tiago Coroa afirma: “As tecnologias usadas permitem a absorção da água, garantindo assim a suculência do produto final.”
Outros alimentos usados para fazer as comidas com base de planta são: lentilha, ervilha, grão-de-bico, aveia, amêndoas, castanhas e até o caju podem aprimorar a qualidade, trazendo mais aminoácidos essenciais para nossa cadeia alimentar. Para a consultora e nutricionista da Jasmine Alimentos, Adriana Zanardo: “ Quanto maior for a variedade de produtos mais nutrientes serão consumidos na rotina”.
Segundo dados coletados pela agência Mintel, os jovens de 16 a 24 anos são o público mais consumidor da carne vegetal e as mulheres ingerem mais bebidas feitas de plantas( aquelas que a matéria-prima é necessariamente natural). O problema é que para ter o mesmo nível de nutrientes da carne animal, as empresas usam de fórmulas com muitas vitaminas e sais minerais e isso acarreta no valor final do produto. “Por isso o acesso ainda é restrito as classes A e B”, conta a analista Ana Paula Gilsogamo.
Foto Destaque: Ícone de Plant-Based/Reprodução:Dreamstime