Diabetes: Conheça os tipos da doença e como se cuidar

Lu Mello Por Lu Mello
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O Brasil é o país com mais casos de diabetes no mundo, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes. Mundialmente  possuem 537 milhões de adultos com diagnóstico positivo, um aumento de 16% em relação ao ano de 2019. Para conscientizar sobre os reflexos na saúde, o IDF (Federação Internacional de Diabetes) junto à Organização Mundial de Saúde (OMS) criaram o Dia Mundial do Diabetes, celebrado sempre no dia 14 de novembro. A diabetes já causou 4,2 milhões de mortes e cerca de 232 milhões de pessoas  possuem a doença  e não foram diagnosticadas. Em entrevista para a revista IstoÉ a endocrinologista e gerente médica de análises clínicas do laboratório Sérgio Franco, Paula Bruno Araújo, esclare algumas dúvidas sobre a doença, que apesar dos alertas de autoridades circunda por meio de muita desinformação.


Paciente fazendo exame para testar o nível de açúcar no sangue.(Foto:DisobeyArt/Shutterstock.com)


Existem 4 tipos de diabetes: Tipo 1, ocorre quando há redução ou ausência de insulina, causado pelos próprios anticorpos. Temos a Tipo 2 quando o tecido do corpo resiste à insulina, e causado por maus hábitos alimentares e sedentarismo. Diabetes gestacional acontece durante a gravidez por resistência à insulina, corre o risco de afetar mãe e bebê e pode se estender após o parto. A fase Pré-diabética e o início para diabetes tipo 2 não têm sintomas, é quando o metabolismo está em desequilíbrio.

 

Pessoas com sobrepeso e obesidade estão mais suscetíveis à doença, e também pessoas que tenham histórico familiar, doença cardiovascular, hipertensão, HIV, pré-diabetes, passado de diabetes gestacional, síndrome de ovários policísticos e menopausa correm risco adicional de terem a doença:“As que apresentam histórico familiar da doença, o rastreamento deve se iniciar ainda na infância, com 10 anos, ou após início da puberdade, quando apresenta sobrepeso ou obesidade. A partir dos 45 anos, todos que não estão acima do peso devem realizar exames de rastreamento”, destaca Paula.

 

A endocrinologista esclarece também um dos principais consequências para quem possui a doença e o seu não acompanhamento:“A descompensação do diabetes pela falta de acompanhamento médico e realização de exames de rotina é responsável pela queda da qualidade de vida do portador da doença e aumento dos riscos de complicações, já que os altos níveis de glicose no sangue provocam sobrecarga nos rins com acúmulo de proteínas” 

 

Alerta também para o risco de acarretar outras doenças como glaucoma, que pode levar a cegueira, doenças cardiovasculares, lesões neurológicas, problemas nos pés e disfunção sexual. As mulheres registram a maioria dos diagnósticos e são as mais afetadas pelas consequências das doenças. De acordo com o Ministério da Saúde, a depressão atinge duas vezes mais pessoas com diabetes e principalmente mulheres, outro problema que se agrava com a doença e atinge as mulheres é a disfunção sexual, de acordo com o órgão:“Altas taxas de glicose, lesões nos nervos, depressão e propensão a infecções genitais são alguns dos fatores que podem afetar a vida sexual feminina”. Durante a diabetes gestacional, além de gerar problemas durante a gravidez, corre-se o risco de gerar complicações ao feto e a gestante levando consequências à mãe após o parto.

 

Existem algumas possibilidades de tratamento para a doença que não tem cura, orais ou injetáveis. De acordo com o tipo de medicação é possível acarretar  alguns efeitos colaterais. A endocrinologista cita alguns exemplos:“A hipoglicemia (queda da glicose) é um dos efeitos colaterais mais conhecidos, que pode acontecer principalmente em pacientes em uso de insulina, e mais raramente com algumas medicações orais. Já a medicação mais utilizada para tratamento de diabetes, a metformina, pode trazer alterações gastrointestinais (flatulência, diarreia, enjoo e perda de peso), mas esses efeitos podem ser minimizados com ajuste adequado da dose da medicação desde o início do tratamento”.

 

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Um dos tratamentos pouco conhecido é a cirurgia metabólica, que ajuda a controlar a síndrome metabólica, considerado seguro e com resultados positivos de curto/longo prazo. Que tem como positivo a diminuição da mortalidade de origem cardiovascular.

 

Como é uma doença incurável e traz consigo inúmeras consequências negativas, é de extrema importância que seja feita sua prevenção. A Doutora Paula ressalta  que detectar de imediato e iniciar rapidamente o tratamento ajuda a neutralizar quaisquer que seja os efeitos colaterais:“A pesquisa deve ser feita em qualquer paciente que apresente sintomas sugestivos, como excesso de sede, urina em demasia, fome aumentada e perda de peso em qualquer idade. Durante a gestação também é indicado o rastreamento entre 24 e 28 semanas da gravidez”.

 

Uma das principais medidas que afastam as chances de diabetes tipo 2 é a alimentação equilibrada e atividades físicas regulares. É indicado que todas as idades que tenham algum tipo de predisposição à doença façam acompanhamentos. A partir dos 45 anos o acompanhamento é altamente recomendado.

 

Foto Destaque: Medicamentos para diabetes e símbolo da campanha.Reprodução/Pexels/Nataliya Vaitkevich.

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