Distribuição de vacinas contra o câncer pode começar antes de 2030

Editoria Imag Por Editoria Imag
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O mundo lida com as consequências do câncer a muitos anos, sendo uma doença traiçoeira que pode afetar qualquer parte do corpo. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), é a segunda principal causa de morte no mundo. E apresentando níveis globais, uma em cada seis mortes são relacionadas à doença. 

Além disso, os números futuros são ainda mais alarmantes. Espera-se 28,4 milhões de novos casos de Câncer em 2040, um aumento significativo de 47% em relação a 2020. Esse crescimento é ocasionado pelo envelhecimento populacional, dessa forma, ocorre um aumento e a prevalência de fatores de risco. 


Dados disponibilizados pelo Manual de Oncologia Clínica do Brasil em 2018 (Foto: Reprodução/MOC)


Entretanto, além dos tratamentos existentes como químio e radioterapia e todos os outros paliativos que somente com um médico adequado pode prescrever sem complicações, uma nova arma de combate ao câncer está surgindo. São as chamadas vacinas terapêuticas para o tratamento de tumores. 

Esse projeto está sendo desenvolvido pelo casal de cientistas que fundaram a BioNTech, uma empresa alemã de biotecnologia responsável pelo imunizante da COVID-19 desenvolvido em parceria com a Pfizer. De acordo com eles, as aplicações das vacinas terapêuticas estarão disponíveis para distribuição antes de 2030.


Ugur Sahin e Ozlem Tureci cientistas responsáveis pelas vacinas terapêuticas (Foto: Reprodução/BBC) 


O estudo avançou e os resultados mais promissores vieram com as injeções contra o câncer colorretal, o melanoma (câncer de pele), o melanoma avançado e o câncer de cabeça e pescoço. Existem vacinas para o câncer de ovário, de próstata e tumores sólidos que se encontram na primeira etapa dos estudos com humanos.

“O nosso objetivo é que possamos usar a abordagem de vacina individualizada para garantir que, diretamente após a cirurgia, os pacientes recebam uma dose personalizada e individualizada que induzem uma resposta imune para que as células T (de defesa) no corpo do paciente consigam rastrear as células tumorais restantes e, idealmente, eliminá-las”, explicou o professor de oncologia Ugur Sahin. 

Os cientistas começaram a observar a possibilidade de combate ao câncer quando foi iniciado o trabalho para acabar com a COVID-19. A prática utilizada na criação de vacinas na pandemia foi de que em vez de o imunizante introduzir o vírus inativo ou uma parte dele para que o sistema imunológico o reconheça e crie a proteção, o RNAm utiliza o próprio organismo como “fábrica” da proteína S da COVID-19, ou seja, que induz o corpo a produzir as células de defesa e anticorpos contra o vírus. 

Dessa forma, caso seja comprovado a eficácia  dessas vacinas terapêuticas contra o câncer, elas serão uma nova opção de tratamento menos invasiva. Em contraste com a quimioterapia, a radioterapia e a imunoterapia que são hoje, as principais alternativas.

 

Foto Destaque: Representação de uma vacina/Reprodução/iStock

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