Considerados órgãos nobres e imprescindíveis à vida, os rins têm como função a capacidade de filtrar o sangue e regular os fluidos, hormônios, ácidos e sais no corpo.
Mas alguns fatores podem levar à perda da função dos rins, um problema chamado de lesão renal aguda ou doença renal crônica, dependendo do tipo.
“Na forma aguda, o insulto ao rim ocorre rapidamente, podendo levar à perda da função dos rins de horas a dias – e é potencialmente reversível; quando crônico, o problema perdura por mais de 3 meses, ocasionando perda da função dos rins de caráter crônico e progressivo”, explica a Dra. Caroline Reigada.
Causas da insuficiência renal aguda
Segundo a médica, a insuficiência renal aguda pode ser dividida de acordo com suas causas, que podem ser pré-renais, renais e pós-renais.
“As causas pré-renais são desidratação, queimaduras extensas, perda de sangue, falha na bomba do coração – que é a insuficiência cardíaca, uso abusivo de laxativos e de diuréticos.
Quanto aos fatores renais, são as doenças que acometem os vários compartimentos dos próprios rins – por exemplo: as vasculites, as nefrites, as doenças infecciosas como hepatite B e C e o HIV, o uso abusivo de anti-inflamatórios.
No caso dos pós-renais, temos os casos de obstruções ao fluxo de urina – exemplo: pedras nos 2 ureteres – os “canos” que ligam a bexiga à uretra, tumores obstrutivos como o câncer de colo de útero e a fibrose no retroperitônio”, diz a médica.
Doença renal crônica
Em outro panorama, mais grave, há a doença renal crônica, que é caracteristicamente progressiva.
Neste caso, no Brasil, a doença mais prevalente que vai destruindo as funções dos rins é a hipertensão arterial sistêmica (pressão alta). Silenciosa, a hipertensão não dá sintomas, e o diagnóstico precisa ser realizado o quanto antes, através da medição da pressão arterial acima de 140x90mmHg.
A segunda doença mais importante que deteriora os rins é a diabetes. “Quando esta doença não é controlada, ou seja, não são atingidos os níveis de glicose ideais, os rins são sobrecarregados e, a longo prazo, excretam proteínas que não deveríamos eliminar. Isso pode acarretar na doença renal crônica terminal (estágio 5), e o paciente precisará, assim, iniciar um programa de substituição da função renal, como a diálise”, conta a médica especialista.
Além da hipertensão e diabetes, a obesidade e o tabagismo também podem levar à insuficiência renal crônica, por isso o controle do peso e os hábitos saudáveis de vida são fundamentais.
*DRA. CAROLINE REIGADA: Médica nefrologista, especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Foto destaque: Rins. Reprodução/HSVP