Entenda a “matéria escura” da alimentação e como ela pode ajudar na prevenção de doenças

Luana Bruno Por Luana Bruno
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O termo apareceu associado ao contexto alimentar pela primeira vez no final de 2019, em artigo publicado pela revista científica ‘Nature’. Foi realizado pelos cientistas Albert-László Barabási, Giulia Menichetti e Joseph Loscalzo, das universidades de Harvard e Northeastern, nos EUA.


Pesquisadores estão estudando “matéria escura” nutricional (Foto:Reprodução/tudogostoso)


No artigo, eles compararam “matéria escura” do universo com a imensidão a ser explorada em todos os fatores nutricionais dos alimentos. O termo é utilizado para as substâncias invisíveis e pouco conhecidas do espaço, que representam 80% da matéria do cosmos.

Em todo alimento que consumimos, existem dezenas de milhares de outras estruturas bioquímicas que não conhecemos. Temos conhecimento da gordura, proteína, vitamina, açúcar e calorias, mas 99% da composição do nosso alimento ainda é desconhecida e acabamos ingerindo muita coisa sem saber exatamente o que.

Entender exatamente o que são, o papel deles no nosso organismo e como interagem com o nosso corpo, é essencial para melhorar os hábitos alimentares e saber que alimentos ajudam a prevenir certas doenças, como o câncer.

Na época da pesquisa, foram citados 26.625 elementos alimentares catalogados no canadense FooDB, o maior banco de dados do gênero no mundo. Hoje, o número é de 70.926. A lista continua se expandindo conforme as descobertas.

“Há um interesse agora em estudar padrões de alimentação porque são eles que influenciam o desenvolvimento de uma doença. Numa relação entre alimento e doença, é muito difícil você isolar um item específico. As pessoas não escolhem os alimentos um a um, é um bloco. Numa feijoada, por exemplo, você está comendo feijão, a carne, a gordura utilizada na preparação, o alho, a cebola. Você não tem como separar uma coisa da outra. São ‘clusters’ de alimentos” explicou o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP e coordenador do Núcleo de Pesquisas de Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS/USP), Carlos Augusto Monteiro.

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“A gente identificou há uns dez anos uma característica do padrão de alimentação muito baseada em uma forma distante do que é o natural, um padrão em que a pessoa praticamente consome só comida tão processada em que você já não distingue o seu elemento original. Qual é o alimento que forma um macarrão instantâneo? Uma gordura hidrogenada, um óleo de palma, um monte de sal, glutamato de sódio que simula o gosto de proteína, de carne, o pozinho com aromas. O macronutriente lá não é mais o alimento original. Enquanto numa refeição preparada em uma panela, em uma cozinha padrão, você identifica o alimento, ainda está muito claro.” , concluiu Monteiro.

 Foto destaque: Reprodução/DepositPhotos

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