O coração artificial é um dispositivo que pode ser usado durante a espera de um transplante, no processo de recuperação de uma pós-cirurgia ou até mesmo de forma definitiva.
Como funciona o coração artificial
Um coração artificial, também conhecido como dispositivo de assistência ventricular (VAD), é um aparelho mecânico implantado temporariamente para auxiliar a função do coração enquanto o paciente aguarda um transplante cardíaco.
Ele trabalha bombeando o sangue do corpo, substituindo ou auxiliando as funções do coração enfraquecido. Existem diferentes tipos de VADs, como o de fluxo contínuo e os de pulso, que podem ser usados dependendo da situação do paciente.
Esses dispostivos são conectados ao coração e aos vasos sanguíneos e são controlados eletronicamente para manter um fluxo sanguíneo adequado.
Em alguns casos, o coração artificial pode ser usado de forma definitiva quando um paciente não é elegível para um transplante cardíaco ou quando a espera por um órgão doado é muito longa.
No entanto, o uso definitivo de um VAD traz consigo desafios e riscos próprios, como a necessidade de cuidados contínuos, manutenção do dispositivo e possíveis complicações associadas.
Para a decisão de usar um coração artificial de forma definitiva é feita em consulta com a equipe médica e é baseada nas condições específicas de saúde do paciente.
Nos EUA, em 2021, mulher é a 1ª pessoa no mundo ter novo tipo de coração artificial transplantado (Foto: UofL Health)
Tipos de dispositivos de coração artificial
VAD de Fluxo Contínuo: Estes VADs bombeiam o sangue de forma contínua, sem imitar o pulso natural do coração. Eles são frequentemente usados como “ponte” para transplante cardíaco ou como tratamento a longo prazo para pacientes que não são candidatos a um transplante.
VAD de Pulso: Estes dispositivos imitam mais naturalmente o pulso do coração, bombeando o sangue em pulsos rítmicos. Eles são usados principalmente como suporte de curto prazo para pacientes com insuficiência cardíaca aguda.
Total Artificial Heart (Coração Artificial Total): Esses dispositivos substituem completamente os ventrículos naturais do coração e são usados quando ambos os ventrículos estão gravemente comprometidos. Eles são mais raros e geralmente são usados temporariamente até um transplante cardíaco ser possível.
Dispositivos de Assistência Ventricular Direita (RVAD) e Esquerda (LVAD): Estes são projetados para suportar apenas o ventrículo esquerdo ou direito do coração, dependendo da necessidade do paciente.
Dispositivos de Biventricular Assist Device (BiVAD): Estes são usados quando ambos os ventrículos do coração estão comprometidos e precisam ser apoiados.
Dispositivos de Fluxo Pulsátil e Contínuo: Alguns VADs podem alternar entre fluxo pulsátil e contínuo, dependendo da situação do paciente e das necessidades circulatórias.
A seleção do tipo de VAD depende da condição médica do paciente, da gravidade da insuficiência cardíaca e das opções de tratamento disponíveis. Cada tipo de VAD tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha é feita em consulta com a equipe médica.
O procedimento para a realização do coração artificial não é muito comum no Brasil. Entre as dificuldades para a popularização do tratamento no país estão: a tecnologia de ponta necessária, a equipe de especialistas bem treinados para a cirurgia e o alto custo do implante.
Foto destaque: Funcionário de uma startup francesa segurando o coração artificial (BERTRAND GUAY / AFP/Getty Images)