Estudo relaciona Autismo com mudanças no esperma do pai

Pedro Léo Por Pedro Léo
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Um estudo feito nos Estados Unidos sobre as origens do autismo sugeriu que a causa do transtorno pode vir do pai. Em trabalho feito na Universidade John Hopkins, é evidenciado que talvez o autismo não tenha ligação com o DNA em si – uma teoria que vinha sendo discutida no meio científico – e sim com o DNA presente no esperma do pai. A causa seriam “marcas químicas” no DNA, um fenômeno chamado “epigenoma”.

Essas marcas supostamente mudariam a forma que o corpo humano “lê” o código genético, e não o código genético em si, o que explicaria cientistas que analisam apenas o código genético “perdendo” a causa. “Esta pesquisa também pode fornecer informações sobre as contribuições genéticas para o autismo que estão potencialmente sendo perdidas pela análise de sequenciamento de genes que analisa apenas o código direto do DNA”, disse Heather Volk, co-investigadora principal da pesquisa que é professora em John Hopkins e diretora de um Centro voltado para autistas.

A pesquisa pode dar resultados sobre outras doenças além de autismo, como diz Andrew Feiberg, outro co-investigador e professor da universidade: “A nova pesquisa pode nos mostrar mais sobre como mudanças epigenéticas nos pais influenciam a saúde das crianças”. Feiberg, durante a década de 1980, foi importante no descobrimento de relação de mudanças epigenéticas com o desenvolvimento do câncer.


Universidade John Hopkins. Will Kirk/Universidade John Hopkins


Utilizando dados de participantes do “Early Autism Risk Longitudinal Investigation”, que acompanha famílias no país com filhos diagnosticados com Autismo, o estudo analisou amostras de sêmen coletadas de homens adultos quando suas parceiras estavam grávidas, coletaram informações de avaliações comportamentais que indicavam diagnóstico provável de autismo, e analisaram e compararam dados, chegando a correlações significativas. Apesar disso, o estudo foi feito em um grupo pequeno de pessoas, necessitando de análises maiores e mais gerais para saber se é espelhado na população geral.

Porém, o estudo já marca um potencial novo indício de “prevenção” do autismo, podendo ajudar famílias a tomarem medidas precoces para crianças com traços. O espectro autista é uma condição que afeta o cérebro e, consequentemente, a comunicação do indivíduo.

Foto destaque: SECOM/Reprodução

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