Depressão na adolescência toma proporções preocupantes

Luiz Carlos Nascimento Por Luiz Carlos Nascimento
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A adolescência é um dos períodos de desenvolvimento e crescimento humano mais delicado, marcado por mudanças constantes de humor, crises de identidades e, em muitos casos, é uma fase considerada rebelde. Esses são coisas que fazem parte do desenvolvimento do indivíduo, mas é preciso ter atenção para evitar o surgimento de transtornos mentais.

 Em um contexto mundial, cerca de 10% a 20% dos adolescentes sofrem com a depressão. Esse é um número extremamente alto, além de que ainda existem doenças como ansiedade, esquizofrenia, transtorno bipolar que podem influenciar negativamente na fase da adolescência.

 É preciso entender que a depressão não se classifica como uma tristeza passageira, muito menos como uma frescura ou drama de adolescente. Essa combinação de situações que acontecem na adolescência serve como catalisador para o desenvolvimento de distúrbios maiores.

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 A depressão pode servir como obstáculo para que as pessoas tenham um bom desempenho na escola, no trabalho e até mesmo dificulta o convívio familiar. Em situações mais adversas, ela pode levar ao abuso de substâncias e ao suicídio. Outro dado importante é que, por ano, morrem aproximadamente 800.000 pessoas por suicídio que é a segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos.

 Sentimento de culpa, tristeza, mudança de comportamento, problemas de memória e concentração, cansaço constante, automutilação são alguns dos muitos comportamentos frequentes e que necessitam de atenção, principalmente, durante a adolescência. Muitos desses sintomas são considerados universais portanto, algumas atitudes simples podem mudar todo esse quadro negativo na vida de um adolescente. É interessante incentivar a prática de atividades que promovam a sensação de bem-estar. A presença da família também é extremamente importante, fazendo com que os jovens se sintam importantes, acolhidos.

 O diálogo é essencial para combater os transtornos mentais no período da adolescência. Além disso, na grande maioria dos casos, a ação mais indicada é o encaminhamento do jovem para uma ajuda especializada, seja para um psicólogo, médico psiquiatra ou um psicoterapeuta.

 


(Foto: reprodução/ pexels)


 O que não falta são locais para se pedir ajuda. No Brasil existem clínicas-escola de psicologia, o Centro de atenção Psicossocial (Caps), o Centro de Valorização da vida (CVV), grupos de adolescentes da Associação Brasileira de Familiares e muitas outras organizações.

 Como diz o psiquiatra Jair Mari, professor titular do Departamento de psiquiatria da Universidade Federal De São Paulo (Uniifesp), “o transtorno mental é um problema de saúde pública, com impacto sobre a vida das pessoas. Não existe saúde sem saúde mental”.

(Foto destaque: Reprodução/ pexels)

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